Agradeça a Ruth Lemos!

Um comentário inocente no blog do cumpadi Inagaki, que merecidamente recebeu em março a maior visitação desde sua criação, desencadeia uma discussão, no mínimo, interessante. Meu comentário foi o seguinte:

Visitação recorde em março? Agradeça a Ruth Lemos!

Todos sabemos que o Inagaki não precisa da história do sanduiche-iche nem mesmo de outros recursos como “rita cadillac pelada” para atrair leitores via Google. Mas analiso pelas estatísticas do MMM em março: média de 600 pessoas por dia, 80% deles em busca do vídeo da nutricionista. Fenômenos como este, além das fotos da Giovanna, da baranga do ministério, do gordinho do apê, da suruba em Ribeirão Preto… Produtos da cultura internética tupiniquim.

Se é que podemos chamar “cultura” essa e outras práticas que considero contra-produtivas. Achar que redatores de sites podem se transformar em redatores de trabalhos escolares ou distribuidores de arquivos por e-mail, ao invés de ir à luta. Distribuir textos (ou pior, arquivos de power-point) sem creditar o autor (ou pior, carregando toda sorte de executáveis ocultos). Tratam a web como uma terra sem lei, onde tudo é possível, o filho chora e a mãe não ouve. E a manada passa, nem aí se for por blogs ou não. Deviam orientar o internauta brazuca à medida em que nos esforçamos para incluí-los nesse grupo.

Mas enfim. A resposta do Inagaki ao comentário acima é uma alternativa – quer dizer, uma dura em minha visão pessimista dos fatos. Assino embaixo, e torço mesmo para que o panorama atual contribua para uma melhora global:

Cara, eu sinceramente começo a achar que a blogosfera brasileira passa por uma fase excelente, com profusão de novos blogs de excelente qualidade, como O Biscoito Fino e a Massa, Uma Malla pelo Mundo, Sheila Lerner, Doidivana e Rei Açúcar. Além disso, o fato de poder compartilhar o ciberespaço com caras como o Rafael Galvão ou os caras do Insanus.org, a crescente divulgação dos blogs em espaços como o caderno Link do Estadão ou a coluna do Nelson de Sá no primeiro caderno da Folha fazem parte desse contexto em que blogs que têm o que dizer estão, paulatinamente, tendo crescimento de visitações. É dentro desse cenário que comemorei o recorde de visitas de Pensar Enlouquece - é um diagnóstico ainda prematuro, e por isso ainda não dediquei um post a ele, mas tenho a impressão, por intermédio das leituras que faço por aí, de que a blogosfera tupiniquim passa por sua melhor fase.

***

Ainda sobre a influência blogueira na web, um comentário do Fernando Henrique Baldissera – como ultimamente só as cartas sem noção infestam nossos e-mails, é sempre bom postar um elogio:

Engraçado, mas a cada dia fica mais óbvio que a internet não é mais a mesma depois dos blogs. O marmota.org é um exemplo disso, juntamente com o LLL, o Rafael Galvão e o Wunderblogs. Vocês ditam regras e dão um toque de genialidade que a internet precisava.

De minha parte, obrigado!

André Marmota pode perder um grande amor, um amigo de longa data ou uma oportunidade de trabalho... Mas não perde a piada infame. Quer saber mais?

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Comentários em blogs: ainda existem? (6)

  1. Se eu soubesse que meu e-mail ia virar post aqui, faria os devidos contrapontos a fim de levantar os vários pontos de vista a respeito da situação atual da blogosfera. Por exemplo: enquanto os blogs supracitados mostram que sempre chega gente nova com coisas a dizer na Web, a Gi Ruaro concluiu, reverberando um post do Marcaurélio, que os blogs acabaram.

  2. Muito obrigado a ambos os dois 🙂 pela menção generosa. Estou inteiramente de acordo que a blogosfera brasileira passa uma fase muito boa. A quantidade de blogs bons ou excelentes é bem maior, por exemplo, que nos países hermanos. Abraços,

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