Buenos Aires (Argentina) – Qualquer viagem de férias, independente de destino ou acompanhantes, tem um bom número de vantagens e desvantagens – você deve ter uma ou outra lembrança positiva ou catastrófica. Mas enfim. Quando decidi passar um fim de semana em Buenos Aires para rever paisagens conhecidas e explorar lugares pela primeira vez, não imaginava que faria isso sozinho.
Convidei os amigos de sempre para virem comigo, mas como diria Renato Russo, estão todos sem dinheiro ou procurando emprego. Ainda tenho dois conhecidos na capital argentina, mas os dois decidiram viajar justamente agora, por causa do feriado nacional – para lembrar a morte do General San Martin, que foi num dia 17 de agosto, nuestros hermanos transferem “enforcamento” para a segunda-feira. Por fim, um casal de amigos tinha passagem e hospedagem garantida, mas um problema de última hora manteve a dupla em São Paulo.
Resultado: assim como em Porto Alegre, onde passei a maior parte do tempo “desencontrando” parentes e amigos, só me restou aproveitar Buenos Aires sem ter ninguém para compartilhar aquelas impressões bobas e momentâneas, que não cabem num blog. Por um lado é muito bom: ninguém faz perguntas sobre como vai a vida, o trabalho, o coração, essas coisas que você fez questão de deixar em casa.
Ao mesmo tempo, quando estou sozinho numa cidade diferente, meu meio de transporte preferido são meus pés. Chego a caminhar umas quatro, cinco horas por dia, em verdadeiras maratonas – na sexta fiz Obelisco – Corrientes – Puerto Madero – La Boca e neste sábado Retiro – Tigre (de trem) – Retiro – Santa Fé – Obelisco – Lavalle – Florida (aliás, Tigre merece um outro post). Neste domingo, decidi trocar a tradicional feira de San Telmo por Palermo. Os pobres, mas heróicos sapatos, estão aguentando firme, por enquanto. Mas tenho certeza de que poucos aguentariam o ritmo comigo.
Por outro lado, algumas coisas não funcionam sozinho – ao menos para mim. Balada, por exemplo. Não tenho a menor vontade de passar a noite num lugar agitado da Recoleta, porque sei perfeitamente quais são as minhas limitações interpessoais. Também não tive coragem de assistir a um dos dois jogos programados pela terceira rodada do Torneo Apertura: Boca x Independiente, em La Bombonera, e Racing x River, em Avellaneda. Assim, só me resta o cinema – o que deu um gás e tanto na minha lista de filmes assistidos em 2006: em uma semana, foram cinco vezes.
Enfim, escolher o programa, a hora de comer, o que comprar, onde passear… Pagar micos em portunhol, se perder em alguma bocada após um descuido com o mapa… Trocar a parrilla, o McDonalds ou o Café Havanna por três ou quatro guloseimas do Supermercado Coto… Enfim, economizar 40 pesos num táxi e encarar a linha 86 de ônibus comum por $1,35, que leva uma hora e cacetada entre Ezeiza e o centro de Buenos Aires, mas passando por lugares estranhos e encarando gente esquisita… São coisas que não têm preço.
Mas se eu pudesse escolher, faria tudo diferente, mas com alguém do meu lado.
Antes de seguir minha viagem, um lembrete: quando quiser passar bons momentos com os amigos ou mesmo impressionar a namorada, leve-os para Buenos Aires. Os vôos são baratos, assim como os hotéis da cidade. Em um final de semana, é possível conhecer muita coisa, fazer boas compras e se divertir até altas horas da madrugada. Vale cada centavo investido, e certamente vai te deixar com vontade de voltar outras vezes.
A partir de 2 de setembro, será exatamente o que eu vou fazer: me perder (com o Daniel) em Buenos Aires!
André: que invejaaaaaa!
Amanda: que invejaaaaa (não pelo Daniel, obviamente, mas por Buenos Aires)!
Mas 2007 me aguarda! Hehehe…
O título desse post também poderia ser “Catarse em Buenos Aires”, não acha?
E é bom mesmo não ter ninguém por perto pra perguntar sobre a vida, o trabalho e o coração, porque aí quem faz e responde essas mesmas perguntas é só você próprio, que é quem tem mais interesse nessa tríade. Mas responde com calma, sem se atormentar demais, coisa que no dia-a-dia acabamos fazendo.
Boas férias e boa sorte.
Ah… Buenos Aires… um dia também me perderei pela capital argentina!
Beijos
Ai, ai… Buenos Aires… Me perdi uma vez aí e mal posso esperar para repetir a dose. Se tiver um tempinho e quiser caminhar de novo por Puerto Madero, não deixe de comer no “Siga La Vaca”. E, na sobremesa, peça o Bombom Suiço! Tudo de bom! Aproveita bastante, André! Você merece!
Beijo!
Bom, como prometido para alguns amigos, quando eu tiver um emprego e, consequentemente, grana, eu irei primeiro para Porto Alegre e depois, seguirei seu conselho e irei para Buenos Aires. ;D
Eita! Da próxima vez me convida que eu vou, figura! 😉 ( até parece… coma grana que eu tenho não dá pra ir até a Rua Argentina quanto mais…)
Beijo
Carol
Excelentes crônicas.Sobre o jogo parece que eu estava no lugar.Principalmente essa última sobre Buenos Aires.Eu sempre tive vontade de conhecer mas o pessoal fala que é mt óbvia e contam os mesmos casos.mas sob a sua ótica me deu votnade de ir.Viu o Tevez por ai?
André, se você por acaso cruzar com o Carlitos por aí, poderia mandá-lo às favas por mim?
Grato!
Esse seu post me fez lembrar qndo eu fiquei 10 dias sozinho em Santa Catarina, me hospedei em Floripa mas ficava vagando o dia todo, alguns lugares foi bom estar sozinho, já outros não…
Abraço!
Esse seu post me fez lembrar qndo eu fiquei 10 dias sozinho em Santa Catarina, me hospedei em Floripa mas ficava vagando o dia todo, alguns lugares foi bom estar sozinho, já outros não…
Abraço!
Cara que pena que vc não é muito de noitadas de bar em bar pela noite meu amigo, pois uma coisa te garanto se tem uma coisa que vc vai encontrar nessas é lugares estranhos e gente esquisita.
ahhahahahahaa Bom depois de sua volta vamos fazer uma reunião ai pra saber os detalhes do relatorio de bordo.
Abração