Quatro da tarde em um quatro de setembro. Para um aficcionado por datas, mesmo sendo uma mera convenção humana, este momento frugal e despretencioso pontua meu primeiro clique no botão “publicar” deste blog. Se tivermos liberdade para flexibilizar um pouco o que combinamos com o tempo, este décimo-segundo aniversário representa um giro completo num reloginho lento e insistente, onde o ponteiro leva um ano para percorrer cada casa.
Sou suspeitíssimo para escrever qualquer coisa sobre os mais de 1600 posts que estão por aqui, sem contar alguns perdidos em bases de dados empilhadas. Como os de uma antiga série sem títulos de nome “só tenho uma coisa a dizer” (espécie de “tuitadas” sem Twitter), ou outra onde reproduzia textos bacanas que chegavam por e-mail, incluindo o de “autores desconhecidos” por pura preguiça (chamava-se “vale a pena ler isso de novo?”).
De toda forma, mesmo com os arquivos passados, já dá para fazer de conta que o blog funciona como uma TARDIS ou um DeLorean particular, mesmo sem a improvável completude de uma não menos improvável câmera GoPro atrelada a um capacitor de fluxo. Passeios que refletem meus lugares, estados de espírito e as pessoas que fizeram parte. Aliás, essa é a melhor parte: gente que dividiu comigo alguns minutos (ou um período inteiro!) dessas doze badaladas.
Mas enfim. Pedi para o Trotta, um dos dois ou três visitantes que ainda frequentam este cafofo com alguma assiduidade, para compartilhar conosco uma sequência possível (entre infinitas possibilidades) percorrendo algumas das melhores paragens do ponteiro nessa volta completa.
Vai, Trotta, é com você. Ah, sim: se você desejar apontar os seus prediletos, desabafe nos comentários!
“Eu adoro conversar com motoristas de táxi, por isso começo no seu primeiro ano, quando você foi ao Rio e conheceu aquela figuraça do canudinho. Essa parece história do meu finado blog, o Claquette, onde eu reproduzia alguns diálogos.
Das antigas, tem uma outra, marcada pela frase “vou cortar seu microfone”. Tornou um karaokê (uma coisa que eu abomino) em algo divertido! Ia adorar mandar o “Barba” tomar naquele lugar também. E gostei da atitude do Narazaki!
Ah! Outra que se parece com história do finado blog: a do homem-spam! Eu tinha vontade de entrevistar esses caras…
Eu não lembro de você ter contado essas últimas em nossos encontros, mas tem outras histórias de viagem que já vi pessoalmente, e ficam ainda melhores com a sua performance! Como aquela onde você e o Narazaki perdem tempo com uma baiana louca! Ou naquele causo de terror com o seu amigo Cassio em Parati: “eu vô cum vocêis!”.
Agora, se você quer ler sobre pessoas, os melhores são os textos compilando personagens. Começou com você e os seus amigos estúpidos em Floripa. Tem mais um, quando você foi sozinho para Buenos Aires e Montevidéu. E o sensacional relato da viagem para a Europa, que completa dez anos em outubro! Adoraria lembrar assim de todas as pessoas importantes, pra poder listá-las.
Das coisas que mais gosto, tem o sensacional feriado com churrasco, na sexta-feira santa! O melhor dos posts dessa festa, que gosto tanto de participar, é um que reúne comentários absurdos de quem te visita.
Outra sequência histórica tem a ver com a Turma do Nemfu. E falou deles eu lembro desse texto, contra os malas da fila. E a foto, além da postura, virou referência pra dizer “quem é Sabbath”.
Claro, tem os episódios onde participei! A história do Guardião da Meia-noite, onde fomos depois para ver onde fica! Teve aquela noite em que “caímos no buraco” com o Bodas e a Marília. E, claro, a noite em que nos conhecemos pessoalmente!Enfim, tem alguns textos que são mais sobre você, e que estão cheios de “enfim”: teve o que eu (assim como muitos outros) aterrissei meu paraquedas, sobre Star Wars. Alguns são atemporais e tipicamente engraçadolhos, onde dá pra ver bem sua personalidade: o Disque Facu, um sobre dinâmica de grupo e principalmente o do cancelamento da Credebobo, hehehe!
Ah, também gosto do seu currículo de mídia social porque lembro do dia! E porque depois eu seria amigo da Gabi.
Deixei para o fim os “Top of Mind”, aqueles que você deve ter pego muita mulé. Como o que você conta o seu primeiro dia dos namorados, que por muitos anos havia sido o único. Os dois sobre a gaúcha Íris, tanto o original quanto a continuação, anos depois. E o melhor de todos: aquele sobre o seu primeiro beijo.
Ah, esse é importante por ser uma pergunta que você ouvirá sempre, e que eu já fiz também. Pra terminar: tem ainda o texto da Esfinge, prometido desde que eu te conheço, e o texto do Gelimão – já até roubaram sua ideia e você não fez”.
Pois é. Os dois vão ficar para depois da fundação oficial do Clube dos Procrastinadores Anônimos (que, diga-se de passagem, também já mencionei aqui. Aliás, tem um episódio bacana envolvendo procrastinação e o Fernando Morais. Preciso escrever, junto com a história do Samuel (um sujeito boa praça que conheci em Buenos Aires) e outro que já comecei, mas está atrasado, sobre o passeio caça-níqueis no Rio Negro.
Podem me cobrar para o Ano 13.
Foi uma delícia reler todos esses textos mais uma vez. E, principalmente, reler os comentários deles. Uma verdadeira viagem no tempo.
São tantos textos bacanas aqui, que é difícil escolher um depois desses 12 anos de palavras… mas te digo que suas histórias/memórias de viagens são das mais interessantes que já li. E o plantão Marmota sempre traz um insight ou outro único. Mas absolutamente nenhum texto se compara a delícia de te conhecer pessoalmente, conversar e tomar uma cerveja (ou refrigerante… ou big Mac no dia do MacLanche feliz…) com você, suas incríveis perspectivas e risadas ao vivo e a cores. Se existe uma magia inexplicável nesse mundo para uma cética como eu, é a de que fazemos amigos através de bytes, e que carreguemos esses amigos por mais bytes e wifis ainda, como se estivessem ali desde os tempos primordiais da nossa infância. Obrigada, Marmota, por cada insight, risada e conversa, fiada e desfiada, que estes 12 anos de blog inspiraram e permitiram. E que venham mais muitos anos! (De preferência o próximo encontro ao som de hula…) Aloha!