Oitavo dia: cidade que nunca muda

Fazia mais de uma semana que Marmota estava longe de São Paulo, e desde sábado passeando pela aprazível Pelotas. Aquela quinta-feira era o seu último dia na cidade: entre passar o dia na praia, sair com os amigos para a Cascata ou para fora, preferiu torrar sua grana nas lojas do centro da cidade. Vai entender…

Pelotas, RS. Por pouco tempo.
Hoje é 2 de janeiro de 2003

O dia já está no fim, Diário. Isso significa que a nossa passagem pelo sul do Brasil também está bem perto de terminar. Pois é, em pouco menos de uma semana, sequer consegui cumprir um único item daquela lista de coisas a fazer, a mesma dos últimos finais de ano: conhecer Rio Grande, o Museu da Baronesa (por pior que seja, como dizem), entre outras atrações. Nem mesmo ao Cassino vai ser possível ir nesse ano.

Felizmente, hoje tive tempo de sobra para caminhar pelo centro da cidade. Logo depois do almoço, embarquei no Turf e, em menos de meia hora, já estava na Marechal Floriano, no "abrigo" dos ônibus, como eles dizem aqui. É engraçado pisar nesse centro de novo depois de um ano... A impressão que eu tenho é a de que fui embora ontem.

Também pudera: tudo igual. As lojas, as ruas, os vendedores de suco de laranja, as galerias, a banca de revistas no calçadão da Andrade Neves... Até a aparência de abandono na Praça Coronel Pedro Osório, na praça que recebe as barracas dos camelôs e na da caixa d'água, em frente a Santa Casa. Um exemplo de como maltratar a memória de uma cidade que já foi a mais rica do estado. Bem feito. Agora sobrou essa fama de "cidade do ar fresco". Se dos homens desconfia-se, das mulheres não tenho dúvida: dá para contar nos dedos o número de gurias que você pode chamar de feia. As outras... Ah, se elas me dessem bola!

Divagações à parte. Primeira parada: qualquer loja que possa revelar o meu filme do ano novo em uma hora. Normalmente vou à Sulcolor, mas os caras queriam me entregar só no dia seguinte. Não quis sair do calçadão: fui à Trekos, que apesar de cara, prometeu as fotos o quanto antes. Melhor assim. Aliás, se existe uma coisa que mudou nessa cidade foram essas lojas de fotografia: a Free Way, na quinze, está acabando, e a Cambial sumiu.

Próxima parada: mercadão municipal. Ao driblar os tradicionais quiosques de carne e peixe, é possível achar lembrancinhas dos mais variados estilos, produtos da colônia, calçados, boinas, aquelas tradicionais pastas usadas pelos alunos da Ufpel ou da escola técnica... Ali, mais um exemplo de como a cidade parou no tempo: com poucos frequentadores, as bancas não se renovam. E as três ou quatro barbearias seguidas no lado de fora, ficam às moscas. Mas permanecem firmes, como se estivessem na década de 60.

Agora vamos gastar dinheiro. Não posso entrar na Livraria Mundial: ali escarafunchei livros que dificilmente encontraria por aqui, como o do jornalista Lauro Schirmer, contando a história da RBS. Entre outras bobagens, lá se foram duas onças pintadas da minha carteira... Ainda entrei em duas ou três daquelas galerias entre a Andrade Neves e a Quinze antes de voltar à Trekos e pegar as fotos.

Estava na hora de embarcar no Cohab - nem vi se era o Rodoviária ou o Pinheiro Machado. Mas resolvi esperar o próximo: não resisti e levei a camisa do Grêmio Atlético Farroupinha, o terceiro time da cidade (vai dizer que você não conhecia tantos...). Deu tempo ainda de entrar na Lusitana e pegar um refrigerante. Resolvi inovar e pegar uma Fanta Maçã. No caixa, a senhora perguntou, curiosa.

- Tu vais tomar esse refri mesmo, guri?
- Ué... Mas é claro! Por que, algum problema com ele?
- Bah... É que esse aí é ruim uma barbaridade!
- Ah, sei...
- Ainda bem que tem gente que nem tu que compra! - disse, sorridente. E confesso, um guaraná Charrua cairia bem melhor.

Nesse meio tempo, meus pais resolveram visitar os outros tios pendentes, sem "as crianças", para tristeza de todos. Só nos resta aguardar a chegada deles admirando as fotos da viagem até aqui ou ainda brincando com a Bruna ou o Alessandro - esse último não saiu de perto um instante nesses últimos dias enquanto estava aqui. Enfim, amanhã tem mais. Mais 250 quilômetros de estrada, e desta vez, voltando...

Comentários em blogs: ainda existem? (7)

  1. Oi miguinho.Aposto que suas férias foram excelentes. Bem eu não aguentei ficar tanto tempo longe de casa e abreviei 15 dias da viagem. Fiz de tudo um pouco: alguns registros interessantes escrevi um pouco e talvez digite alguma coisa para postar no blog. Além disso consegui descansar colocar a cabeça no lugar (logo piro novamente) descobri que sou uma dançarina razoável e estou morrendo de vontade de arrumar um namorado. Bem mas isso é uma longa história e talvez você leia em algum post no meu blog.Ah como ficaram as fotos do Ano Novo? BEijinhosThakira

  2. Agradecendo aqui as visitas do Mad Dog e da Thakira que finalmente está de volta!Ao xará André costumo usar papel e caneta mesmo além do bloco de notas para redigir.Quanto aos posts grandes Abobora lembre-se que você tem direito ao seu por aqui e você nem precisa caprichar no tamanho!

  3. Que tur fizeste pelo centro de Pelotas hein? Vão alguns outros lugares interessantes (caso você já não os conheça): o Grande Hotel (seja metido e peça para dar uma olhadinha nas dependencias são beeem antigos) e o Teatro Guarani (se não me engano o mais antigo do Brasil)…Beijos bom finde!

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