Nos bastidores de nossa agência de turismo

Cenário um: três amigos decidem passear na Europa. Procuram uma mega agência de viagens, escolhem alguns pacotes fechados, desembolsam uma bela grana e aguardam ansiosamente a companhia de casais aposentados, japoneses e outras figuras em passeios pré-determinados.

Cenário dois: os três amigos procuram a mesma agência apenas para garantir o melhor preço para as passagens de ida e volta (uma chegando em Porto e outra saindo de Roma) e o seguro saúde. Todo o resto fica por nossa conta.

Não sei quanto a você. Mas eu prefiro a segunda opção…

O fato de sermos três pessoas que se aturam facilmente, a ponto de encararem uma viagem desse tamanho juntos, traz uma grande vantagem no quesito hospedagem: financeiramente, dá na mesma bancar a diária de um albergue ou de um quarto triplo em uma pensão. Por um lado, teríamos um rico convívio ao lado de pessoas do mundo inteiro – até na hora de dormir… Por outro, garantiríamos alguma privacidade e conforto a mais.

Democraticamente, optamos por quartos triplos. Assim partimos para o Google, abrindo oficialmente a nossa “agência de viagens” caseira. Descobrimos, também com a ajuda dos amigos viajados, que em Portugal os melhores preços estão nas “pensões”; na Espanha, existem os “hostales”; enquanto na Itália, a melhor saída são os “bed & breakfast”. Em Paris, nossa francesa de bordo encontrou um hotel simpático e com preço em conta. “E bem localizado”, garantiu.

Durante a empreitada, constatamos algo que dificilmente percebemos em nossas buscas corriqueiras no Oráculo: toda e qualquer coisa relacionada a um provável gasto altera completamente a relevância das buscas. Ao digitar “pensão do Zé”, por exemplo, o site oficial do estabelecimento aparece (quando aparece) bem abaixo de outras picaretagens, que vendem serviços de hospedagem. Algumas “con descuento”…

Ao mesmo tempo, tomamos outra decisão fundamental durante o planejamento: como seriam os deslocamentos entre as cidades. A grande sacada na Europa é o trem: todo o continente é bem servido por uma portentosa malha ferroviária. Ao mesmo tempo, com um único passe, é possível circular por vários países.

Por outro lado, pipocaram no velho continente as chamadas companhias aéreas low frills. A nossa Gol, para ser bem claro. Isso pesou bastante em nossa decisão, democrática mais uma vez, em optar pelo avião nos deslocamentos maiores, mantendo o trem apenas para circulação dentro de Portugal e Itália.

Com isso, desembolsamos pouco menos de 300 euros – praticamente o preço de um eurail pass para garantir passagens entre Lisboa – Madrid, Madrid – Barcelona, Barcelona – Paris e Paris – Veneza. Levamos em conta ainda o tempo ganho nessa brincadeira: no máximo três horas, incluindo check-in e afins, comparado a dez, doze horas no comboio. Por fim, avaliamos que não valeria uma provável economia em diárias encarando viagens noturnas, em tese, mais cansativas.

Enquanto fechávamos as passagens, outro problema: nem todas as companhias trabalham com o e-ticket. Ou seja, o sujeito compra pela Internet mas precisa ir até a agência em até 24 horas para pegar o bilhete e garantir a viagem – claro que isso só poderia acontecer em Portugal.

Poderíamos correr o risco e comprar as passagens apenas em solo europeu – e constatar que algumas companhias chegam a baixar os preços horas antes do embarque. Cautelosos, como qualquer marinheiro de primeira viagem, verificamos que os sites de viagens brasileiros, como o Decolar ponto com, emitem aqui mesmo essas passagens, cobrando exatamente o mesmo preço. Lugares garantidos, portanto!

Se durante as noites de preparação conseguimos descobrir esse “caminho das pedras”, seja ele o melhor ou não, imaginem o que nos espera durante vinte dias… Mente aberta para encarar roubadas com naturalidade, sem desprezar a diversão!

André Marmota tem uma incrível habilidade: transforma-se de “homem de todas as vidas” a “uma lembrancinha aí” em poucas semanas. Quer saber mais?

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Comentários em blogs: ainda existem? (2)

  1. O que seria dessas loucuras que a gente faz de vez em quando se nao fossem as famosas “roubadas” em que a gente se mete? Espero que se divirta bastante pelo Velho Continente – que viagem sensacional, to morrendo de inveja!!! – e depois trate de contar tudo no blog. Continuo leitor assiduo, mesmo de longe, embora este tenha sido apenas meu segundo comentario por aqui, eu acho…Abracao!

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