Sexto dia: feliz ano novo!

Não perca as contas: depois de atravessar 1400 quilômetros, passar por apuros na estrada, passear por Cachoeirinha, asssistir ao Senhor dos Anéis e comer peixe lá fora, finalmente o ano de 2002 terminou para Marmota e sua família. E 2003 promete!

Cohab Fragata, Pelotas, RS.
Virada de 31/12/2002 para 01/01/2003

Eu não te disse, Diário? Ontem eu já imaginava: não daria tempo de visitar três tias em tão pouco tempo. Almoçamos na tia Maria e tomamos o café da tarde na tia Geni, sem passar na tia Celi. Aliás, ontem eu falava sobre a tia Maria, que teve sérios problemas de saúde no começo do ano, passou inclusive por cirurgias muito sérias. E lá estava ela, como se nada tivesse acontecido. "Se eu não puder fazer as minhas coisinhas, então que eu deixe de existir de uma vez", dizia, com os olhos cheios de água.

Aqui, deixo duas impressões rápidas. A primeira: espero que Deus conserve a tia Maria e todas as outras por muito tempo! A segunda: mais uma vez, aprendemos com os mais velhos: tanta gente nova, reclamando de barriga cheia e sem tomar nenhuma atitude para mudar as coisas, certamente não saberia onde enfiar a cara ao ver a cena que vi. Que bom seria se isso pudesse motivar a todos nesse ano novo, que começou há algumas horas!

Sim, teve festa aqui na casa da vó, como acontece há muitos anos! Infelizmente não são todos os irmão da minha mãe que comparecem para celebrar a passagem do ano com a família reunida - e aqui os motivos são os mais variados possíveis. Mas sempre tem gente por lá, e o mais interessante: as crianças do meu tempo surgem com outras crianças, mais novas. Já escrevi por aqui que talvez seja um dos poucos dessa faixa etária que ainda não casou e sequer pensa nos herdeiros. Melhor assim: sobra mais tempo para continuar a ser criança com a gurizada!

A meia-noite custou a chegar dessa vez. Talvez porque a televisão estava desligada - melhor assim. Mas ao contrário dos outros anos, não teve carne de ovelha na churrasqueira, não teve algazarra na rua, não teve gente ligando a cada minuto (a não ser no meu celular, pude mandar o Lello, a Lu e o Narazaki para longe de 2002 antes das doze badaladas).

E quando a folhinha virou, ninguém parecia ter se dado conta: as buzinas da Vega, da Oderich, da Cicasul e de outras fábricas que costumavam anunciar a chegada do ano novo, estavam silenciosas. Apenas os rojões e fogos tomavam conta, aos poucos, do céu pelotense. Num relance, abracei os meus pais e disse o que se costuma falar por aqui: "bom princípio".

Talvez aquele gesto tenha finalmente despertado o pessoal, que começou a se abraçar como sempre e desejar um feliz 2003. Mas a turma não estava concentrada na garagem da vó, como de costume: alguns já estavam na calçada, outros dentro de casa, como se fosse uma noite de festa qualquer. Independente do lugar, invadi cada canto, vestindo a minha camisa florida e rindo como se alguém muito querido estivesse chegando!

E é assim que o ano de 2003 deve ser tratado: como uma criança pequena, que naturalmente precisa de cuidados, mas possui uma vida inteira de descobertas, alegrias e surpresas pela frente! Um ano feliz e absolutamente novo, como a minha priminha Yasmin, filha de outra prima, a Renata, a mais nova integrante da família!

Enfim, já faz um bom tempo que o pessoal já foi embora, ainda sobrou doce de pêssego e salada de fruta. Deu tempo inclusive de darmos uma circulada de carro pelo centro da cidade, em especial, a Bento Gonçalves, ponto de encontro tão popular que é conhecido apenas como "a avenida". Lá um sujeito que já estava pra lá de Calcutá nos abordou, numa sinaleira fechada na Bento Gonçalves, dizendo palavras desconexas como "feliz 2003, com muita coca". Deus o livre! E amanhã tem mais!

N. R. Gostaram da camisa ridícula que o Marmota usou no Reveillon? Antes que alguém pergunte, ele comprou aqui. E lá também tinha pra homem.

André Marmota acredita em um futuro com blogs atualizados, livros impressos, videolocadoras, amores sinceros, entre outros anacronismos. Quer saber mais?

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Comentários em blogs: ainda existem? (10)

  1. Meeeeu a Ferju! ahahahahahA gente passava a cada cinco minutos por uma placa da Ferju quando tava indo para Garopaba. Era um tal de “Bermuda tac-tel adulto apenas R$ 6 90” “Toalhas apenas R$ 4 30” e isso aí. Viva a Ferju!

  2. Hahahahahahaha… Adorei a sua camisa “MAMÃE NÃO ME PERCA NA NEBLINA”. :o)Festa de passagem de ano é quase sempre legal eu dessa vez peguei uma cornete e nem quis saber de nada… Soltei fogos acertei a parabólica da casa da vizinha vixe deixa quieto…bjocas…

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