Ao embarcar para Curitiba na última sexta-feira, fui surpreendido por uma movimentação fora da rotina de Congonhas: funcionários da Varig, uma das mais tradicionais companhias aéreas do país, anunciavam uma greve a partir deste sábado, dia 19. A caminho do check-in, fui abordado por um dos “manifestantes”, que gentilmente, me ofereceu um panfleto.

O documento, transcrito nesta página e assinado pela Associação de Pilotos da Varig (APVAR), justifica a greve usando aquelas típicas palavras de ordem sindical, mas capazes de sensibilizar – ou mesmo assustar – qualquer viajante.

“O Grupo Varig vai parar porque precisa parar, para arrumar a sua própria casa… Nossa paralisação não é por aumentos de salários – impossíveis neste momento, nem mesmo por manutenção de empregos. A briga aqui é muito mais séria. Nossa briga é por segurança: a do vôo e a do nosso próprio futuro”.

Até o “fechamento” deste post, a única informação que tive acesso a respeito do assunto resume-se ao impasse nas negociações entre a empresa e os pilotos, segundo O Globo. A decisão sobre a greve seria decidida ainda hoje, durante assembléia em três capitais.

Enquanto isso, em um dos novos airbus da TAM (nada de “fucker 100”), nem sinal de problemas. Pelo contrário: além de uma intensa propaganda relacionada à renovação da sua frota, a empresa resolveu ainda abrir espaço para patrocinadores do seu serviço de bordo! “A partir de agora, vamos servir um café da manhã com STILO”, em alusão ao novo carro da Fiat (aquele que, ou você não tem, ou você não tem).

Não fosse o recente aumento das tarifas aéreas, eu diria que esta é uma saída e tanto para sanear as dívidas do setor. Mas pelo andar da carruagem, vou ter que evitar até a boa e velha refeição à base de serragem com mel e amendoim da Gol.

Para encerrar o assunto: na volta para São Paulo, domingo à noite, embarcamos outra vez no vôo da “TAM TAM TAM TAAAAM…”. Coincidentemente, ficamos ao lado dos jogadores e comissão técnica do Guarani, vindos de uma vitória por 1 a 0 diante do Coritiba. “Essa não, se esse avião cair, vão falar só do Bugre, ninguém vai se lembrar da gente”, brincou o João Veloso, para desespero de um atleta campineiro sentado logo atrás.