Quando coloquei no ar a enquete sobre a frase “o problema não está em você, mas em mim”, não esperava tamanhas reações – muitas delas registradas nos comentários relacionados ao seu resultado final. Lidar com sentimentos das pessoas que acabaram de se separar ou que ainda sentem esse gosto amargo na boca se mostrou algo tão controverso quanto política, religião ou futebol…
Prometi encerrar o assunto no domingo passado, mas gostaria de reabri-lo rapidamente: tenho o privilégio de não ter ex-namoradas, mas sim grandes amigas que fazem parte da minha vida até hoje – independente de quaisquer situações, sejam elas boas ou ruins, vividas no passado. E quando algum fantasma inventa de assombrar, seguro onde posso, deixo o tempo resolver as coisas e, quando a assombração vai embora, sigo a minha vida.
Infelizmente, não é o que acontece com muitos amigos meus, ainda apegados com histórias passadas e doloridas. Talvez por essa razão, apenas um visitante encarou a frase “o problema não está em você, mas em mim” como algo honesto. Para tristeza da visitante Bia, que infelizmente usou nome e e-mail fake para enviar a bela mensagem abaixo. Fica aqui o registro, como forma de agradecimento.
Oi, Marmota
Tenho lido muito o seu blog, e por mais que você não me conheça, encarei a sua pergunta de uma forma pessoal. E se quer mesmo saber, todas as meninas que já passaram por algo deste tipo na vida devem ter sentido aquilo.
E fiquei surpresa com o comentário das pessoas... O fato é que eu acredito ser possível a gente acabar um relacionamento por não estar bem consigo mesma. Já aconteceu comigo. Tive um um namoro muito bacana, mas a minha vida mudou muito... Enquanto estava com ele, passei por mudanças internas. E por conta disso, não conseguia me relacionar direito com as pessoas, e a crise chegou ao meu namorado, que não podia fazer nada, mesmo estando próximo.
Resumindo, tivemos que dar um tempo pq EU NÃO ESTAVA BEM COMIGO. Em outras palavras, o problema realmente NÃO ERA ELE, ERA EU!
Agora, se eu falo isso, com sinceridade, pra qualquer um dos meus namorados, quer dizer que ele vai achar que não estou sendo honesta com ele? Vai dizer que era mais fácil eu dizer "a verdade", que o amor tinha acabado? Ou que eu tinha arrumado outra pessoa? Mas como, se nada disso aconteceu, apenas uma grande crise interna, só minha!!!
Enfim, os comentários que li no seu blog são todos de pessoas amarguradas, que não acreditam ser possível alguém que diga a frase "o problema não é com você, é comigo" possa mesmo refletir a realidade. Mas acredite em mim, Marmota: isso acontece!
Sei lá, talvez quando a gente gosta muito de alguém, faz de tudo pra que este namoro dê certo, e de repente ela vem com essa frase, isso seja difícil de digerir. Por isso, preferiríamos ouvir coisas "definitivas", do tipo "não te amo mais" ou "te troquei por outro". Por mais que isso doa na hora, é algo que nosso organismo encara como ponto final. Daí passamos a achar que qualquer outra resposta que fuja disso - inclusive a confusa, vaga e indefinida "o problema é comigo" - acabam não convencendo...
E Por que as pessoas não acreditam? Isso me fez pensar por horas ontem! Ora, a angústia é ainda maior pra quem está em crise do que pra quem ouve a tal frase, porque a pessoa se sente culpada pelo problema causado no relacionamento. Claro que nessas horas é mais fácil pra todo mundo ver o quanto quem decide pelo fim faz a outra pessoa sofrer. Mas em nenhum momento alguém vem perguntar se eu também estava mal, se precisava de ajuda.
As pessoas sempre procuram olhar o que lhes parece mais fragilizado, o que "tomou o pé na bunda". Mas não percebem que ambos sofrem igualmente. Acredite em mim: dói igualmente! E tem, além de toda a dor, o sentimento de culpa pelo sofrimento alheio. E pelo medo de estar fazendo uma grande burrada. Nossa, isso sim é foda. Até hoje tenho esse medo... Juro pra você.
E no meu caso, meu ex-namorado sabe bem sabe que fui me afastando dele aos poucos e, ao mesmo tempo, estava me afastando de mim mesma, em grande parte por conta de tudo que se passava na minha vida. E ele também levou muito tempo pra entender - se é que ele um dia acreditou em mim. Sabe por quê??? Insanidade da paixão, que é absolutamente humana, compreensível e presente na nossa vida. Mas não deixa de ser uma loucura, uma espécie de anestesia que damos em nós mesmos, pra suportar esta dor tão grande de viver sem alguém que tanto amamos.
Desculpa se eu escrevi demais... É que realmente não quero que ninguém fique perturbado com isso. Posso ser romântica, utópica e tudo mais, mas acredito em histórias que vem e que vão. Viver é isso! Temos é que aprender com as pessoas que passam por nossas vidas e, um dia, resolver, de comum acordo, não se separar mais de alguém e construir uma vida juntos. Tudo isso é consequência de vivermos e nos deixar envolver pelas pessoas e pelas histórias que elas trazem e ajudam a escrever.
E quer saber? O tempo vai passar e todo mundo vai se ajeitar de novo, como na sua história do quebra-cabeças. Existem pessoas que se gostam e estão dispostas a viver uma história juntos!
Beijos, Bia
Agora sim, chega de falar nisso. Prometo a vocês!
Eu não sou a melhor pessoa pra falar no assunto.
Se alguém me magoa, eu mando pro inferno, mesmo.
E se alguém defende, mando pro inferno também.
Aprendi, com o tempo, que os inimigos merecem nosso respeito. Os traidores, nosso desprezo.
Bia, a amargura é resultado, não causa. Lembro do George do Seinfeld dizendo que usaram com ele “the it’s-not-you-it’s-me routine”, que ele diz ter inventado. Essa frase é de alcance mundial e praticamente nunca ouvi uma história como a sua, mas claro que acredito que exista. Pra falar a verdade, nunca usaram isso comigo até hoje (meus ex são uma história à parte). A base do meu comentário não foi atacar a frase, mas que não vale a pena se martirizar por isso e é muito importante se recuperar rápido dessas dores todas, porque pra frente vem outra pessoa muito legal que a gente tem que estar pronta para amar. Só isso.
Véio, quanto tá o convite pro Orkut? faça o preço e me mande o numero de sua C/C.
Ligêro, ligêro!!!
Olá,
Encontrei seu Blog por acaso e vi que vc adora rádio, fico feliz por saber que não somos poucos :-))
Bom saber que você curte radiodifusão e por sinal, eu tbm sou m radio-apaixonado, que se afastou do rádio por baixíssimos sala’rios.
Por acaso, trabalhava na Metropolitana FM< fazia Chupim, e vi que vc trabalhou na AM, em Mogi, correto?
Bons tempos em que o rádio era tão mágico quanto agra. Parabénns pelo Blog,
Denis Zoqbi
Véi, a encomenda não chegou no meu emeio ainda não. Tenta marcosvp@uerj.br ou injum@bol.com.br.
Nossa… não sabia que tinha dado todo esse rebouliço.
Melhor não falar nos significados da frase mesmo. Afinal, cada um é cada um. E ponto.
Postei um comentário mas não aqui, no post original.
:***
Como disse no meu último coment, o que vc gastou um monte de palavras se resume numa única frase.
Acabou, acabou….PAUNUKU e pronto!!!
Partam para outra, curtam a vida e um abraço, sejam felizes….
A tese do PAUNUKU é necessária