O vôo 1680 da Gol sairia de Congonhas apenas às dez para a uma. Mas a ansiedade fez com que eu saísse de casa às nove e meia da manhã! Pensava que o trajeto entre o Buraco e Congonhas, incluindo Marginal Tietê e Avenida 23 de Maio, estaria um inferno naquela sexta-feira.
Não foi o que aconteceu. Depois de tranquilos sessenta minutos, chego à região do aeroporto. Sem tirar da cabeça a sensação de entrar no avião, decolar, aproximar de Porto Alegre, avistar o Guaíba e a Ilha das Flores, desembarcar e acabar nos braços da Linda. Questão de horas.
Mas nem tudo foi tão fácil. Saí de casa sem solução para um problema sério em grandes cidades como São Paulo: o estacionamento. A idéia era deixar o Marmoturbo encostado em algum cantinho durante todo o final de semana, mesmo que para isso eu tivesse que desembolsar uns trocados. Deixar o bólido na rua, ali perto do check-in da Varig, foi a minha primeira idéia. Opção barata, mas a menos sensata.
Ao me aproximar de Congonhas, percebo que a coisa seria mais fácil do que eu imaginava: não faltam opções para o viajante estacionar seu veículo e voar tranquilamente pelo Brasil. Contei pelo menos seis garagens, uma do lado da outra, todas com os mesmos preços. Algumas com uma promoção convidativa: fim de semana, incluindo a sexta, por 25 paus. Ou pilas, como dizem em Porto Alegre.
“Joinha”, pensei, ao constatar as possibilidades. Como ainda tinha tempo de sobra, resolvi especular. Fui conferir o preço cobrado no estacionamento do aeroporto. Afinal, se a diferença não fosse tão grande, valeria a pena desembolsar um pouco mais e parar o carro ao lado do terminal de desembarque, com alguma segurança. Seria bom, né?
Seria. Na tabuleta, a informação: 42 reais a diária. Sem choro. Ninguém merece!
“Esse preço é um absurdo. Um verdadeiro assalto. Se parar ali por três dias paga o preço da passagem aérea”. A indignação, compartilhada comigo, saiu do motorista da van, responsável pelo serviço de “traslado” gratuito oferecido numa daquelas paragens de 25 mangos. E por mais dez garanti uma lavagem, ainda que meia-boca, ao desleixado Marmoturbo. Serviço nota dez por um preço tão popular quanto o dos vôos da BRA.
Resolvido o imbróglio, hora de se livrar do ar puro-cinza de São Paulo e começar o meu final de semana inesquecível. Em poucos instantes, a voz padrão do Salgado Filho anunciaria a chegada do vôo 1680, procedente de São Paulo. Somente naquele instante, nos daríamos conta: tratava-se do começo da nossa história!
Mas báh…
– Não dá para comparar Congonhas com um shopping center, a começar pelo preço do estacionamento. Contraste absurdo com o Salgado Filho, em Porto Alegre: seu novíssimo terminal, inaugurado em 2001, conta com um shopping em seu terceiro piso. Com direito a praça de alimentação e cinema!
– O que não quer dizer muita coisa. Nenhum dos três filmes em cartaz despertaram nosso interesse. Além disso, não tinha casquinha de siri no restaurante Hangar: “as que o nosso fornecedor trouxe estavam ruins”, explicou o garçom. Deve ser o inverno.
– Ainda em São Paulo: circulando no aeroporto com um embrulho nada discreto da Kopenhagen, sou abordado por uma vendedora no Brasif Shopping. “Ai, é para mim? não precisava…”. Prova incontestável de que as mulheres só aparecem assim quando não estamos mais preocupados com isso.
– Também em São Paulo, bem antes: bem perto da Avenida dos Bandeirantes, num dos semáforos mais demorados, uma legião de ambulantes fazia sua trivial tentativa de ganhar o pão de cada dia. Todos com um curioso colete verde, que trazia a inscrição: “associação dos vendedores ambulantes de semáforos de São Paulo”. É brincadeira!
– A última, antes de chegar definitivamente em Porto Alegre: o estacionamento onde parei o carro rendeu mais um momento curioso, envolvendo figuras que, mesmo nos dias de hoje, ainda transmitem uma imagem glamourosa: aeromoças. Mas isso é assunto para os próximos capítulos!
obre o seu comentário no meu blog, eu posso tentar. Mas depois não me culpe se o número de acessos do Marmota cair brutalmente e as pessoas passarem a repudiar o seu site!
Pô! Conta das aeromoças aí…^_^
Conheço cada centímetro do Aeroporto Salgado Filho. A primeira vez que fui para Porto Alegre, tinha um compromisso que não saberia exatamente que horas ia acabar, então cheguei lá ao meio-dia, para voltar às 19,00h. O problema é que resolvi tudo rapidamente e, como estava sozinha e não sabia o que fazer, fui direto ao aeroporto. Fiquei por lá das 14h30 até às 19h, assistindo um filme qualquer (terrível, graças a Deus nem lembro o nome!), andando, comprando lembrancinhas, como se fosse “a” turista, lendo revista velha daqueles balcões de assinatura que tem em todo aeroporto…
Cara, qqr dia eu passo direto por SC e paro de vez em RS, eu mato minhas curiosidades de conhecer este lugar com os seus posts… Talvez se vc tivesse ido com mais tempo ainda, teria até encontrado o estacionamento por menos, que eu achao que seria bem dificil tb…<>’s
…enquanto isso em Porto Alegre…Acordei ofegante. “É hoje!”, pensei. Hora de ir ao supermercado para abastecer a geladeira, afinal eu tinha que cuidar bem do meu Lindo. Voltei com os dedos cortados de sacolas e apressada por um banho, logo, logo eu teria que estar no aeroporto.”A Infraero informa a chegada do Vôo Gol 1680, procedente de Sao Paulo com destino à Porto Alegre” – Chegou! Aterrissagem tranquila.Hora de descer até o primeiro piso e correr para o abraço….
Eu fiquei tão contente ontem ao ver as fotos (já conheço a Linda, hehehehe…)Espero com ansiedade pelo resto dos posts…