Já ouviu falar na palavra disclaimer? Significa “termo de isenção de responsabilidade”, e é usado em diversos sites para explicar a seus visitantes, em linhas gerais, que “não adianta colocar o deles na reta”. O disclaimer se tornou popular em sistemas de comentários, graças ao processo envolvendo o blog Imprensa Marrom e uma empresa de recolocação. Cumpadi Inagaki foi o primeiro a implementar o textinho explicativo.
Quem também cita o disclaimer são os professores Túlio Lima Vianna e Cynthia Semíramis Vianna, nesse excelente artigo publicado no Observatório da Imprensa. Com uma ressalva importante: “como o blogueiro é, tradicionalmente, a pessoa que detém o poder de autorizar os comentários, editá-los ou apagá-los, dependendo do sistema utilizado, a página de comentários está também sob sua responsabilidade”. Ou seja, só o disclaimer não é suficiente.
O artigo apresenta outros tópicos interessantes, ligados aos cuidados diante do anonimato e de críticas, que podem se transformar em processos judiciais. Através destas dicas, além de outros preceitos não menos importantes (inspirados no Jonas Galvez), está no ar a política de comentários do MMM. Tudo bem que considero este espaço sereno até demais (ou, em outras palavras, meio “água com açúcar”), mas precaução nunca é demais.
Notícia velha, mas que vale o registro. Certo dia um grupo de amigos loucos por blogs criam um serviço de hospedagem gratuito. Baixam a última versão do Movable Type, alteram parte do código-fonte (o que é proibido, já que o MT não é aberto) e abrem o mBlog. Oferecem recursos fabulosos aos seus usuários, sem cobrar nada.
Qualquer um que já tenha quebrado a cabeça com Internet sabe que uma página hospedada em um servidor representa dinheiro – grandes portais lidam com números do tipo “custo por mil”, culpa do grande gargalo da rede: a tal transferência de dados. Diante disso, é impossível sustentar um serviço como o mBlog sem grana. Ou melhor, muita grana. Isso sem falar na violação da licença de uso do MT.
Pois bem. No último dia 12 de outubro, o mBlog fechou suas portas, deixando seus usuários – entre eles o Reginaldo Siqueira, a ver navios. E foi além: convidou seus usuários a recuperarem seus posts no sistema pagando “irrisórias” 35 doletas. O cúmulo do absurdo – não me surpreenderia se soubesse que ninguém pagou um tostão pra estes cidadãos.
Em tempo: toda vez que você encontrar alguém oferecendo serviço bacaninha sem pedir nada em troca, lembre-se sempre das sábias palavras do Alexandre Cruz Almeida: não existe almoço grátis.
Ao menos, uma boa notícia em meio a esse pessimismo bloguístico. Garimpando pela gigantesca livraria da Stazione Termini, em Roma, descubro o recém-lançado Come si fa un blog, do jornalista Sergio Maistrello – que também mantém o blog do livro. Começa com o bom e velho passo a passo para quem não faz idéia do que é um, mas entra também em terrenos pouco explorados – cita ferramentas como Technorati, Orkut e Wiki, e tem um capítulo inteiro dedicado aos feeds, por exemplo.
Mas o entusiasmo do autor vai além das páginas introdutórias e das instruções detalhadas: o último capítulo é dedicado exclusivamente a evolução das comunidades virtuais, a difusão de ferramentas que estimulam a interação entre usuários e a criação de redes sociais… Enfim, todas as possibilidades diante de um mecanismo simples, mas muito rico.
Aos poucos, os blogs vão “saindo da toca”, deixam de ser exclusividade de quem conhece ou mantém um e ganham forma fora dos monitores, ocupando palpáveis prateleiras – uma das poucas maneiras de perpetuar idéias exaustivamente testada e aprovada.
A propósito, um dos apêndices do livro chama-se “la biblioteca dei blog”. Taí um bom tema pra deixar na gaveta e usar assim que puder.
MARAVILHA DO POST Marmota!!! Voltaste inspirado do Velho Mundo. É claro, ele é inspirador mesmo!!!
Adorei o tema, a escrita e as dicas do post. Quentíssimas para minha pesquisa!!!!
Beijos, Elisa
Falou e disse!
Pois é, o teu blog daria um livro também.
Nossa, os blogs estão muito mais avançados tecnologicamente do que na minha época do Mundo Antártico. Acho que não conseguiria mais manter um blog digno de leitura!
Um abraço!
Caramba… Não enviou meu comentário e ainda deletou o que eu escrevi… Pior é que sou igual a Dory (Procurando Nemo) e não lembro mais o que escrevi…
Vamos tentar de novo!
Olá, André!
Sua viagem passou voando…
Seja bem vindo à rotina, que ela seja diferente… :o)
Qto. aos blogs, depois da saga do Globlogger dá medo qdo. aparece srviço de hospedagem que prometem mundos e fundos (sim, eles ainda existem). Experiência própria de que é a maior furada.
Bjocassssss…
Agora foi!!!!
:o)
André, você é um rastreador vivo! Estava esperando tua volta prá te descrever o que houve e pedir a atualização de meu link, mas você é rápido e já está por dentro de tudo e nada tenho a acrescentar sobre o fim do mblog. O blog hoje é um interessante condensador de idéias, papos, afinidades. Se você é do interior (como eu) ou não encontra pessoas que discutam os mesmos assuntos que você na sua escola ou bairro, tá aí o mundo blog aproximando a todos. É um admirável mundo novo que pouco tem de individualista. Agora vou descer no Marmota (o blog) e ver o bota dentro (!) de viagem. Abraço.
O Sério Maistrello te cita no blog dele. Marmota invade a Itália!!
Blog também é cultura!
Aliás, está virando uma poderosa ferramenta de disseminação da cultura, com blogueiros altamente especializados que cobrem todos os ninchos de qualquer argumento.
Vamos dominar o mundo! 🙂
Ciao
Eu acho engraçado o termo “não há almoço grátis” ter a recém chegado por aqui. Os ingleses (incluindo todos que falam inglês) usam o termo com freqüência. Talvez agora que conhecemos o termo as coisas melhorem no Brasil, afinal ele é mais que um termo, é um modo de pensar e agir.