Como ajudar alguém que quer morar na Austrália?

Não é só a Menina Eva que está doida para tentar uma vida de prazeres e desafios em outro país (no caso, Alemanha. Recebi essa semana uma mensagem do Fabiano Pontes, de Campo Grande (MS):

Olá, tudo bem? A partir de hoje me despertou uma vontade enorme de ir pra Austrália. Meu primo está indo estudar e me cahmou. Como não tenho nada que me prenda aqui, e estou muito instisfeito com minha vida profossional e com o mercado, achei que poderia ser uma oportunidade. Mas não sei por inde começar. Você poderia me dar uma força nessa orientação?

Adoraria ajudá-lo, mas tudo que sei a respeito foi o que escrevi em 30 de janeiro do ano passado, sobre planos de incentivo à imigração estrangeira com o visto de trabalhador qualificado. Um dos países que oferecem esse tipo de programa é justamente a terra dos cangurus, dos aborígenes e do centro de natação que catapultou o jovem aposentado Ian Thorpe e seus amigos. Pena que, tanto eu quanto o Doni, além de termos vida encaminhada, família, amigos e tudo mais que nos cerca, só nos sobra a grana para pedir a cebola do Outback:

Outback que nem é tão australiano assim... Tenho bons amigos na Austrália, gente que veio de intercâmbio para cá e que hoje promete comida e roupa lavada assim qeu eu puder aparecer por lá… O complicado é não ter nem o da passagem...

A passagem não é exatamente o começo. Encontrei aqui as dicas para quem sonha em dar uma guinada na vida: basta ter curso superior e trabalhar em uma das “Skilled Occupations”, definidas pelo governo australiano. Tem uma porção de tarefas – inclusive jornalistas são recrutados. Outros dois requisitos mínimos são: a idade (máximo de 45 anos) e, evidentemente, o idioma. Uma boa nota no exame IELT é fundamental.

Existe ainda um jeito mais simples de morar na Austrália: se casar com alguém que preenche os requisitos acima. O visto vale para um grupo familiar completo, e todos os membros da família contarão com uma permissão de residência permanente. Aaahhh, as australianas…

Outra possibilidade é largar tudo que está fazendo agora e participar de algum intercâmbio – estudar inglês ou fazer algum outro curso – no outro lado do mundo. Só de pensar em uma aventura dessas, que pode representar um belo reforço na bagagem cultural, além da conquista de maturidade e liberdade… U-hú!

Já conversei com quem já teve a experiência de passear pela Austrália, e todos foram unânimes em afirmar que ali é o Brasil que funciona. Tem um clima quente, gente hospitaleira, ambiente político e econômico estável, algumas facilidades e, especialmente, uma feliz perspectiva econômica e de qualidade de vida. Trata-se de um país cuja distribuição de renda funciona: em pouco tempo, é possível juntar uma boa grana e comprar sua própria casa – amigos que conhecem histórias, é isso mesmo?

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Além da Austrália, outro país que oferece programas de incentivo à imigração estrangeira é o Canadá. Além do nômade Fábio, conheço mais dois casais de amigos que se aventuraram no segundo maior país do mundo.

Sobre o Canadá, também escreveu o Gean Oliveira:

Esse assunto eu comento pq sei! Bem, eu moro em Toronto e imigrei para cá em 2003. Como você falou, Canadá e Austrália são paises que incentivam bastante a imigração. Vim como Skilled Worker (minha area é de IT) e não me arrependo. Tambem tinha a Austrália em mente quando procurava informações, mas basicamente duas coisas me fizeram mudar de idéia: distância do Brasil e fuso-horario. O Canadá teria um ponto negativo, no caso o frio, que é conhecido por todos, porém só é frio no meio da rua! Onde você anda, tudo é aquecido: ônibus, metrô, lojas, casas, etc. Tem informações sobre a imigração para o Canadá no site deles, www.cic.gc.ca.

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Quando o assunto foi ao ar pela primeira vez, a mídia trazia notícias frequentes de estrangeiros hostilizados. Mais um elemento, além dos obstáculos psicológicos de sempre, que nos fazem pensar: até que ponto vale a pena tentar uma nova vida fora do Brasil?

Com essa onda de xenofobia varrendo o mundo, o melhor a fazer é ficar na dureza por aqui mesmo. Pelo menos por enquanto...Adilson fuzo

Depois daquele caso do brasileiro que foi espancado por uma turma de surfistas australianos, confesso que fiquei um pouco receoso em se tratando de ir pra lá. Aliás, assim que comecei a ler este texto, a triste situação daquele rapaz me veio à mente. Por essas e outras que, se fosse pra escolher entre esses dois destinos, ficaria no Canadá. É frio, e fica bem mais perto de casa do que a Austrália...Rodrigo Ghedin

Tenho procurado uma oportunidade de intercâmbio fora do Brasil, mais para melhorar o inglês e o currículo. Não sou muito destas maluquices, mas acho que a minha situação demanda uma atitude destas.Daniel (será que ele encontrou alguma?)

Eu cometeria uma sandice dessas tranquilamente!!! Uma vez vi uma reportagem sobre pedreiros brasileiros que ganhavam o que queriam lá na Austrália, pois com exceção de grandes obras, onde as empreiteiras tomam conta, não há quem faça serviços pequenos (será que tem puxadinho lá também???).Neto Cury

A cada dia me convenço mais que tenho que fazer uma sandice dessas. Queria encerrar minha vida na Suíça, curtindo a aposentadoria nos Alpes.Alexandre Sena

Acho que eu só faria uma “sandice” dessas se fosse logo… Não vejo minha aposentadoria longe de Porto Alegre, não…

André Marmota formou-se jornalismo e ainda estuda o tema na pós-graduação. Mas o que importa é ter saúde, não é mesmo? Quer saber mais?

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Comentários em blogs: ainda existem? (5)

  1. Hehehehe, “nômade Fábio” é ótima. 🙂

    Daqui a uma semana, faz 3 anos que fui para o Canadá. E como valeu a pena…

    Ainda volto para lá, tomara!

    Recomendadíssimo. Imperdível, eu diria.

  2. Ah Marmota, não faça isso comigo! Não reascenda minha vontade de morar na Austrália!

    Ela tava muito bem adormecida e sob controle, desde quando eu tava doido pra me mudar, na época que vc fez esse post falando da imigração pra lá, hehehe!

    Abraço!

  3. Quando parti para morar em Los Angeles, no campus da USC, não tinha mais oportunidades de crescimento intelectual no Rio de Janeiro. Tinha duas vantagens: bolsa da USC e cidadania. Abri mão da minha carteira de estrangeiro no Brasil, recolhi meu FGTS; meu bilhete foi de ida.

    Infelizmente a estratificação social no Brasil é fogo. Professor é pobre e nem merece cobrar mais.
    Nos EUA descobri que não era “branca.” A vida aqui é dura. O enriquecimento cultural é enorme. Temos 163 povos vivendo na Grande Los Angeles. Como diz a Denise Arcoverde, do SdeE, saudade sem banzo. Tá muito complicado aí no Brasil. Aqui, pior, mas enrolação é aí.
    Não aconselho a ninguém sair do Brasil. Não é pra todo mundo; a língua e cultura são fundamentais. E com você, tudo bem?

  4. preconceito?
    eu sofro mais preconceito quando vou para sao paulo, rio de janeiro e sul do Brasil do que nos 10 anos que passei morando no exterior.
    Se puder ir para Australia (o qlrq primeiro mundo, contanto que seja em esquema honesto), VÁ!!!

  5. Olá! pessoal

    Alguém conhece algum site australiano de casamento em que eu possa me cadastrar? Adoro a Australia e tenho muita vontade de conhecer a terra dos cangurus.

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