Vai, Rubinho, parte 8: o rei da chuva!

“Felipe Massa: a consolidação de um novo ídolo brasileiro”. Cansei de ouvir essa groselha há duas semanas, quando o brasileiro venceu o GP da França, em Magny-Cours. Deviam ter feito o mesmo barulho com o Kubica, primeiro polonês na história a chegar à liderança do Mundial de pilotos. Enfim, todos os estatísticos e pauteiros esperavam por esse momento desde 93, quando Senna havia sido o último brazuca na ponta da tabela. Só que o pessoal exagerou. Foi só o Massa chegar para catapultá-lo a favoritaço, a alguém preparado para o título mundial.

Se fosse como no ano passado, onde minha torcida pelo Massa era declarada, até entraria no oba-oba coletivo. Desta vez, fiquei com tanta raiva dessa tamanha babação que decidi ficar em silêncio. Esperei pelo tradicional GP de Silverstone, assim poderia realmente concordar com os ufanistas. Ou chegaria a conclusão de que 2008 possui pelo menos quatro pilotos capazes de disputar o campeonato até o fim, ponto a ponto.

Então Felipe bateu forte na sexta-feira, depois de ter sido o mais rápido nos primeiros treinos livres. Depois da pancada, não conseguiu render mais. Acabou largando em nono graças a um acerto malfeito e, debaixo de chuva forte durante toda a corrida, rodou cinco vezes durante a prova e chegou em péssimo-terceiro (13º) – colocação que, diante dos abandonos como o de Kubuca e Nelsinho, correspondeu ao último entre os que completaram as 60 voltas.

Com isso, a temporada 2008 tem agora três pilotos com 48 pontos: o próprio Massa, Kimi Raikkonen (quarto lugar na Inglaterra) e um feliz Lewis Hamilton, que vibrou muito ao vencer em sua casa (há oito anos um britânico não subia ao topo do pódio em Silverstone). A ponto de ter dito que esta foi sua vitória mais importante, a que lhe rendeu os sentimentos mais fortes.

Hamilton se saiu bem, sim. Mas se existe alguém que manda bem na chuva, este é Rubinho.

Desde 2000, quando Barrichello venceu pela primeira vez na carreira em Hockenhein, debaixo de muita água, o Brasil sabe: se chover, suas chances aumentam. O próprio Rubinho declarou, após o terceiro lugar, que seu filho Eduardo rezou para que chovesse… Sua Honda limitada o deixou em péssimo-sexto (16º) no grid, mas decidiu fazer apenas duas paradas. Apesar dos problemas que teve nessa última, optou por pneus para pista molhada e contou com a sorte. O mais experiente piloto da F1 voltou ao pódio após três anos e segue prestigiado ao menos em sua equipe.

Enfim, Barrichello em terceiro lugar é algo que, definitivamente, indica o quanto esta temporada é imprevisível. Assim, só me venham falar em “consolidação de ídolo” lá pra outubro.

Comentários em blogs: ainda existem? (7)

  1. Estou escutando o podcast sobre o Roberto Freire às gargalhadas. Quer dizer que a Luciana não gosta dessas “coisas mundanas.” Deixei um post só pra ela sobre … que vá lá, ora!

    Falar sobre corridas, tô fora, mas parabéns pelo Inter, falou?

  2. Dia desses passou uma matéria no Globo Esporte onde vários esportistas brasileiros eram definidos em uma palavra só: craque, ídolo, mito… Ayrton Senna foi o único definido como mito. Talvez seja esse todo o x da questão para o Rubinho e o Massinha: podem ser mil vezes campeões – coisa que nem vão – mas mito…
    Silvastone, rei da chuva, volta de placa…

    Nunca mais veremos a pista do autódromo ser invadida para que um mito seja carregado nos braços dos fãs.

  3. Fala, Marmota, tudo bem? Concordo inteiramente com o que você disse no post, então só faço uma correção: o Rubinho fez três paradas, a última porque a pista começou a secar e ele teve que tirar os pneus de chuva forte e colocar compostos intermediários. Em tempo: o próprio Ross Brawn admitiu que o erro na máquina de reabastecimento na segunda parada do Barrica fez com que ele perdesse uns 20 segundos, tempo que lhe poderia garantir o segundo lugar!

    Bjos,

  4. Ontem, eu fiz um post sobre o assunto e falando justamente o seguinte: Rubinho é melhor piloto que Massa!

    Rubinho fez, como segundo piloto, muito mais do que Massa fez como primeiro (?), se compararmos o mesmo período de tempo.

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