Como assim “irritação de spam diminui”?

Sabe aquele tipo de manchete baseada em dados que normalmente causa distorções estranhas de acordo com a interpretação? Aquela história: se a taxa de desemprego caiu, isso não quer dizer que ninguém se preocupa mais com isso.

Tive a mesma sensação ao ler a notícia do IDG Now nesta segunda: spam cresce, mas irritação do internauta diminui. A Folha Online também publicou, com o mesmo conceito: internautas estão mais tolerantes com spams, diz pesquisa . Conclusão bastante discutível baseada em uma pesquisa do Pew Internet & American Life Project.

Segundo eles, os norte-americanos receberam mais spams em relação a 2004, em compensação todos os números referentes a insatisfação caíram. Ou seja, irritam menos. Praticamente uma apologia ao conformismo – como admite Deborah Fallows, responsável pelo estudo, ou ainda um estímulo a prática do e-mail não solicitado.

Uma análise mais detalhada, no entanto, mostra os tais números reduzidos: 53% dos usuários dizem que os e-mails ficaram menos confiáveis; 22% reduziram o uso do e-mail por conta disso; por fim, 67% dizem que os spams tornaram a Internet desagradável! A irritação pode ter diminuído, mas convenhamos: caiu o suficiente para virar manchete?

A matéria conclui ainda que, de junho de 2003 a janeiro de 2005, a postura dos norte-americanios diante das mensagens indesejadas não mudou. Praticamente o mesmo volume de entrevistados ouviram falar no tema, compram produtos oferecidos por spams ou protegem seus dados na web. Por essas e outras, essa indústria nefasta segue firme e forte. Como diria Maguila, “enquanto isso o povo só ó…”.

Em tempo: no link original, dá pra pinçar a conclusão mais realista: “more than half of all internet users complain that spam is a big problem”.

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