Meu portunhol estava certo!

Nem mesmo a correria tresloucada do Carnaval impediu alguns diálogos rápidos no MSN. Num deles, a Amanda resgatou uma das maiores dúvidas do idioma oficial da América Latina, o portunhol:

Amanda: Tenho uma coisa pra te contar, andré!
Marmota: Oi, tudo bem? Você vai casar? Vai ser mamãe? Vai mudar de emprego? Foi promovida?

Amanda: Não, nada disso! Muita calma nessa hora!
Marmota: Vai mudar de emprego? Foi promovida?
Amanda: Ahahaha! Até parece!
Marmota: Puxa, essas pessoas que querem adivinhar as coisas são insuportáveis, não?
Amanda: Então, é sobre o cartón!
Marmota: Cartón?

Amanda: É, que a mulher te falou em Montevidéu!
Marmota: Aaaaaaaahhhhhhhhhh!!!
Amanda: Lembrou?
Marmota: Sim, sim!!!
Amanda: Eu perguntei pra minha professora de espanhol, que é uruguaia, se essa forma é possível.

Marmota: E aí?
Amanda: E ela disse que é errada. O certo é tarjeta mesmo. A menos que a mocinha seja uma uruguaia da fronteira. Aí eles misturam tudo.
Marmota: Hmmmmmm… Então eu estava certo! Eu juro que, na hora, fiquei na dúvida… E olhei pra mocinha com cara de bunda!
Amanda: Hahahahahaha! Pois é, mas eu também, quando li, aí fui perguntar!
Marmota:Pois é… Eu até pensei que, como ela viu minha nacionalidade, ela tentou falar como eu… Mas aí a mulher emendou um cartón…
Amanda: Claro, você nunca vai pensar que a nativa esteja errada… E ela estava! Hahahaha!!!

Marmota: Sensacional!!!

Três conclusões. 1: Bom saber que meu portunhol me salva! 2: É muito legal descobrir onde uma história despretensiosa pode chegar. Assim que se torna pública, ela se multiplica e acaba fazendo parte de outras histórias de vida… 3. Estou devendo um encontro com ela para falar sobre Buenos Aires e Montevidéu. Vamos marcar lá na sede do Clube dos Procrastinadores Anônimos, que vamos inaugurar mês que vem, se der tempo.

André Marmota acredita em um futuro com blogs atualizados, livros impressos, videolocadoras, amores sinceros, entre outros anacronismos. Quer saber mais?

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Comentários em blogs: ainda existem? (2)

  1. O espanhol que aprendi aqui no sul da California é o espanhol mexicano de Jalisco. É cantadinho, as frases sobem de intonação no final. O espanhol de Mexico DF é incompreensível. O de Puerto Rico usa [l] em ver de [r] às vezes e mistura o inglês, é o Spanglish. O da Argentina usa vos, o do México, não. O da Espanha usa “farofa com fal” o resto não. Será inevitável uma nova língua na fronteira Brasil, Argentina, Uruguai, em alguns séculos de contato.

    Ah, André, a procrastinação. Vinicius -ele mesmo — dizia “Nunca fazer amanhã o que podemos fazer depois de amanhã

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