Planeta Atlântida: eu fui!

Em um mês de férias, é possível escolher uma entre quatro semanas para viajar. A nossa opção, entre os dias 21 e 28 de janeiro, caou como uma luva. Primeiro: nela conseguimos datas suficientes para reunir, pela primeira vez, os quatro estúpidos. Segundo: no final de semana correspondente, Florianópolis recebeu o Planeta Atlântida, um festival de rock promovido pela maior rede de rádio FM da região sul. Mais um excelente pretexto.

Durante a viagem de ida, já analisávamos as atrações da festa, que seria realizada nos dias 24 (sexta) e 25 (sábado). Logo de cara, algo nos chamou a atenção: as bandas de maior renome entre boa parte dos nossos conhecidos – Skank, Jota Quest, Capital Inicial e Engenheiros (tudo bem, acho que só eu aqui gosto dessa última) – fariam suas apresentações no primeiro dia. Detalhe: os ingressos custavam dez reais a menos em relação aos shows de sábado, que reuniam bandas mais conhecidas por lá em sua grande maioria.

Não tivemos dúvidas: garantimos nossa presença apenas na sexta-feira, ao lado de outros 40 mil que lotaram o parque especialmente montado na Rodovia SC-401, em Canasvieiras. Alguns quilômetros antes, trânsito na estrada. Faltando poucos metros, bolsões de estacionamento que lembravam um campo recém lavrado. Já havíamos perdido o primeiro show – o da sensação do verão gaúcho Armandinho. E enquanto encarávamos uma fila muito desorganizada, um dos palcos recebia a banda de reggae local Iriê. Assim como outros milhares, passamos cerca de uma hora esperando autorização para entrar.

Felizmente deu para conversar com uma loira muito simpática e com outra menina, uma moreninha mais baixinha, durante a espera. Foi bom para acalmar os ânimos antes de enfrentar os malcriados seguranças. Na certeza de que estava me enganando bem, sem fazer vista grossa, o cururu que me revistou me proibiu de entrar com a minha caneta.

– O quê? Essa canetinha inofensiva?
– Não pode.
– Tudo bem, vai ser um belo presente pra você! – respondi, sorridente, entregando a minha bic azul.

Aquilo só serviu para irritar ainda mais o baiaba do segurança e o outro que estava bem na frente, responsável pela tradicional pulseirinha. Nem preciso dizer que, lá dentro, foi possível encontrar gente com grossas correntes no pescoço – isso sem falar na idéia genial dos organizadores: ao invés de cascalho fino, o chão era forrado de pedregulhos capazes de fazer um belo estrago.

Eu e minha grande boca… Durante o show do Cidade Negra, o único solteiro entre os quatro amigos tentar falar com uma bela moça trajando uma camiseta, cuja estampa era uma frase do Claudio Abramo – O Jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.

Justamente naquele momento, os primeiros sopapos entre os espectadores. Um clarão foi aberto pelo pânico enquanto dois baiabas brigavam. Nisso, um terceiro pegou duas pedras do chão e atirou. Não vi pra qual lado, estava mais preocupado em sair da linha de fogo.

Claro que, para quem já foi a grandes festivais, acha tudo isso muito normal – e até esperável, tanto quanto aquela marola insuportável provocada por aqueles grupinhos afim de entrar numas. Também aceitável a presença de “ingênuas mocinhas” no meio desses grupinhos, contrastando com o grito de “quanta gente saudável” da locutora no intervalo entre um show e outro. Nessas horas, é duro ser quadrado: tratei de desligar parte dos neurônios e aproveitar mais o espetáculo.

Aliás, coisa que os outros Estúpidos fizeram com perfeição. Narazaki se divertiu como sempre, apesar da frustração de “se perder” na direção dos camarotes com o Adilson, que procurava pela Lan House. Minutos depois, Lello Lopes também lamentou o curtíssimo show do Capital. Cansados, fomos embora sem assistir ao show dos Engenheiros – tive que me contentar com a transmissão simultânea no rádio.

Apesar da canseira, o cumprimento do Narazaki na saída, seguido de um “obrigado, foi um puta show”, resumiu a nossa maior “noitada” em Floripa, um dos motivos pelos quais podemos dizer que valeu a viagem.

André Marmota tem uma incrível habilidade: transforma-se de “homem de todas as vidas” a “uma lembrancinha aí” em poucas semanas. Quer saber mais?

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Comentários em blogs: ainda existem? (4)

  1. Assim eu choro poxa. Primeiro por ter sido em Floripa e segundo por eu ter perdido o show dos meus (???) meninos do Jota Quest. E que lindo tem imagem do meu (???) Rogerio. Obrigada por isso adorei!!!Beijos Nikki

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