No início, era apenas uma rede parruda para troca de informações entre grandes centros de pesquisa (ou organizações militares). A coisa foi ficando comercialmente viável assim que inventaram uma cara diferente para essa rede: a tal web. A brincadeira se popularizou cada vez mais e, de repente, jornais e outros impressos decidiram que era uma boa idéia transportar o conteúdo de seus veículos para esse ambiente. O tempo passou e o mundo percebeu três fundamentos básicos para levar a sério o jornalismo na Internet:
– Não adianta só “repetir” o noticiário do jornal. O internauta é um sujeito ansioso, que normalmente liga e conecta seu computador em busca de uma informação específica. Para agradá-lo, é preciso ao menos atender suas expectativas – se possível, superá-la.
– A palavra ainda é a melhor forma de transmitir qualquer informação, mas existem outras formas. Fotos, áudio, vídeo, animações em flash… Cabe ao responsável por essa “transmissão” decidir qual (ou quais) são as formas mais claras de se conseguir isso.
– Qualquer indivíduo, independente do que tenha na cabeça, mas desde que possua um computador conectado à Internet é um potencial “editor de conteúdo”. O que por um lado é bom – em muitos casos essa “democratização” da informação não passa por interesses, comuns em grandes corporações. Por outro lado, é ruim – ironicamente pelo mesmo motivo.
A maioria dos livros ligados a jornalismo online passam por esses três itens, cada qual com alguma profundidade. Há quem estabeleça dogmas sobre “tamanho de texto ideal”; outros discutem formas e formas de se trabalhar com hipertexto. Isso sem falar em publicações baseadas em teses de mestrado e doutorado, com enfoque mais acadêmico, normalmente ligados a cibercultura e outras teorias.
Enfim. Fora três nomes que lembro de cabeça agora (Jornalismo Digital, Pollyanna Ferrari; Guia de Estilo Web, Luciana Moherdaui; Jornalismo na Internet, J. B. Pinho), não existem muitas opções, digamos, “práticas”. Algo como um “manual de redação do webjornalista”, mesmo ligado a algum portal – o UOL se baseia no Manual da Folha.
Tudo isso para compartilhar mais este lançamento, em Espanhol: Redacción Periodística en Internet, do professor Ramón Salaverría. Segundo ele, uma “introdução prática a escrita em publicações digitais”. Ou seja: mais uma forma de se buscar um “manual”. Vou encomendar o meu, basicamente, em busca de uma resposta para a pergunta: até que ponto as constantes mudanças deste ambiente virtual permite um “manual”, digamos, definitivo?
Aliás, qualquer hora dessas arrumo um tempinho para montar um wiki sobre jornalismo online por aqui.
puxa, marmota, já fiz dois podcastings inspirados em vc e vc nem ligou!
É justamente o que você disse no último parágrafo que ocorre: o dinamismo da Internet torna rapidamente obsoleto qualquer manual. Além disso, há sites e sites, com diversos enfoques, linhas editoriais, estilos… O cara que se dispor a escrever uma manual de webjornalismo ou é louco, ou é muito inocente.
Pois é… Eu mesmo ando dedicando um bom bocado do meu tempo livre para pesquisar o assunto.
Acho que o jornalismo ainda está na era pré-histórica da internet, no sentido mais literal da palavra. Ou seja, o que se fez até agora não pode sem ser contado como história ainda.
É bem verdade que a própria internet ainda está longe de atingir sua maturidade tecnológica ideal para se desenvolver algo consistente. Os formatos de mídia que dispomos hoje serão absolutamente obsoletos em menos de 5 anos!!!