É sabido que a TV brasileira nasceu na década de 50, com Assis Chateaubriand, e suas primeiras atrações eram todas importadas do rádio, que até então detinha todo o poder que, nesses cinquenta anos, foram totalmente transferidos para a televisão. Naturalmente, atrações criativas e de sucesso no rádio migraram e foram adaptadas para o novo veículo: novelas, jornalísticos e programas de auditório – desde os primórdios, com Chacrinha, até os contemporâneos Sobrinhos do Ataíde.
Depois da enfadonha introdução, finalmente a observação. Neste domingo, tivemos mais um episódio neste processo: o programa Pânico, que vai ao ar diariamente na rádio Jovem Pan, fez sua estréia na Rede TV, às 18h30. Quem ficou zapeando no sofá, certamente não mudou de canal durante os noventa minutos em que o programa ficou ao ar – mesmo quem não conhecia o trabalho dos caras, há dez anos ocupando a faixa do meio-dia na FM paulistana.
Aliás, vale ressaltar que o Pânico não começou como humorístico – a intenção era discutir temas polêmicos, formato dos mais comuns e desgastados… Emílio Zurita e Marcelo Batista, aos poucos, mudaram o conceito. Ganharam o reforço do maestro Billy e do Marcos Chiesa, o “Bola”. Foi quando o Pânico virou um bate-papo escrachado com os ouvintes recheado de piadas. Em 1996, o já consolidado grupo de humor lançou um CD, cujas faixas de maior sucesso foram uma adaptação de “je t’aime” e “macacaralho”…
Tudo bem, nem todo mundo acha graça nesse estilo de humor. Mas o fato é que a coisa cresceu. O Pânico chegou a fazer parte do Caldeirão do Huck antes de chegar ao programa próprio. Dirigido por Pedro Henrique Peixoto (do finado Jovens Tardes), o programa tem auditório, Sabrina Sato, mulher-samambaia (enfeite?), ligações de ouvi, ops, telespectadores, além de suas tradicionais tiradas – em especial relacionadas a briga entre Gugu e Faustão.
Acreditem: até o meu pai deu risada em alguns momentos do programa, que apesar da “audiência monstro” na estréia, pode se firmar entre as opções de domingo à tarde. Independente disso, a conclusão evidente: apesar da crise, o rádio continua moldando talentos e os exportando para a TV. Tomara que por muito tempo.
Marmota Pergunta – Ainda sobre o domingo na TV, deixo aqui uma pergunta sobre o Domingo Ilegal, que voltou depois da polêmica envolvendo a entrevista falsa com membros do PCC. Durante a exaustiva cobertura sobre o tema, opiniões divididas sobre a liminar que tirou o Gugu do ar. Alguns defenderam a punição. Outros a definiram como censura prévia… E você, o que acha?
Na minha modesta opnião o que ocorreu com o Domingo Legal foi censura prévia!
Puts merda! Você desenterrou o CD do Pânico, heim? hahaha… ouvi muito!
Quanto ao Gugu, depende do ponto de vista: Se foi uma punição pela palhaçada, foi justo. Mas se foi uma decisão pautada pelo zelo da ética na TV, daí é censura. Porque daí deveriam tirar do ar porcarias como o João Kléber, Sérgio Mallandro, Márcia, etc, etc…
Abraços e uma ótima semana!
O gozado é que as pessoas só aplicam a “lei” quando querem…
Se eu tivesse poderes para tal, o Domingo Legal não seria o primeiro da lista.
Não, não é censura prévia. É pena. Quer um exemplo, só pra ilustrar, embora a legislação seja diversa? Horário eleitoral. Quando um candidato acusa o outro, as baixarias de sempre, sempre tem um programa suspenso. Alguém ousa dizer que é censura prévia? Não. Então… Por favor, não me venham dizer que é censura!!!
O judiciário não quer saber o que seria ou não passado no dia em que o programa não foi ao ar, queria “punir” pelo que já tinha ido.
E quanto ao Pânico… Não assisti. 🙁
Foi bom? Bom saber!
je t’aime?
Não acredito!
je t’aime?
Não acredito!