O preço do sucesso: R$ 10 por Gb

De repente, você inventa de criar um site na Internet. Tudo porque alguém te disse que é fácil e baratinho. Inventa aquele monte de coisinhas piscando, atualiza todos os dias e, num piscar de olhos, vira sucesso – seja lá pelos amigos ou via Google. Tudo vai bem até que, antes do mês acabar, você é surpreendido pelo Erro 509:

Bandwidth Limit Exceeded. The server is temporarily unable to service your request due to the site owner reaching his bandwidth limit. Please try again later.

Faz idéia do que quer dizer isso?

A rede mundial de computadores, criada nos anos 60 como mais um instrumento militar norte-americano, começou a se transformar nos anos 90, quando aparecem as primeiras operadoras comerciais no negócio. A partir daí, a Internet tomou a forma que conhecemos hoje: um modelo de sucesso, que conquistou milhões de usuários em todo o planeta.

Diante de tamanha euforia, muitos não se deram conta do óbvio: como é que um negócio desse tamanho consegue ficar em pé sozinho? Nos primórdios, a resposta vinha com outra pergunta: quem se importa? Todo mundo queria ter o seu cantinho no cyberespaço. Grandes portais faziam questão de mostrar ao mundo: vejam quantos bilhões de páginas são acessadas aqui! Somos gigantes!

Um belo dia, veio a conta. E a constatação: os tais bilhões de page views custam muito. Descobriram que a infra-estrutura de telecomunicações existente não estava suportando a demanda, e a cada dia, mais e mais dados circulavam pela rede, esgotando seus recursos. Para suportar o tráfego de informação, surgiram novos padrões de uso. Entre eles, a cobrança por excesso de transferência.

Mega-sítios de conteúdo como o UOL agiram rápido e mandaram os elefantes para um spa: sucessivos cortes de páginas e bits inúteis aliviam a carga dos servidores e reduzem custos. Reformas visuais como a que vimos nesta semana matam dois elefantes numa única paulada: páginas mais leves e rápidas melhoram a navegabilidade e diminuem o tráfego.

A Telefônica também estava perdendo dinheiro com o excesso de dados e decidiu taxar o novo Speedy justamente pela transferência de dados. Na prática, empresas que disponibilizam acesso e espaço na Internet esperam de seus usuários um uso racional dos recursos, sob o risco de serem atacados em seu ponto fraco: o bolso.

Aqui chegamos ao “Bandwidth Limit Exceeded”: em um mês, os visitantes do conglomerado Marmota.org podem usufruir até 2Gb de informação por mês – o que corresponde a carregar este blog 21.500 vezes. Nada mau, não fossem as toneladas de arquivos disponíveis para consulta, que também entram na conta. É tudo que eu sempre quis: informar ao mundo que este site é grande o suficiente para alguém se perder em suas páginas! Qual o preço disso? R$ 10 por cada Gb extra…

A conclusão é simples: o limite de banda é o grande gargalo da Internet, por conta do mau uso dos seus recursos – metade do que circula pela rede não passa de spam, vírus ou outro tipo de lixo. É como a conta de água: quando o calo aperta em casa, medidas drásticas devem ser tomadas. Aguardem minhas providências: por aqui, algumas torneiras serão fechadas.

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