Sopram ventos desgarrados

Finalmente, estamos de volta. Fotos e histórias novas – algumas vão parar aqui durante os próximos dias. Algumas músicas fizeram parte da trilha sonora do bate-volta: Green Day, Papas da Língua, Barão Vermelho, Eagle-eye Cherry, Pitty, Marron 5… E uma não sai da minha cabeça. Desgarrados, de Mário Barbará. Traz a idéia de como eram as coisas há alguns anos, de como estão agora, do tempo que passo longe do sul, da vontade que aumenta em ficar… Além da sensação nostálgica de que nada será como era antigamente. Para o bem ou para o mal.

Eles se encontram no cais do porto pelas calçadas
Fazem biscates pelos mercados, pelas esquinas
Carregam lixo, vendem revistas, juntam baganas
E são pingentes das avenidas da capital

Eles se escondem pelos botecos, entre os cortiços
E pra esquecerem contam bravatas, velhas histórias
E então são tragos, muitos estragos, por toda a noite
Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho

Cevavam mate, sorriso franco, palheiro aceso
Viraram brasas, contavam casos, polindo esporas
Geada fria, café bem quente, muito alvoroço
Arreios firmes e nos pescoços lencos vermelhos

Jogo do osso, cana de espera e o pão de forno
O milho assado, a carne gorda, a cancha reta
Faziam planos e nem sabiam que eram felizes
Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho

Sopram ventos desgarrados,
Carregados de saudade
Viram copos viram mundos,
Mas o que foi nunca mais será…

Comentários em blogs: ainda existem? (3)

  1. O meu feriado ainda não acabou – continuo em Minas (uai!), mas também estou com uma música* que virou trilha sonora dos meus pensamentos graças ao show de alguns amigos… Mas o efeito final é o mesmo: “Nada será como antes”. Dramático, não?
    *A canção em questão chama-se “Coisa mais gostosa”, do Dr.Silvana. É divertida. Quando tiver tempo, vale a pena encontrar.

Vai comentar ou ficar apenas olhando?

Campos com * são obrigatórios. Relaxe: não vou montar um mailing com seus dados para vender na Praça da República.


*