Por Alexandre Sena
Se há uma frase que gruda no cérebro de quem anda pelo metrô de Londres é esta: “Mind the gap!” Algo como “cuidado com o vão!”, referência ao espaço entre o trem e a plataforma. Toda a vez que o trem pára e abre as portas para o embarque e desembarque dos passageiros, lá vem o aviso, repetidas vezes: “Mind the gap! Mind the gap!”
Conhecer Londres utilizando o metrô é rápido e prático. Praticamente todos os pontos turísticos mais importantes da capital inglesa podem ser alcançados indo de “Tube”, como os ingleses chamam seu metrô. As treze linhas que compõem o metrô londrino têm uma capilaridade de matar de inveja os usuários de metrô nas grandes cidades do Brasil. Enquanto São Paulo (que tem o dobro de habitantes de Londres) conta com apenas quatro linhas metroviárias, de trajetos praticamente retilíneos e pouco abrangentes, o “Tube” tem linhas circulares, linhas que se ramificam, linhas que fazem um “S”, e por aí vai. Se no metrô de Brasília boa parte das estações são atendidas por duas linhas que utilizam o mesmo trilho, em alguns trechos do metrô de Londres esse número sobe para três ou quatro. Quer dizer: numa mesma estação, você tem a opção de embarcar para destinos diversos, sem precisar trocar de plataforma.
O “Tube” é um espetáculo em termos de organização. A sinalização das linhas e estações por meio de cores é muito eficiente, as informações nos painéis eletrônicos e no sistema de som das estações funcionam muito bem – você pode saber exatamente quantos minutos vai esperar pelo trem. Algumas estações maiores têm plataformas separadas para linhas diferentes, e às vezes você tem que andar um pouco, subir e descer escadas rolantes, mas é difícil se perder, graças à sinalização. Uma curiosidade sobre as escadas rolantes: você tem que ficar sempre no canto direito da escada, pois as pessoas mais apressadas usam o lado esquerdo para subir ou descer os degraus. Embora os trens, em algumas linhas já estejam meio velhos, a frota de modo geral é bem conservada. Os londrinos pagam caro pelo bom sistema de transporte público: além dos preços das passagens serem salgados (pelo menos para os padrões brasileiros), boa parte dos pesados impostos que a população paga vai para a manutenção dos serviços metroviários.
A preocupação com a questão da segurança é sempre recorrente, principalmente após os atentados de 2005. Há vários anúncios indoor, alertando aos usuários que fiquem atentos quanto a atitudes suspeitas e bolsas abandonadas em algum canto. O sistema de som nas estações lembra o tempo todo aos usuários que mantenham seus pertences consigo, pois uma bolsa ou pacote esquecidos num banco podem fazer acionar o alerta anti-bombas.
Tirando essa paranóia terrorista toda, andar no metrô londrino pode ser bem divertido (menos nos horários de pico, quando os vagões ficam superlotados). No metrô, encontram-se toda sorte de pessoas. Executivos, peões, donas-de-casa, estudantes, turistas de todas as partes do mundo, patricinhas, bêbados fanfarrões e tudo mais. E, por incrível que pareça, é um local bom para treinar a pronúncia do inglês, com o sistema de som do trem anunciando estações como “Farringdon”, “Marble Arch”, “Gloucester Road” ou (a melhor de todas) “Elephant and Castle”.
Enquanto Marmota tenta entender as estações de metrô atenienses, a série Colônia de Férias apresenta textos gentilmente preparados por seus amigos viajados e descolados.
Seria perfeito se as autoridades brasileiras investisse mais no metrô como meio de transporte. É tão mais confortável do que o ônibus!
Uia! To no Blog do Marmota! Estou acompanhando os textos da Colônia de Férias e suas peripécias pela Europa, realmente o blog não perdeu o ritmo mesmo com o dono longe de casa. Abraços!
bacana. vc conhece bem Londres e como se locomover por lá.
realmente , é dificil entender como São paulo e demais capitais brasileiras ainda não alcançaram tal grau de evolução nos transportes urbanos…….
acho que o metrõ mais velho da europa é o de moscou, ou não???
fiquei curiosa agora..vou ao google…
Eu, como super-fã do metrô de São Paulo, provavelmente não ia querer sair do metrô se fosse pra Londres. Correria o sério risco de ficar morando dentro de alguma estação, hehehe! provavelmente Elephant and Castle, é claro! 😀