Vasculhando caixas de papelão repletas de revistas e livros antigos, encontrei preciosidades como um guia da revista Informática Exame – para quem não lembra, era assim que a Info Exame se chamava em 95, data desta publicação. Assim como muitos destes suplementos publicados naquela época, quando a Internet comercial estava pipocando no Brasil, a maioria das dicas está ligada ao famigerado HTML, um grande mistério na vida de muita gente até hoje.
Mas desde aquela época nem tão distante assim, já se falava no óbvio: não adianta saber lidar com ferramentas de edição HTML, saber o que quer dizer frames, scripts, gifs e afins. Tudo isso corresponde a apenas uma das engrenagens que podem fazer a diferença do seu site.
Claro, em 95 ninguém fazia idéia do que seria o tal fenômeno blog. O grande avanço, sem dúvida alguma, foi permitir a qualquer pessoa criar seu espaço dentro da web mesmo sem conhecer absolutamente nada de programação e design. No entanto, algumas observações que já eram feitas no tempo em que usávamos modem de 14.4bps, Netscape 3.0 e página hospedada no Geocities, permanecem bastante atuais.
Abaixo, relacionei algumas das mais interessantes. Ah, sim, onde você ler “site”, entenda por “blog”.
– Antes de construir seu site, tenha em mente um objetivo. Oferecer um serviço, debater assuntos, compartilhar conhecimentos ou mesmo ser um excelente cartão de visitas. Sem uma meta definida, seu site irá se perder no meio de tantos outros que surgem a cada dia.
– A web possui milhões de páginas. Se você não oferecer algo atualizado e interessante, mesmo que seja apenas para as outras pessoas conhecerem você melhor, certamente você terá um bom número de visitantes.
– Um bom site não é aquele que usa e abusa de recursos animados e letreiros piscantes. Você pode usar esses elementos, desde que estejam dentro de um contexto. Evite ainda imagens muito grandes: nem todo mundo possui um modem de 28.8.
– Ainda nessa linha, fuja da linha “plumas e paetês”, a não ser se o seu site esteja relacionado ao Carnaval. Determine padrões de cores, fontes, entre outros elementos. Além de facilitar o seu trabalho, isso traz consistência ao seu website. Agora, use o bom senso: isso não quer dizer que tudo tem que ser absolutamente igual!
– Verifique se no local onde a sua homepage está hospedada possui recursos extras, como contadores, livro de visitas ou formmail. Eles podem fornecer informações bastante úteis para saber se o seu site está dando certo, e o que precisa ser mudado.
– O grande segredo é dosar todo o seu conhecimento, combinando todos os recursos criteriosamente – nada de sair por aí colocando tudo que você acha interessante. Avalie o que é realmente necessário. Mantenha a simplicidade, uma boa aparência, organização e o mais importante: o conteúdo. Não adianta construir um site sem ter nada para dizer.
– Por fim, seja sempre ousado e criativo, atualize o seu site constantemente, observe o desejo do seu público e supere suas expectativas. Lembre-se: não existe passividade na Internet. Estamos descobrindo aos poucos este novo canal aberto, onde a nossa participação, seja como consumidor de informações ou como produtor é fundamental.
(Postado em 18/11/2002)
Putz que triste rever essa revista…Me lembro como se fosse hoje: eu e meu amigo nos reunimos e fizemos a pauta do primeiro site da minha vida o ZIPPER HP. Tinha até slogan: “Você entra e vê o que quer”. Eu editava a página num editor que vinha junto com o pacote NETSCAPE acho que se chamava “composer”. Hospedagem claro no Geocities – o fenômeno da época. Mais tarde passei pro TERRAVISTA que era português.Foi bem legal. Nesse tempo todo aprendi várias técnicas de html e vivo praticamente disso hoje em dia.
… nem todo mundo possui um modem de 28.8. Boa!! Hahahahaaha
Eu ainda tenho essa revista. Que zona! 🙂
Sensacional. A referência a “nem todo mundo tem modem de 28.8” me fez rolar de rir aqui. 🙂 Lembrei dos meus tristes tempos de usuária do famigerado BR Homeshopping…
Bjs.
OBRIGADO PELAS DICAS, SR. MARMOTA.
Não poderia estar mais correto! “Nem todo mundo possui um modem de 28.8”, eu por exemplo não tenho, hehehe! 🙂
Fala, Sr. Marmota. Fazia tempo que eu não andava por esse mundo blogueiro, nem o visitava. Vejo que está incluído num projeto do InterNey (como se participa disso?), e continua fazendo os bons posts de antigamente. E as dicas dessa matéria da Info, apesar de cheirarem a naftalina, ainda estão perfeitamente utilizáveis.
Estou blogando algo diferente neste momento. Vê lá que coisa linda: luisachegou.blogspot.com
Abração.
…tempo em que usávamos modem de 14.4bps. Nem me fale lembro que era mão no queixo olho na tela e a paciencia em aguardar a pagina carregar.