Vai, Massa, parte 6: corrida maluca

Confesso que não estava nem aí para o GP do Canadá. A julgar pelos treinos classificatórios, a teoria segundo a qual Ferrari superaria McLaren nas duas provas da América do Norte foi por água abaixo com a pole do Lewis “Robinho” Hamilton, o segundo lugar do Alonso e a péssima colocação de Raikkonen e Massa, respectivamente quarto e quinto no grid. Nesse aspecto, a vitória do inglês, que estava amadurecendo, foi a menor das surpresas. E apesar da nossa torcida pelo Massa, devo dizer que Robinho merece ser líder.

Enfim. Voltando à largada, Massa subiu para quarto lugar. Na frente, Hamilton ignorou os dois títulos de Alonso, fechou a porta e obrigou o espanhol a sair da pista. “Lo queridito”, diga-se, esteve irreconhecível na Ilha de Notre Dame. Errou muitas vezes em toda a prova e, nas últimas voltas, foi ultrapassado por Takuma Sato – cuja equipe, a Super Aguri, protagonizou outra ceninha ao ver seus mecânicos bancarem os garçons do Fran´s Café e observarem seu outro piloto, Anthony Davidson, ficar parado esperando os belezuras desligarem a TV e saírem do box e atendê-lo.

Mas a imagem da prova, e certamente uma das mais fortes da história da Fómula 1, foi protagonizada pelo polonês Robert Kubica (ou Kubitza, como gosta o Galvão). Revelação da categoria, que tomou o lugar do incompetente Jacques Villeneuve na BMW ano passado, deve ter sido amaldiçoado pelo espírito do pai, o Gilles (que dá nome ao circuito). Ele bateu violentamente no muro, e até se chocar em outro, do lado oposto da pista, capotou várias vezes e viu seu carro se espatifar completamente. Para piorar, a geradora das imagens não mostrou qualquer imagem de resgate, deixando espectadores preocupados até o fim do GP.

O inusitado permanecia na pista. Nosso herói Felipe Massa, que vinha bem na prova e estava prestes a marcar pontos preciosos, recebeu a bandeira preta (coisa raríssima) e foi desclassificado. O motivo? Nem ele e tampouco algum desatento da Ferrari avisou o brasileiro que o sinal dos boxes estava vermelho. Inacreditável.

Mas a temporada é longa, e tudo pode acontecer. Até mesmo Barrichello, que estava prestes a terminar a corrida maluca em terceiro lugar, pode marcar pontos até o fim do ano. Para azar dele, o imponderável o abandonou: ao invés do pódio, Rubinho terminou em 12º. Ah, sim: apenas doze carros terminaram esse GP muito louco.

(Para entender a aposta, leia a parte 1. E se quiser mesmo acompanhar e entender de verdade o mundo do automobilismo, leia o Livio Oricchio, o Fábio Seixas e o Flávio Gomes).

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