Amores de Hopi Hari não cruzam a fronteira

Todos os sinais indicavam que nosso tradicional passeio ao Hopi Hari seria péssimo. Da Turma do Nemfú original, compareceram apenas eu, Sabbath’s e Pingüim. Todos os outros estavam enrolados no trabalho, ou inventaram alguma desculpa esfarrapada para furar – caso da Nikki, que manteve a escrita mudando de idéia em cima da hora.

Mas haviam outros sinais. Por alguma razão misteriosa, o trânsito paulistano estava horrível, apesar da agradavel temperatura na manhã de sábado. Tanto que deixei o casal Pat e Tuca esperando por uma hora em nosso ponto de encontro. Mais alguns minutos para encontrar a dupla dinâmica e, finalmente, viajar ao país mais divertido do mundo. Chegamos ao parque ao meio-dia, duas horas após a abertura dos portões.

Hopi Hari 2007Atraso trágico? Que nada. Mal chegamos ao estacionamento para constatarmos a primeira surpresa: um pátio praticamente desocupado. Na primeira entrada, a mesma onde funcionários costumavam fiscalizar bolsas para impedir comidas e bebidas, ninguém. Descemos a escadaria em direção às bilheterias e catracas… E onde estavam as filas? A muvuca? Aquelas coisas todas que impedem qualquer diversão? Aquilo não podia ser verdade.

Mas era. Tivemos que esperar cinco anos para “sortear” uma data qualquer e encontrar um Hopi Hari dos sonhos. O passeio foi tão agradável que eu sequer liguei para o que normalmente incomoda, como o famigerado “Ropi Rango” (comi meu sanduíche e não encontrei o hambúrguer de calabresa) ou as lojinhas de sempre (até comprei uma malha e um chaveiro, de tão feliz que fiquei).

E as filas intermináveis, onde estavam? Tirando os brinquedos “favoritos”, em todos os outros bastava chegar e brincar, sem qualquer espera. Para se ter uma idéia: o Rio Bravo, uma das atrações mais populares, estava sossegado ao cair da noite, a ponto dos funcionários ignorarem o fato de permanecermos no barquinho para mais uma volta…

Nas outras brincadeiras, como o Katapul (a rápida montanha russa azul), a Montezum (a clássica de madeira) ou mesmo em filas injustas, como o Kidsplash (um mini-circuito lerdo onde o objetivo é simplesmente tomar um banho), não passamos dos 40 minutos de espera – para os padrões do parque, é muito pouco tempo.

Com cinco anos de experiência em Hopi Hari, a Turma do Nemfú virou especialista em filas, graças a dois sucessos de anos anteriores: o baralho de Can-Can e o estojo de mini-senha – ambos despertaram a curiosidade e renderam burburinhos. Um dos interessados chegou a perguntar se o joguinho “era vendido no parque” – olha que chance o país mais capitalista do mundo está perdendo.

Hopi Hari 2007Mas apesar do sucesso das atrações-master, a vedete da tarde foi o barco viking, por mais incrível que possa parecer. No Playcenter, o balancê da caravela é uma das atrações principais, mas em Hopi Hari, o “Vulaviking”, apesar de chegar aos 90º em relação ao solo, é um brinquedinho coadjuvante.

Tanto que, obviamente, não tinha ninguém na fila. Ou melhor, alguns cururus estavam na frente, apesar dos lugares vazios na barca. É que as belezuras queriam sentar na ponta, pra sentir mais emoção. “Ainda tem vinte lugares”, avisou a mocinha da fila, assim que chegamos. Embarcamos na mesma hora.

Assim que sentamos, combinei com o Pingüim uma das nossas “bobagens” para agitar a brincadeira.

– Repare que todo mundo levanta o braço e grita quando o barco desce. Vamos fazer o mesmo, mas fora do timing.

E assim foi feito. Assim que um grupo concluía o grito e o silêncio se fazia, era a minha vez de erguer as mãos e soltar um berro. A Pat e o Tuca foram os primeiros a rir. Logo depois, outros cururus do barco faziam o mesmo. Uma jovem mocinha, bem na minha frente, gargalhava sistematicamente a cada momento em que eu repetia aquilo.

Hopi Hari 2007Sim, cinco anos de experiência em Hopi Hari… Pingüim logo recordou nossos tradicionais gritos de guerra: “A é i, meu hambúrguer vai sair!”, “Bota pra subir… Toma viagra!”, “A a a, a fila vai esperar” e o genial “Inha inha inha, a fila ta quietinha”. Esses memes logo se contagiam entre todos, que gritam e balançam sem parar de rir. E o bobo aqui continuava com a estratégia do “grito fora do timing”.

Nessa altura, o que pensavam os baiabas da fila, que ficaram esperando a próxima rodada? A festinha contagiou inclusive a linda mocinha que controlava o brinquedo. Ela provocava a fila, alternava a velocidade do brinquedo e ameaçava concluir o balanço. Na primeira vez em que o barco viking ameaçou parar, não tivemos a menor dúvida. “Gostosa! Gostosa! Gostosa!”.

Era, sem sombra de dúvidas, um risco. Nem toda mulher gosta de ouvir esse tipo de elogio, especialmente quando ele surge em bando. Surpresa, a bela loirinha arregalou os olhos e soltou uma gargalhada, demonstrando que ela levou na brincadeira. Não demorou para que ela dissesse, ao microfone:

– Então tá, vocês vão ficar mais um pouco, porque eu gostei desse rapaz de amarelo.

Hopi Hari 2007Todos os passageiros do barco se viraram em direção ao bobalhão com a camisa do Charlie Brown e chapéu engraçadolho. Joguei um beijo para a mocinha e continuamos a festa até o fim da brincadeira.

Estava sem voz e inebriado o suficiente para simplesmente deixar o brinquedo… Depois fiquei pensando: “receber uma cantada no barco viking não tem preço, mas perder a chance de deixar o telefone com a linda mocinha pode ter preço sim”. Já estávamos na roda gigante, acompanhando o fim do pôr-do-sol, quando cheguei a conclusão mais idiota: amor de Hopi Hari não sobe a serra.

Enfim, depois dessa tarde, vai ser difícil recusar um convite da Turma do Nemfú.

André Marmota acredita em um futuro com blogs atualizados, livros impressos, videolocadoras, amores sinceros, entre outros anacronismos. Quer saber mais?

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Comentários em blogs: ainda existem? (20)

  1. André,
    Eu não sou muito fã do Hopi Hari, porque tenho labirintite, mas minha noiva é viciada e o primo dela trabalha lá. Então quando nós vamos, não pegamos fila nos brinquedo mais demorados, sabe aquele nervosismo de ficar na fila mais de 1 hora esperando sua vez, então a última vez que eu fui não passei por isso.
    Quem sabe no próximo passeio da turma do Nemfú podemos combinar e aumentar essa galera.
    Abraço

  2. Foi incrível, um dia daqueles que ficam pra sempre na memória e acabam virando lenda: “Lembra aquela vez que o Hopi tava vazio e a gente ficou meia hora no Viking??”

    Tarde inesquecível… Post divertidíssimo!!!

    Repeteco ainda este ano? Tô dentro!

    Aquele abraço!!!

  3. O Mr. Pinguim sempre arrasando! rsrsrsrs
    Por uma semana não pego vocês no parque…
    É isso mesmo. Sábado (dia 21) estarei no Hopi Hari! A agência resolveu fazer a excursão nessa data por causa do feriado.
    Bem que vocês poderiam ter marcado pra uma semana depois, né?! rsrsrs Nem vou te falar!
    Saudades de falar contigo!!!
    Vendo seus posts da até vontade de fazer um blog… Vou pensar seriamente no assunto! rs
    Manda um super beijo pra Turma do Nemfú!

    Te adoro, querido!!!

  4. Que sorte ter o parque so p/ vcs!!!

    Sou do Rio e gostaria de levar meus filhos para conhecer o Parque.
    Talvez vcs tenham uma dica de hospedagem próx. ao parque. Porque com tantas filas acredito que não dê para conhce-lo em um dia.
    Abraço,
    Ru

  5. OLÁ ME CHAMO SHEYLA APARECIDA DE OLIVEIRA SABE EU LHE ESTAVA QUERENDO UMAS AJUDINHAS QUE EU SEMPRE QUERIA NA MINHA VIDA P/ SEMPRE VCS ME DAR UMAS AJUDINHAS SABE PORQUE EU QUERO LHE CONTAR A MINHA LINDA E MELHOR HISTÓRIA QUE EU ASSIM?????

    QUE É ASSIM QUE É POR CAUSA QUE EU LHE QUERIA SABER SE AONDE O BETO CARRERO Wordl SABE POR QUE QUE É POR QUE É ASSIM QUE EU SEMPRE NUNCA FUI ENTENDEM BEM COMO QUE É SABE ASSIM NÉ AI EU QUERIA IR AO BETO CARRERO Wordl ASSIM ME DAR UMAS AJUDINHAS SOBRE TUDO O QUE EU ESCREVI ESTAR BEM E FAÇAM ISSO O QUE ESTAR E O QUE EU LHE ESCREVI ENTENDERAM NÉ ENTENDERAM BEM PESSOAL????????????????????????????????DE MIM Sheyla Aparecida De Oliveira

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