Mais do que comover o país e aumentar nossa indignação, a morte do casal Felipe e Liana nos cafundós de Juquitiba, sudoeste da Grande São Paulo, provocou alguns questionamentos inquietantes – ao menos em mim.
– O que teria passado pela cabeça desse doido de 16 anos, um dos três acusados de matar os namorados?
– Se a intenção inicial era roubá-los, como explicar o fato da polícia ter encontrado os pertences – barraca, roupas, etc. – intactos?
– Por que a data dos assassinatos – primeiro o tiro nele, depois a degola dela, de acordo com o depoimento do valentão, não bate com a da perícia?
– Como explicar a tentativa de Felipe em vender roupas num bar em Juquitiba, como descobriu a reportagem do Fantástico exibida no último domingo?
– Mesmo sabendo que os dois gostam de acampamentos, por que diabos o rapaz decidiu levá-la em um lugar tão perdido como um sítio abandonado, indicado pelo amigo? Teria sido falta de uma idéia pior?
– Será que, pela mesma razão acima, Felipe e Liana não disseram para seus pais que iriam acampar no meio do nada sozinhos? Se o relacionamento entre pais e filhos era saudável como parece, por que mentiram?
– Em algum momento na história dos dois, o fato de um ser rico e outro pobre despertou alguma reação negativa por parte dos familiares, a ponto de provocar uma fuga?
– O simples fato dos adolescentes começarem a ouvir os pais e “repensar o que estão fazendo”, como sugeriu o pai de Liana, pode evitar tragédias? Qual a melhor forma de relacionamento entre pais e adolescentes?
– Por fim, até quando vamos ter que conviver com essa terrível possibilidade de sair de casa mas não voltar?
Aceitamos respostas. Ou quem sabe mais perguntas.
Atualizado: Mais dois adendos.
– Outra pergunta inevitável após a prisão do Champinha: até que ponto a redução da idade penal reduziria a criminalidade? Essa o Cris Dias fez questão de responder.
– Com o caso praticamente elucidado, a nossa Lu Mastrorosa conseguiu, em uma palavra, definir boa parte da história: nojo.
(Postado em 12/11/2003, pouco depois do crime. As perguntas continuam sem respostas, e terão a companhia de outras questões indignadas e cabeludas, formuladas após as inacreditáveis fuga e recaptura de Champinha.)
olha só, quando eu encontrar esse diabo eu te conto ou tento te responder essas perguntas…foda viu!
Grande mistério, cara… Eu acho que na real, haviam três xaropes querendo se “divertir”, pegaram os dois e se divertiram. Quanto ao resto, devem ter sido as voltas pra confundir você, eu, e todo mundo.
Ps.: Você não acredita em quê? Na volta, na estória ou nos dois?
Essa história ainda está muito mal contada. Tomara que seja tudo elucidado. Que se haja amigos que saibam mais sobre a viagem e o relacionamento do casal, contem. Que o trabalho da polícia e dos peritos sejam sérios…
Eu, por mais que tenha uma certa “prática” em casos criminais, o que me faz sempre arriscar uma teoria, neste caso não sei o que pensar!
Com certeza rolou uma ‘insegurança’ pra eles terem mentido aonde iriam. Derrepende foi meio furada essa de irem acamparem somente os dois em um lugar tão isolado… por sinal.. que lugar macabro meu! Que ‘mukifo’.
A maioria das pessoas está com a pulga atrás da orelha qto. a tudo que está se revelando nesse caso. Eu prefiro não tirar conclusões precipitadas, só fico intrigada mas, vamos ver…
Realmente, este é um caso estranho, pelo menos até o momento. Difícil acreditar que os dois apaixonados foram para aquele fim de mundo para namorar. Difícil entender o porque deles terem ido pra lá.
Se eu fosse investigador, tentaria descobrir:
– porque foram pra aquele lugar, tão deserto e tão problemático historicamente?
– Mataram só por matar? Impossível, ninguém é tão sádico a esse ponto. Ou é?
– Pelo jeito, há quase uma quadrilha envolvida. Quem são essas pessoas? O que um homem como Pernanbuco, de mais de 30 anos, fazia com menores de idade?
– O que aconteceu antes, naquela fazenda? Porque o abandono? Porque a região é violenta? O que acontece lá realmente?
Infelizmente somos bombardeados por notícias como essa, que nos deixam cada vez mais depressivos.
No caso da camisa não foi o Felipe que vendeu. Ele não estava em nenhum Gol branco e já estava morto, foi apenas um cara moreno, um brasileiro.
O que me intriga é essa parada do roubo e da camisa, que depois virou uma caixa de camisa. Se tava tudo intacto como que foi vendida camisa? Tem furo nessa investigação aí… E a menina, morreu a “facadas”, “facadas e tiro”, “facadas, tiro, degolada, estuprada”, já vi falar tanta coisa que nem faço idéia do que aconteceu com ela, só sei que estou com medo de acampar! Sinistro!
Sou o mais simplista e objetivo possível:
1- O relacionamento dos dois (e suas famílias) podia ser bom, mas creio que o pai da menina jamais permitiria que ela fosse acampar sozinha com o namorado, sendo ela menor de idade. Ainda mais sendo da comunidade judaica, notadamente conservadora.
2- Embu-Guaçu, até onde vai meus parcos conhecimentos de turista, é um ponto de atração não apenas pela feira de artes e artesanatos, mas também pelas belezas naturais dos arredores (e tudo isso bem perto da cidade de São Paulo). Não há nada de estapafúrdio em ir acampar no mato, eles provavelmente só não sabiam que marginais costumavam desovar carros roubados ali.
3- Como você mesmo escreveu, o carinha de 16 anos é doido. Não se pode esperar coerência de um desequilibrado mental, daí ele pode inventar “n” versões que nenhuma vai bater exatamente com o que aconteceu. Ele não tinha intenção de roubar ou manter a garota em cativeiro (seus comparsas, talvez sim). Matou por desequilíbrio e nem sabe a data exata em que matou. Prefiro acreditar no resultado da perícia.
4- Não acredito em histórias de “Romeu e Julieta”. Duas pessoas de classes sociais diferentes podem namorar normalmente e as famílias podem até apoiá-las. Cada caso é um caso. Tenho um amigo que foi criado numa vila no Jabaquara, em São Paulo, mas sempre namorou meninas de classe média alta aqui em Brasília. E se dava super-bem com as famílias delas.
5- As duas últimas perguntas são as mais difíceis de responder. Acho que a maior parte da “culpa” pelas crises de relacionamentos entre pais e filhos vêm destes últimos (sem eximir totalmente os pais, claro). Os adolescentes dos anos 70 pra cá, de maneira geral, não têm limites. Acham que podem tudo. Quanto à tranqüilidade para sair e voltar pra casa, acho que passa por uma mudança profunda no Código Penal e no sistema prisional brasileiro. Tem que se pensar em prisão perpétua e em mais presídios de segurança máxima. E acabar com o tal Estatuto da Criança e do Adolescente, que protege marginais de 16, 17 anos.
Ah, acrescentando, já que o “Pernambuco” confessou ter matado o rapaz: o cara de 16 anos é tão doido que já não sabe mais quem matou quem. Agora a polícia sabe que “Pernambuco” matou Felipe e o menor e outros três mataram Liana a facadas. O motivo? Mais mistério…
Esse crime foi bárbaro demais! O pior é que o tal de Champinha vai para a Febem por três anos e depois está solto de novo…
OLHA QUANDO OS DOIS RESOLVEM IR ACAMPA NAQUELE LUGAR FOI PORQUE LOGICAMENTE A IDEIA ERA FICAR SOZINHOS, E POR QUE ERA UM LUGAR QUE O FELIPE JÁ CONHECIA.
E QUANTO AO CRIME, FOI CONSEQÜENCIA DE UM LUGAR CHEIO DE CRIMINOSOS E QUE SE TORNOU EM DESMANCHE, E QUE ELES CERTAMENTE NÃO ESTAVAM SABENDO.
MAIS QUE TEM MUITO CAROSO NESSE ANGU TEM!
E QUANDO AO CODIGO PENAL! EU ACHO NÃO IMPORTA A IDADE TEM QUE PAGAR ,NA HORA DE COMETER O CRIME NÃO FOI HOMEM ,TEM QUE SER TRATADO COMO HOMEM!
Sempre fui contra a redução da maioridade penal. Sempre.
Mudei. Hoje não sei se sou a favor, mas penso seriamente na possibilidade.
Também escrevi sobre o tema, quando do caso do João Hélio, no meu blog: http://meuspitacos.zip.net/arch2007-02-01_2007-02-28.html#2007_02-13_23_21_49-8550404-0. É mais ou menos isso o que eu penso neste momento.
Aqui nos EUA tem muita maluquice. No Brasil fico meio que boquiaberta com o grau de “liberdade” da garotada. Aqui não tem chance de gurizada sair no fim de semana, sem adultos, falo de gurizada de 13-17 anos, enchendo a cara e na balada fora da cidade. Aqui tem dever de casa.
A moda das gurias é um escândalo. Vale tudo e os pais nem se tocam. –Ah, ele é tão quieto, não faz nada, passa o dia no computador. Fazendo o quê, meu senhor?
Nós, meu marido e eu, vigiamos. Corrigimos. Não tem TV; só SNL. Ele leva muito lero conosco.
Quanto ao crime, sou pela inclusão social. O crime no Brasil parece estar associado à miséria e ignorância.
BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO. E TENHO DITO…
Meu è inaceitàvel essa situação…não temos paz em lugar algum…saimos de casa sem saber se vamos voltar…a lei hoje no nosso pais está muito coerente, protege muito esses bandidos q não merecem nenhuma consideração…pra mim ese maniaco se faz de louca…
É muito dolorosso, eu imagino a dor dela e dele tambem de violentada e etc. Realmente é monstruosso doi muito so em imaginar dispensa comentarios.
Muitos pais de classe média se preocupam com as más companhias. É grade nos prédios e casas, condomínios fechados … As crianças só podem se relacionar com os filhos dos amigos dos pais, os colegas dos (caros) colégios particulares. Tudo bem, mas esse isolamento resulta em pessoas sem noção da realidade, presas fáceis dos bandidos. Não sei se foi esse o caso de Felipe e Liana. Afinal, foram acampar
num lugar abandonado, sem uma arma para se defender. Não tinham noção da maldade que tem no mundo, não tinham noção do mundo.