Sabe aquela luz no fim do túnel?

A Folha Online trouxe neste domingo uma série de matérias especiais sobre o bom e velho spam. Assinadas pela Fernanda K. Ângelo, as reportagens lembram que essa prática, barata e atraente para os comerciantes, “acarreta perda da produtividade nas companhias, bem como ameaças à segurança de redes e prejuízos de US$ 20,5 bilhões em 2003 para companhias de todo o mundo”. Além de encher o saco, entupir a caixa postal de lixo e fazer com que eu deixe de ler muita coisa que pode ser importante.

Mas a grande novidade é a criação do Comitê Brasileiro Anti-spam e do Código de Ética Anti-spam, idéia conjunta elaborada por associações e entidades ligadas a rede mundial, comércio e propaganda. O código já está disponível no site Brasil Anti-spam e está sendo divulgado entre as empresas associadas por e-mail (seria isto spam?). Em 30 dias, o código começa a valer, culminando, entre outras coisas, com “punição moral” de empresas-spammers ou até sua expulsão das associações das quais for membro.

A primeira vista, alguém diria que “está vendo aquela luz no fim do túnel”. Mas é provável que seja um trem desgovernado: não é preciso ler as centenas de mensagens indesejadas para saber que poucas – ou nenhuma – são enviadas por empresas ligadas a alguma associação comercial. E mesmo que o país sancione uma lei qualquer anti-spam, o máximo que pode acontecer é a institucionalização da palhaçada: “de acordo com a lei tal, do dia tal, este e-mail não pode ser considerado spam, já que você pode responder pra gente dizendo REMOVER. Faça isso para que tenhamos certeza de que você existe…”.

Entre todas as reportagens da série, a que me parece mais sensata é a entrevista com Ricardo Theil, perito em tecnologia digital: spam é como jogar lixo na rua, logo o problema é cultural – falta de educação mesmo. Tal prática só tende a diminuir após uma “conscientização digital” dos usuários. Enquanto isso…

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