#NED 3 X 1 #URU
(06/07) – Quem se programou para assistir a uma partida da semifinal na última terça-feira podia ter certeza de que o Brasil estaria lá. Ainda que a seleção tivesse mal das pernas, uma breve análise da concorrência facilitou prognósticos antes da eliminação: afinal, perderíamos para o Uruguai? Para a Espanha? Ou mesmo para a Holanda?
Claro que não faz nenhum sentido imaginar como seria se, ao invés dos laranjas, fosse o time de Dunga diante dos aguerridos uruguaios. Mas não consegui evitar quando, diante dos mesmos adversários que carimbaram nosso passaporte de volta, vimos um time que conseguiu equilibrar as ações – e melhor: empatou ainda no primeiro tempo com a mesma moeda do gol holandês, uma jabulanada incrível. Analisando friamente, se descontarmos o talento de Sneijder e o oportunismo de Robben, a Holanda tem qualidades, mas não é brilhante.
Enfim, quando um time sustenta 24 jogos de invencibilidade, é difícil mesmo chacoalhá-los: é como se a força tática e os lampejos criativos contassem com um fator intangível, tal aquelas “estrelinhas” a mais num jogo de videogame. Sem dúvidas a Holanda merece participar de sua terceira final de Copa na história, e os uruguaios devem comemorar como nunca a campanha extraordinária, marcada por uma vontade invejável.
Agora, não consigo deixar de me perguntar: não dava mesmo pra vencer a Holanda, o Uruguai, a Espanha? Como é que o Brasil conseguiu vacilar tanto, hein?
#GER 0 X 1 #ESP
(07/07) – No início da semana, comecei a levantar uma pesquisa sobre o “Brasil x Argentina” europeu, Holanda x Alemanha. Os germânicos invadiram parte do território que compõe os Países Baixos durante a Segunda Guerra, mas o que realmente enfureceu os holandeses foi a derrota em 1974, exatamente na Alemanha, tirando a taça das mãos dos melhores. Mesmo com outros confrontos decisivos em Mundiais e Eurocopas posteriores, a virtual decisão de 2010 inverteria os papéis: ao contrário daquela decisão, o time leve e envolvente vestiria branco; o forte e aplicado, laranja.
O futebol é fantástico exatamente por isso: não aceita qualquer estatística ou provérbio. Em 80 anos de Copa do Mundo, pelo menos um entre Argentina, Itália, Alemanha e Brasil jogou em todas as decisões. E a Espanha, que derrotou a mesma Alemanha na final da Euro, nunca teve sorte em Mundiais. Talvez o tamanho desta obviedade tenha feito o comedor de meleca Joachim Jim Carrey Loew optasse por um estilo de jogo absolutamente diferente, priorizando a defesa.
Para alegria do polvo Paul, tal postura fez com que só víssemos a Espanha com a bola. O gol seria questão de tempo, e ironicamente não saiu dos pés de seu talentoso ataque mas sim da cabeça de um zagueiro esforçado e indiscutível símbolo da Fúria, mas estabanado e longe de ser perfeito. Com ou sem Puyol, a Copa do Mundo em continente inédito terá final inédita e campeão inédito. E no sábado, os cinco títulos mundiais desta semifinal estarão apenas no duelo dos perdedores…