Cinco textos para lembrar dos 100 anos do Inter

Neste sábado, 4 de abril, meu time do coração comemora 100 anos de fundação, compartilhando este feito histórico ao lado de outros grandes do Brasil. Tradição que, no caso do Colorado, é acompanhado por uma história de pluralidade e respeito, além de estrutura e planejamento respeitáveis (ainda mais para os nossos padrões), culminando com praticamente todos os títulos que um clube pode conquistar.

Pensei em inúmeras formas de celebrar a data, a partir de idéias e rabiscos. Todas, evidentemente, infrutíferas. Restava-me uma opção: calhau! Mas, entre os poucos relatos que fiz a respeito do Sport Club Internacional, qual eu republicaria?

Pois bem. Ao invés de escolher apenas um, optei por relembrar cinco passagens coloradas registradas neste blog. Siga sua senda de vitórias, Colorado das glórias.

#5 Testemunha do inimaginável (15/12/2003) – Eu tinha certeza absoluta que aquele time, comandado por Muricy, apagaria o fiasco do ano anterior e se classificaria para a Libertadores do ano seguinte. Bastava uma vitória sobre o São Caetano, na última rodada daquele que foi o primeiro Brasileirão por pontos corridos. Levei os amigos ao Anacleto Campanella (entre eles Lello Lopes para festejarmos juntos. Mas o Azulão surpreendeu a torcida gaúcha, sapecando 5 a 0.

Curiosamente, era Tite o comandante do São Caetano naquela partida. O mesmo que, hoje, é o líder do Inter em seu centenário. E mais: entre uma e outra passagem por Porto Alegre (e antes de se consagrar no São Paulo), foi Muricy que comandou o São Caetano (que viria a conquistar o Paulistão em cima do Paulista) naquela Libertadores. Se tivesse ido com o Inter, ele não seria eliminado pelo Boca, como aconteceu…

#4 Torcendo com o inimigo (05/08/2003) – Nunca fui em tantos jogos do meu time quanto naquele ano de 2003: foram quatro. Perdemos em duas, mas ganhamos outras duas. Nessa ocasião curiosíssima, fui ao Morumbi a convite do meu amigo Ricardo Oshiro, são-paulino. Mas com uma condição: acompanhar o jogo na torcida Tricolor. Não pude vibrar como gostaria, mas sentir o baixo-astral dos torcedores ao ver o Colorado fazer 2 a 0 foi bem divertido!

Não foi a primeira vez que me infiltrei na arquibancada alheia. Em 2002, acompanhei Lello e Narazaki numa partida envolvendo o Corinthians de Parreira, que seria vice-campeão diante do Santos de Diego e Robinho, e o Inter do inesquecível trio Claiton, Cleiton Xavier e Cleitão. Fabiano, genro do Luxa, fez os dois gols do Inter. Mas Guilherme também fez dois, e Deivid, um. Tive que ouvir meus amigos gritarem “gaúcho viado” ao lado da Fiel. Obviamente, decidi não dedicar um post a essa lembrança…

#3 Mundial em boas mãos (15/12/2006) – Os mais chegados certamente preferem lembrar que eu titubeei como nunca, considerando a hipótese de viajar ao Japão e acompanhar o Inter naquela que viria a ser sua maior conquista. Acabei assistindo ao duelo contra o Barça no sofá de casa, onde permaneci sentado longos minutos após o gol de Gabiru. Estava tão inebriado que não consegui vibrar. Nem o Narazaki acreditou quando me ligou, após a partida, e não viu alterações no meu tom de voz…

Um dia antes, registrei no blog meu único texto referente ao jogo-símbolo do centenário. Numa visão superficial, poderia ser interpretado como um “podemos ganhar, mas se perdermos, tudo bem”. Pelo simples fato de me declarar fã do azul-grená da Catalunha. Enfim, já sabemos o final dessa história: independente das cores, levantar a taça e dizer “chupa Ronaldinho” não tem preço nem adjetivos.

#2 Não estive no Beira-Rio (17/08/2006) – Sim, podem me chamar de colorado idiota ou caxias. Mas mesmo trabalhando na imprensa esportiva, decidi viajar “à paisana” para Porto Alegre naquela semana decisiva de Libertadores. Claro que, como qualquer mortal sem regalias ou privilégios, não consegui ingresso para acompanhar aquele Inter x São Paulo.

Mas tudo bem. Acabei ao lado de outros colorados na mesma situação que eu, no Cavanhas, em plena Cidade Baixa. Dali acompanhamos aquele 2 a 2 tenso, onde o Clemer quase entregou a taça nos minutos finais. Mas… Ufa! A Lima e Silva, como de costume, reuniu os primeiros gritos de “campeão” naquela feliz madrugada de quarta para quinta.

#1 Sobre como virei Colorado (20/11/2005) – Não havia melhor pretexto para contar aos seis ou sete visitantes assíduos do MMM a história da minha primeira camisa vermelha, antes mesmo de nascer. Foi em 1976, ainda na barriga da minha mãe, quando mesmo sem ver absolutamente nada, senti que valeria a pena torcer para o Inter. Lógico que, em função do adversário naquela final de Brasileiro e dos apuros que meu pai passou ao comemorar, também sabia para quem não torcer…

Lembrei dessa história exatamente na tarde em que o virtual campeão brasileiro daquele ano enfrentou exatamente o Corinthians de Carlitos Tevez. Graças a Márcio Resende de Freitas, perdemos Tinga expulso, a chance de cobrar um pênalti e a partida, por 1 a 0. Mas acabou sendo uma bela oportunidade para dizer, após de um desempenho fabuloso, “obrigado, Inter!”.

Agradecer, já agradeci demais. Hoje é dia de cantar parabéns. E amanhã, como vem sendo praxe, apagar as velinhas em mais um baile diante daquele outro time da cidade. Aquele que, logo depois do centenário, disputou a Série B, lembra?

André Marmota formou-se jornalismo e ainda estuda o tema na pós-graduação. Mas o que importa é ter saúde, não é mesmo? Quer saber mais?

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Comentários em blogs: ainda existem? (7)

  1. Minha pseudo-intelectualidade que me perdoe, mas este post exige um único comentário: “MENGO!”.
    hahahahah

    Parabéns ao Inter. Acho que, em geral, os times do Sul são pouco respeitados no ES. Tive um amigo que já havia me apresentado à grandeza do clube.

    Fica aqui o meu respeito.
    🙂

  2. Parabéns, cara! E também ao Inter, gigante, principalmente depois dos títulos sul-americano e mundial em 2006, né?

    Aliás, só não gostei do seu texto do dia 17 de agosto daquele ano fatídico. Humpf!

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