Viajando com as meninas

Mais um da Marília, do blog Alvarenga Sempre

Sonho antigo, eu tinha um. Viajar pela França com a Maria Julia e com a Joana, mostrando a elas os lugares onde eu havia passsado momentos deliciosos e malucos, além de rever amigos queridos.

No fundo eu tinha a impressão, que se elas conhecessem a França, eu ganharia a parada contra o Tio Sam, a Disney, e todos aqueles objetos de consumo maravilhosos que eles ofereciam…

Mala e cuia na bagagem partimos em julho de 2003 para a epopéia!

Brigas:

1) Quem ia à janela do avião.

2) Quem ia carregar a sacola de presentes.

O caso era que iríamos a várias cidades, em pontos distintos da França, e a sacola de presentes era a mais pesada, e a tendência seria continuar assim, pois a cada amigo que déssemos presentes, receberíamos outro de volta… Só que não imaginávamos que todos dariam a mesma coisa: vinhos, presuntos e queijo…

Imaginem o cheiro e o peso da mala de presentes, 20 dias depois. Em cada casa que chagávamos, era um tal de guarda na geladeira e na adega, tira da geladeira embrulha em papel laminado, caramba, e o peso só aumentando… Champanhe, vinho, e chegando em Cognac, vcs já imaginaram…

A bagagem dobrou. Pois bem, toca a tropa a pegar o trem que sairia de Bordeuax e nos levaria até Biarritz na casa da Mirreile.

TGV, tudo de primeira. Mas… eis que o trem pára na gare certa, e uma multidão de franceses e europeus em férias irrompem porta a dentro, e nós, eu, Jôjô e a Mali, com seis malas, sendo que uma era a dos presentes… Quem disse que a gente andava? Quem disse que chegando na escadinha eu consegui movimentar a mala??? Surpresa geral.

Tenho que fazer um parênteses para esclarecer que as pessoas educadas e formais da Europa nunca estão preparadas para uma situação de imprevisto na utilização dos transportes.

E foi o que ocorreu. Parei na escada de entrada do meu vagão, duas mãos em volta da alça da mala, e a bendita não se mexia. E o pior, em volta de mim, ninguém se mexia para me ajudar!.

Momentos de paralisação geral, e os franceses começaram:

– Ei, ciganos, por favor saiam daí… Vocês estão atrapalhando…

– Madame “gitane”, por favor, queira ‘desobstruir’ a passagem…

Gente, nós começamos a ter um ataque de riso, que as forças, que já eram poucas, restaram nenhuma…

A Maria Julia, escorregava na mala e ria, ria sem parar… a Joana, rindo e dizendo: – Mãe, a gente deve estar com uma cara… Pior que ser chamado de latino é ser chamado de cigano… É o máximo da pobreza.

O tempo passando, o povo desesperado, e eu lá, parada na porta da escadinha do TGV e tendo uma crise de riso… Tudo isso passou em minutos, segundos talvez, mas foi o suficiente para chegar o chefe do vagão , interferir e carregar, MUITO PUTO DA VIDA, as nossas malas.

Porém, quando eu consegui parar de rir e responder, gritei bem alto: – Adoro os Ciganos, mas somos brasileirasssssssssss!

Verdade ou milagre, que, naquela manhã, na estação de Bordeaux, trem para Biarritz, 8h43, ocorreu um fato inédito: as pessoas, quando ouviram eu dizer que era brasileira, caíram na risada, e ficaram extremamente simpáticas. Nos ajudaram em tudo, e a pergunta que não quis calar: “ Qu’est que ce Tribalista? (que é Tribalista?)

Caraio, até a gente lembrar da Marisa monte e do CD que foi o sucesso absoluto daquele verão na França, deu até pro povo duvidar da nossa nacionalidade…

Enquanto Marmota está procurando as meninas dele, a série Colônia de Férias apresenta textos gentilmente preparados por seus amigos, ignorando completamente qualquer música que contenha a marca de Carlinhos Brown.

Comentários em blogs: ainda existem? (7)

  1. Pow! Q legal… então, os brasileiros (tão pisoteados, desprezados e xingados por aqui, na terrinha) são amados lá fora assim??? Agora, já sabe o q fazer na próxima, né? Se der alguma coisa errada, basta dizer que é brasileiro e voalà o/ rsss

    Agora, claro… não adianta tentar cargo político lá fora, pois, neste aspecto, brasileiro não deve ser mto bem visto, né mesmo?

    Abraços o/

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