Vamos brincar de senha?

Filas entediantes. Pessoas desajustadas. Impaciência e decepção. Uma das soluções possíveis diante de um cenário horrendo desses ao lado dos amigos é um joguinho. E em nossa ida ao Hopi Hari no último domingo, a brincadeira foi a mini-senha. Você conhece?

Em 1970, Mordecai Meirowitz, um israelense especialista em telecomunicações, inventou este delicioso joguinho de deduções. O sujeito viu sua idéia recusada por praticamente um ano, até que um grupo inglês, a Invicta Plastics, encontrou Meirowitz numa feira de brinquedos em Nuremberg, Alemanha, em 1971. Comprou todos os direitos intelectuais do brinquedo e o lançou na virada do ano, com um nome que seria conhecido mundialmente a partir dali: Mastermind.

A proposta não é nem um pouco complexa: um cururu escolhe uma combinação de quatro cores entre oito possíveis. O adversário precisa descobrir exatamente qual a sequência e, para isso, conta com dez tentativas. A cada chance, o cururu informa quantas cores e quantas posições estão certas – sem, evidentemente, dizer quais são.

Fotos do Zé!

O jogo virou febre. Milhões de unidades foram vendidos no mundo todo, tornando-se o jogo do ano na Inglaterra em 1973, além de ser um dos maiores sucessos entre as novidades daquela década. Em 1977, Donald Knuth, um dos mais renomados cientistas da computação, chegou a uma conclusão matemática: é possível chegar a uma solução em cinco ou menos tentativas.

No Brasil, a Grow trouxe o jogo em três tamanhos diferentes nos anos 80: o senha tradicional, com combinações de 4 pinos usando 8 cores e 10 jogadas possíveis; o mini-senha, com 4 pinos mas 6 cores e apenas 8 jogadas, e o super-senha, com combinações de 5 pinos usando 8 cores e 12 jogadas. O brinquedo saiu de circulação por um tempo, mas está à venda nas lojas apenas em sua versão tradicional.

Em compensação, a versão pocket, essa para levar na fila, não se encontra mais em nosso país (acho), assim como não se encontra mais lojas de brinquedos como antigamente – ou como no Velho Continente, onde as lojas deixam qualquer moleque biruta. Tive a sorte de esbarrar com a caixinha do mini-senha, sonho de consumo desde minha infância, em uma dessas lojas batutas, em Munique. A versão alemã é produzida pela Parker Brothers (Parker Spiele), divisão da multinacional norte-americana Hasbro (criadores do cabeça de batata e do banco imobiliário).

Ficou com vontade de brincar? Não seja por isso. Entre as incontáveis versões em javascript e flash disponíveis na Internet, a mais bacana foi bolada pela 2 Inventive, empresa de design romena. Para jogar, é só clicar aqui e perder algumas horas da sua vida tentando adivinhar combinações. As regras são simples: pino preto quer dizer cor certa no lugar errado. Pino branco quer dizer cor e lugar certo. Pino nenhum quer dizer peeeeenseeeee!!!

Comentários em blogs: ainda existem? (3)

  1. Oque Disser sobre esse jogo, ele simplesmente foi o salvador da patria no hopi. Claro que se não fosse a perseverança de todos ali presente o dia realmente teria sido horrivel. Mas Enfim valeu mesmo André por ter levado nosso mais novo objeto de adoração ahahahahhahaa.
    abração

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