Muita turbulência marcou a vida da Varig nos últimos anos. Pouco profissionalismo e competência em sua gestão, além de um certo fanatismo rio-grandense – que faziam piquetes intermináveis contra a fusão da empresa com a TAM. Para alegria dos defensores da marca (e de alguns funcionários), a empresa, que nasceu no mesmo dia que eu (mas 50 anos antes) foi comprada pela VarigLog e vai permanecer no ar.
Atualizado: O parágrafo acima ainda faz sentido, mesmo com a venda da Varig para a Gol nesta quarta-feira. Afinal de contas, a marca Varig, conhecida mundialmente, ainda vai permanecer para alguns vôos internacionais.
Mas teve mais um personagem, esse mais animado, que também ganhou sobrevida – apesar de viver em longo ostracismo há muito tempo.
O Variguinho era o personagem que servia como porta-voz da empresa com as crianças que viajavam (ou sonhavam em viajar) pela companhia. Até 1986, o personagem não passava de uma idéia, usada em adesivos e num comercial de TV. Tudo mudou naquele ano, quando Variguinho chegou às mãos de Ruy Perotti.
Não foi à toa. O desenhista, falecido em 2005, já tinha participado com maestria em outras campanhas. Seu Cabral e Dom Quixote, além do japonês Urashima Taro (o favorito do Inagaki), foram criados por ele. Editora Abril, foi responsável por outros dois grandes sucessos da garotada: as revistas Recreio e a do palhaço Alegria. O traço de Ruy Perotti, inconfundível graças a outros personagens como Satanésio e Sujismundo, ganhava as bancas e as aeronaves da Varig em dezembro de 1986, apresentando Variguinho e seus cinco amigos inseparáveis: Rubinho, Dea, Taka, Nete e Juva.
O gibi, que começou bimestral, era editado pela Ícaro Editora, um dos braços da área de publicidade da empresa (que hoje deve fazer parte da “varig velha”). A mesma que editava a revista de bordo Ícaro (atualmente nas mãos da RMC Editora). A primeira edição apresentava os personagens e adiantava o que viria pela frente: Variguinho e seus amigos viajariam por todo o Brasil, conhecendo e se divertindo muito nos principais destinos da empresa. O aviãozinho simpático também contava a história da aviação brasileira para a garotada.
Curiosamente, o gibi foi lançado no mesmo ano em que o Plano Cruzado congelou o preço das passagens, apesar dos custos da empresa aumentarem. Esse é um dos grandes vilões da crise, de acordo com a Fundação Ruben Berta, responsável pela empresa nos últimos anos.
Enfim, foram mais de 30 edições, todas sob a batuta de Perotti, que fundou ao lado do filho Guilherme Alvernaz, um dos maiores nomes da animação brasileira, a Signos Comunicação. Em 1993, mesma época em que a empresa foi reformulada, Variguinho também foi reestilizado.
Nessa época, no entanto, o gibi não tinha a mesma força: o personagem permaneceu ligado à companhia graças aos produtos licenciados – que, a essa altura, nem se comparavam aos produtos de 1986: uma mochila de nylon custava Cz$ 450. A bola inflável era mais barata: Cz$ 120. Ah, só para constar, no final de 1988, o congelamento já era história, e a mochila custava Cz$ 1.350. A bola, Cz$ 640.
Até sinto saudades do Variguinho, mas do Cruzado…
(Postado em 27/07/2006)
tomara que a varig e a variglog se entendam, afinal. pq esse mercado é complex demais. ao variguinho, é um barato, eu tinha ate uns tempos uns exemplares guardados. acho que tão na casa da d. helena.
Putz grila! Você desenterra cada uma! É impressionante!!!
Um abraço!
Varaiguinho? Mas só falta agora resgatar os cofrinhos da caderneta de poupança Haspa, os bonequinhos do Snoopy do Bamerindus, os cartões colecionáveis do Chocolate Surpresa e as tatuagens do Ploc!
Meu Deus do céu, André… Essa sim você tirou do fundo do baú, hahaha!!!
Ninguém sente saudades do Plano Cruzado. Foi um dos maiores fenômenos de alienação coletiva da história brasileira. A Globo lançou um slogan à época: “tem que dar certo”. Todo mundo acreditou que ia dar certo. E deu errado.
Varig, Varig, Variguinho, nosso amigo é o nosso avião!
Seguindo os passos do pai, Guilherme Alvernaz comanda sua carreira de Diretor de Animação com maestria. Hoje ele é um dos sócios da Oca Filmes. Vale a pena conferir:
http://www.ocafilmes.com.br
Parabéns por valorizar o trabalhio tão grandioso como o de Ruy Perotti.
EU ACHO QUE DEVE TER ALGUM ENGANO..
POIS EU SOU O CRIADOR DO VARIGUINHO,,, SEU RUY PERROTI QUE EM PAZ DESCANSE,,FEZ ALGUNS COMERCIAIS, PARA A VARIG.. COMO OUTROS BRIQUET,,QUE FOI A EMPRESA QUE AJUDOU NAS PRIMEIRAS ANIMACOES,,MAIS O VERDADEIRO CRIADOR SOU EU,,HOJE TRABALHO NA HANNA BARBERA EM MIAMI USA,,ONDE CONTINUO TRABALHANDO COM ANIMACAO
Delcio parabens pelo seu comentario o conheco e sei do seu Trabalho..Abs..Melo-Miami-Florida
Delcio, Evviva! Evviva o variguinho! Saudades da Titi.
Delcio é um gênio espetacular! Lembro-me de sua acolhida quando fui a Miami. Seu carinho e gentileza são algumas de suas marcas. Tive a grata oportunidade de conhecê-lo quando eu trabalhava na TAM.
Mande notícias Delcio!
Forte abraço,
Fernando Hessel
QUANDO QUE VOCES IRAO DIZER A VERDADE,,,,, SR RUY NUNCA CRIOU O VARIGUINHO,,,,, ELE APENAS DESENHOU ALGUNS NUMEROS DA REVISTINHA DA ICARO EDITORA,,,,, SEU FILHO QUE EU PEDI INUMERAS VEZES PARA CORRIGIR,,, NAO O FAZ,,,,,
Prezado
Sou antigo funcionário da Dois Pontos e posso atestar tudo o que o Délcio Pereira afirma. Fiz parte de sua equipe e gostaria muito de receber o e-mail ou forma de contato com ele em Miami. Grato pela atenção.
Waldemar Ciglioni