Sabe o filme engraçadinho que passou na Tela Quente segunda-feira passada? Pois eu vi Show de Vizinha (The Girl Next Door) no cinema, em 2004. É claro que a motivação, na época, era hormonal (entenda-se Elisha Kim Bauer Cuthbert, a mocinha que qualquer marmanjo adoraria ter na casa ao lado). Enfim, entrei na sala esperando por um filme divertidinho e saí com uma impressão muito melhor, graças à trilha sonora. Músicas de Echo & The Bunnymen, The Verve, David Bowie e The Doors, encerrando com a clássica Baba O’Riley, do The Who.
É uma pena que, por uma série de razões envolvendo gravadoras, o CD com a trilha sonora simplesmente ignorou as melhores canções do filme – é possível encontrar a lista com as 38 músicas do filme tanto no site da Amazon quanto em outras fontes na web. Não fosse por esse detalhe, certamente eu desembolsaria alguns cruzeiros para guardar na estante, em local aprazível, o retrato da Elisha Cuthbert.
Não sou cinéfilo de carteirinha como o Henrique Jábali, mas uma coisa é clara para qualquer amante do cinema: em alguns casos, a seleção perfeita das músicas ou mesmo composções próprias podem elevar um filme a um patamar elevadíssimo. Meu exemplo preferido é De Volta para o Futuro: Robert Zemeckis e Bob Gale declararam que a música composta por Alan Silvestri “é maior que o próprio filme”.
A verdade é que já faz muito tempo que eu não compro um CD, mas puxando pela memória, um dos últimos foi justamente um “soundtrack”: o de Simplesmente Amor, em 2003. Não só para recordar o filme mais bacana daquele ano, mas também por razões sentimentais. O último disquinho da minha coleção também foi uma trilha sonora dee filme: Fábio Fabuloso. Essa predileção me fez voltar no tempo neste sábado à tarde e resgatar algumas trilhas que marcaram a minha vida, não necessariamente pelo filme.
#5 Titanic – Talvez decepcione alguém, afinal de contas o disco traz apenas as trilhas compostas por James Horner e usadas a todo momento naquele popular blockbuster de 98, batizado por muitos como “muita água com açúcar em cima de muita água salgada”. E ainda tem a Celine Dion! Mas a explicação é sentimental também: ao contrário de todos os espectadores emocionados (que chegaram a encarar a fila do cinema cinco vezes para rever o Leonardo DiCaprio congelar), eu vi Titanic apenas uma vez, ao lado de uma futura namorada, em janeiro. Foi nossa “primeira vez” em uma sala de cinema. Em fevereiro, no aniversário dela, deixei o CD do filme na mesa dela – eu tenho o costume idiota de comprar dois iguais antes de presentear alguém especial. Foi assim com Simplesmente Amor também.
#4 Alta Fidelidade – A história que remete a vida de praticamente toda a minha geração fica muito melhor no livro de Nick Hornby em relação ao filme. Mas não dá para ignorar a trilha do filme que conta a história de um DJ dono de uma incrível loja de discos, que presenteava com fitas cassete contendo as músicas certas… Sem falar nas listas com cinco coisas. Apesar de Alta Fidelidade apresentar o mesmo problema de Show de Vizinha (o filme tem mais músicas que o CD), a seleção foi perfeita.
#3 Ou Tudo ou Nada – A comédia inglesa Full Monty é de 97 (lembro de ter visto no cinema), e conta a hiatória de uma turma de desempregados disposta a tirar a roupa para faturar uns trocados. A trilha é repleta de pérolas da disco music; foi a primeira vez que ouvi falar em Gary Glitter; ten outras canções clássicas; e tem You Can Leave Your Hat On, música que encerra o filme. É uma das minhas trilhas preferidas, ao lado de…
#2 Pulp Fiction – O filme não é conveniente para ser visto durante o jantar, mas é inegável o talento de Quentin Tarantino não apenas para prender o espectador diante da tela, mas para aliar imagens fortes com trilhas surpreendentes. A vontade de ouvir o CD e reproduzir os diálogos do filme (como acontece com a ótima trilha de Kill Bill) começou aqui. Cansei de ouvir essa trilha – só não gastou mais que os dois discos do filme…
#1 Forrest Gump – Quando consegui comprar meu primeiro videocassete, já em 95, a primeira fita VHS que assisti no sofá, ao lado da família, foi a vida desse curioso contador de histórias, passando por inúmeras etapas da cultura norte-americana nos anos 70. A trilha sonora é um apanhado esplêndido de 32 canções clássicas (incluindo Creedence!), que ganhei no final de 96, no amigo secreto da empresa.
É óbvio que o tema rende milhares de listas não menos interessantes, repletas de sugestões que podem representar excelentes descobertas. Que tal deixar as suas por aqui ou em seu blog?
Titanic???????????? hehehe, não resisti. Cara, concordo com sua lista, são todos (Titanic?) ótimos filmes. Se fosse fazer uma lista dessa estava perdido. Já cheguei a conclusão que só faço top 100 agora. É mais prático. Mas, não poderia deixar de faltar, em meu caso, Greese (clássico) e Em algum lugar do passado (triste, mas legal).
P.S. – Também adoro fazer coletâneas para as pessoas que gosto.
Gosto da trilha (orquestra)de Double Indemnity, do Billy Wilder, com Barbara Stanwick e Fred MacMurray. Idem trilha de Quanto Mais Quente Melhor com Marilyn, Jack Lemon e Tony Curtis, a música que levou o Oscar© do 8 Mile, Lose Yourself, do Eminem, a música de An affair to Remember com Cary Grant e Debora Kerr. E as trilhas dos filmes dos Beatles.
Bom domingo, André.
Embora não curta muito soundtracks (sempre tem umas cinco músicas que você detesta junto com as outras dez imperdíveis), dá para fazer meu top 5:
– Final Fantasy VII Advent Children: as melhores músicas instrumentais do cinema, criadas pelo japonês Nobuo Uematsu.
– Donnie Darko: o melhor dos anos 80 (e uma regravação estupenda de Mad World, do Tears for Fears, feita pelo Gary Jules).
– Music from The O.C.: adoro o clima do seriado, e os CDs da trilha sonora são de um capricho incrível.
– Over the top: outra de quando ainda nem tinha nascido (eu acho), mas que é um belo apanhado dos anos 80.
– Neon Genesis Evangelion: outra obra-prima vinda do Japão. J-music de primeira, com algumas instrumentais belíssimas.
Taí minha lista :).
[]’s!
Quando vi o título deste post a primeira coisa que me veio à mente foi o Alta Fidelidade.
Todos os outros filmes discutidos assisti algumas vezes, com especial atenção ao Tarantino. No Forrest Gump eu listei, com amigod todos os eventos históricos, hehehehe!
Abraços!
Sorte sua que o povo aqui é “intectus’…senão, já estavam de pau dizendo que era um tal de meme…e coitado ..a gente nem pode escrever 5 ou 6 coisas que gosta muito, que o pvo ta achando que é lista…
vai ser desocupado longe…
desses que vc falou, fico com ‘pulp fiction”, que amo…
depois vem para mim, a trilha do filme “iam sam”, com o sean penn…, ei amo os beatles, e gostei pra caramba do fimeinho…e tem um filme brasileiro,o “cazuza”, que eu adoro a trilha e escuto sempre…sem contar help…
enfim, sou uma ouvinte meio repetitiva!
bjos, e descansou??? rsss
Também assisti o filme na Tela Quente. Também tive a mesma impressão quando assisti. Pensei que ia ser mais um besteirol americano mas adorei o filme. Tanto que aluguei pra assistir denovo com as cenas que foram cortadas. E na mesma noite consegui achar um torrent com a trilha sonora organizada por um fã. Ao todo são 44 músicas.
Sempre que gosto de um filme corro atrás da trilha.
Ah… parabéns pelo blog. Sou um assinante novo e estou adorando os seus textos 🙂