Peça o que quiser para a garçonete virtual

Nossa sociedade ainda reúne características da idade da pedra lascada bastante discutíveis – entre elas a subserviência feminina diante dos homens. Alguns cururus (me incluam fora dessa) acham uma balela a história de direitos iguais e sonham com a loira boazuda levando cerveja gelada enquanto assistem a um joguinho de futebol.

Independente da opinião dos amigos, saibam que já é possível, ao menos diante do monitor, conhecer uma garçonete disposta a executar praticamente todo tipo de serviço. Coisas que só essa via de mão dupla chamada Internet é capaz de criar: conheça a Virtual Bartender, mantida pelo site temático beer.com (tente esse link para se livrar dos anunciantes). Os diretores, inclusive, desabilitaram uma série de recursos do site devido aos acessos do mundo todo – em dez dias, a brincadeira caiu na boca do povo: foram 2,3 milhões de visitas e 35 milhões de page views.

Excelente sacada de marketing, mas longe de ser inovadora. A galinha obediente, criação da rede de fast-food Burger King, faz praticamente a mesma coisa, usando o mesmo princípio de funcionamento técnico: cada um dos inúmeros arquivos de vídeo em flash (formato flv) é acionado de acordo com o comando digitado – a maioria das possibilidades já estão atreladas ao vídeo correspondente num arquivo xml.

Mas a grande diferença entre a brincadeira do Burger King e da Beer.com é a modelo canadense Tammy Plante e seus dotes inquestionáveis. Sem esquecer que ela só fala inglês, comece com pedidos simples. Diga olá (hi), peça uma cerveja (beer)… Aos poucos, peça coisas mais audaciosas: a garçonete virtual pode dançar (dance), imitar uma amazona (cowboy), tomar um banho de cerveja (wet) ou mesmo mostrar a cor do sutiã (topless). Quer mais? Tente “tattoo” e ela vai mostrar onde fica sua tatuagem.

Dá pra perder um bom tempo diante da loira, se divertindo diante das mais de 100 possibilidades. Algumas bem surreais: ela convoca uma amiga para um duelo com travesseiros ou espadas jedi. Em compensação, alguns comandos de conotação sexual (“love me” ou “eat banana”), que funcionavam até recentemente, parecem ter sido censurados… Certamente figuravam entre os mais acessados.


Anote algumas palavras úteis para falar com a Tammy: aerobic, airguitar, angry, banana, bar, beer, belly, bikini, bottle, boxer, breast, butt, can, cap, clothes, cowboy, dancemovie, dog, floor, girl, groin, gun, gymnastics, hair, handstand, hat, head, headbang, hi, hoolahoop, hummer, jedi, joke, jumpingjack, karate, lap, leimek, light, lipstick, lollipop, love, macarena, magazine, magic, man, message, model, muscle, phone number, pillow, pitcher, rapper, riverdance, robot, rope, seat, shirt, shot, stripper, sunshine, tap, think, thong , toes, tongue, topless, tougue, wet, yoga.

Experimente ainda um destes verbos de ação: apply, become, bend, blow, bow, box, brush, call, cluck, communicate, crush, dance, downward, fight, flex, grab, jump, kill, kiss, knee, laugh, lick, look, model, perform, pour, pretend, punish, pushup, rap, reach, rub, seduce, serve, shake, shoot, show, sing, sleep, snap, spin, splits, squeeze, strip, surf, take, throw, tickle, walk, wave, wipe.

Aposto que vai ter nego perguntando como se diz “casar”, “lavar” ou “passar roupa” em inglês… Ou ainda mulheres em busca dos seus direitos, exigindo uma versão da brincadeira com o Paulo Zulu. Tudo para fugirmos da realidade.

Comentários em blogs: ainda existem? (8)

Vai comentar ou ficar apenas olhando?

Campos com * são obrigatórios. Relaxe: não vou montar um mailing com seus dados para vender na Praça da República.


*