Motivos não faltam para que as eleições deste domingo entrem para a história. Foi a maior vitória do PT desde a sua fundação, e uma das mais expressivas votações de um partido de esquerda na América do Sul. Foi ainda uma demonstração de maturidade democrática de uma nação que até poucos dias vivia uma ditadura militar. Quem também vai entrar para a história é o glorioso Enéas e os seus mais de 1,5 milhão de votos: simplesmente o mais votado da história, segundo a Folha Online.

Agora imagine o que vem por aí: Enéas presidente da Câmara dos Deputados, podendo assumir a presidência quando Lula ou José Alencar não estiverem presentes… Mas isso não é tudo: pelas primeiras projeções do TRE, essa quantidade de votos pode dar ao Prona a expressiva marca de sete cadeiras no Congresso Nacional. Detalhe: o Prona lançou seis candidatos, sendo que o menos votado deles, um tal “Toceira”, não teve sequer um voto – deve ter votado no Enéas também…

Uma das explicações que eu vejo para esse fenômeno é a mesma que levantou a moral do Seu Creysson, do Casseta e Planeta, às vésperas das eleições: o povo está cansado do que está aí e resolveu protestar, votando na figura mais estranha e bizarra que aparecesse. Como o Seu Creysson não era candidato, sobrou para o “meu nome é…”. Agora, bem que o TSE poderia ser justo com os milhões de eleitores: ao invés de dividir a sétima vaga do Prona entre os outros partidos, cedê-la para o Seu Creysson. O que acham?