Alegria alegria, moçada! Nesse domingo, o país inteiro vai acordar com a mão na consciência e escolher criteriosamente os nossos representantes no poder, digitando vinte e uma teclinhas numeradas e coloridas! Apesar da vocação apartidária (e até certo ponto alienante) deste espaço, decidimos questionar os transeuntes que caem aqui diariamente sobre a preferência em relação aos presidenciáveis da vez.

Antes, porém, uma ressalva necessária. Ao contrário das pesquisas eleitorais registradas no TSE, esta enquete chinfrim não se caracteriza como tal, nos moldes da Lei relacionada. Temos aqui um mero levantamento, sem controle de amostra nem qualquer metodologia científica. Contamos apenas com a participação espontânea dos interessados.

Com tudo esclarecido, vamos ao resultado. Você tem alguma idéia sobre quem foi o mais votado?

Não, meu nobre molusco. Por incrível que pareça, o eleitorado que frequenta este espaço não bate com a projeção nacional, que devem elegê-lo já no primeiro turno, neste domingo. Inclusive, vejam só isso: entre os nossos visitantes, nosso atual presidente ficaria em terceiro lugar, deixando um hipotético e improvável segundo turno entre Geraldo e Heloísa.

Tivemos a participação de 176 virtuais eleitores. 58 deles (33%) escolheram o ex-governador paulista do PSDB. Outros 46 (26,1%) optaram pela senadora alagoana do PSOL. E 38 votantes (21,6%) sufragaram o balaustre do partido dos trabalhadores (sufragaram o balaustre ficou bem feio, né…). O quarto grande nome desta eleição, o ex-ministro da educação Cristovam Buarque, do PDT, é o preferido de 14 participantes (8%). A seguir, ainda na casa das dezenas de votos, o nosso “brancos e nulos”. Foram 12, 6,8%.

A partir daí vem a faixa do estímulo, ou ainda o “agradecemos a sua participação”. A simpática Ana Maria Rangel, do PRP, teve quatro votinhos (2,3%). Ê-ê-êi-mael, o democrata cristão, teve dois (1,1%). Rui Costa Pimenta, que bate cartão e não vota em patrão, empatou na lanterninha com Luciano Bivar, do aguerrido PSL, com um votinho cada (0,6%). Provavelmente, nem mesmo na “zona do rebaixamento” nossa pesquisinha vagabunda esteja de acordo com o previsto nas urnas.

Mas você está curioso para saber em quem eu vou votar neste domingo?

Mmmhhh… Lamento, camarada, mas não. Concordo que, em quatro anos, o país melhorou em muitos aspectos. A maioria da população vê isso e aprova o atual governo. Tanto que, apesar dos escândalos todos, o povo já fez sua escolha. Aliás, essa decisão não foi tomada nessa semana, por causa da pataquada do dossiê. Isso é coisa de meses e meses. É a mesma razão pela qual eu digo que já votei no senhor três vezes, mas estou um bocado decepcionado com o que vi com a sua falta de postura na maioria desses episódios lamentáveis.

Ao mesmo tempo, preciso dizer algo que vai chatear a todos que vão participar do processo e condenam aqueles que não vão ajudar a transformar o Brasil. Por razões que não cabem aqui, vou passar o final de semana no Rio Grande do Sul, por isso o máximo que vou fazer neste domingo é preencher meu formulário de justificativa eleitoral e entregar na primeira escolinha gaudéria que encontrar.

Acredito que a metade vai dizer “nossa, que inveja”. Outra metade vai dizer “nossa, que besta”. Mas se serve de consolo, eu já tinha decidido pelos meus candidatos antes dessa surpresa. Quem ainda tiver dúvidas e quiser pegar emprestado meus votos, pode anotar: Suplicy senador (131), Mercadante governador (13, apesar do desempenho medíocre no debate da Globo) e Cristovam presidente (12).

Para os cargos legislativos, eu tenho duas teorias. A primeira: para facilitar o trabalho do chefe do executivo, convém escolher alguém do mesmo partido. A segunda: para dificultar a eleição daqueles manés com currais bem definidos, convém não votar na legenda. Assim, meus candidatos para federal seriam José Eduardo Cardozo (1301) e Célia Leão (45200).

É, eu sei. Mas seria engraçado se qualquer um dos três esforçados candidatos a anti-lula chegassem a um segundo turno. Enfim, a gente se vê na segunda-feira. Vote consciente, e boa viagem!