Há exatos 30 dias, registrei aqui no MMM o início de uma viagem inesquecível que fiz há dez anos. Trata-se da primeira parte do especial Kiabodoce, que certamente vai ficar como Matrix: exige novos relatos, mas que vão sair muito tempo depois do previsto. Da mesma forma, ainda não tive como esgotar todo o material comemorativo de aniversário, mesmo três meses depois…
Mas o momento é oportuno. As histórias sobre aquela viagem, assim como todas que viram post, devem se sentir privilegiadas: nem todas as idéias pré-concebidas em um ano de blog puderam comemorar sua execução.
Assim, apresento as séries especiais do MMM que nunca entraram no ar. E nem vão entrar, por várias razões. Acompanhhe.
A vida de repórter como ela é – Imagine a cena: você sai da redação para fazer a cobertura rotineira de um assunto qualquer. Durante a execução, um repórter de TV picareta cria caso com o cinegrafista da concorrência, por um motivo bobo. A briga vai parar do lado de fora, como se fossem alunos do primário.
Essa e outras historinhas de bastidores alimentariam esta série, abortada por dois motivos. Primeiro: para minha própria segurança, não dá pra entrar em detalhes. Segundo: existem dezenas de repórteres-blogueiros, como a Erika, que já fazem isso, e muito bem.
Narazaki Folia – A Coluna do Narazaki (que também está atrasada) conseguiu trazer as aventuras e a opinião deste nipônico para a blogosfera. Mas isso já tinha sido tentado em fevereiro, após as peripécias de Narazaki em Salvador, durante o agitado carnaval baiano.
Durante os quatro dias de folia, Narazaki entrava em contato comigo por telefone, descrevendo tudo que viu de mais curioso e pitoresco. Nossas conversas eram gravadas, e o meu trabalho era simples: ouvir tudo de novo e escrever. Hmmm, já posso ouvir algumas risadas ao fundo…
Rádio Marmota – Não é segredo nenhum o meu fascínio por esse veículo. Tanto que, logo no primeiro mês de MMM, esbocei um projeto grandioso – cheguei a pensar até em transmissões ao vivo em streaming. Apenas um sonho maluco: não demorei para perceber o tamanho da viagem e cair na realidade. Em um ano, foram apenas dois arquivinhos. Ainda restam planos em áudio, mas bem mais humildes.
Ainda no braço multimídia do MMM: me espanta saber que nunca fui tão vidrado em TV quanto era com rádio, mas na prática aconteceu justamente o contrário… Vida longa para a Marmota Television.
Memórias alfabéticas de um solteiro – Em junho passado, ainda “celebrava” uma curiosa marca: completava cinco anos sozinho. Mesmo antes do mês dos namorados, cogitei a possibilidade de reorganizar histórias antigas e antigos rabiscos da era pré-blog. Recordações bem humoradas envolvendo minhas tentativas de relacionamento – mesmo os dois que se concretizaram tiveram curta duração. Daria para pegar um caso desses para cada letra do alfabeto, o que seria a espinha dorsal da série.
Mais uma que desisti por duas razões. A primeira: apesar de lidar muito bem com as minhas lembranças e limitações, não há quem não me censure, por achar que dou uma surra em minha auto-estima. A segunda razão fez com que eu amadurecesse muitos conceitos envolvendo o tema. Também pudera: tem lindos cabelos dourados, lábios doces, um sorriso irresistível e um futuro brilhante!
Ao final deste pequeno resgate de idéias, a conclusão é bem simples: seu blog pode ser a extensão dos seus pensamentos, mas existem dezenas de filtros e editores até os mesmos serem revelados.
Melhor assim, senão vira zona.
Que bom que a última das séries por aqui não entrou ao ar! Tomara que não precise entrar nunca, mesmo!
Seria um blog enquadrado na categoria “id”, “ego” ou “superego”? Ninguém despe a alma nesse meio eletrônico, né? Ou despe?