Quando este espaço lembrou das Helenas de Manoel Carlos, o “pegador” Zé Mayer já havia sido lembrado. Aliás, não há como ignorar sua fama de conquistador – fato que, inclusive, rendeu matéria exclusiva no Fantástico deste domingo. Enfim, graças a isso, o protagonista de Viver a Vida que só precisou de dois capítulos para conquistar a Helena de Taís Araújo, tornou-se um dos nomes mais citados da Internet nesta semana.
Wagner Martins mostrou como é possível misturar ingredientes como uma personalidade conhecida, fatos exagerados e a confiança estabelecida entre suas relações em rede para criar um “meme de laboratório”. Assim como o #chucknorrisfacts em 2005 e o #interneyfacts em 2007, surgiu o #zemayerfacts, em homenagem ao maior comedor de Helenas da teledramaturgia.
Como a interseção entre “telespectadores ligados em novela” e “tuiteiros da moda” é grande, a quantidade de citações para #zemayerfacts no Twitter ultrapassou as dez mil na última quarta-feira, segundo o Blablabra. A brincadeira com a fama do ator sexagenário chegou ao mainstream ao entrar para o segundo lugar dos trending topics. Tornou-se pauta da Folha, da Época e até do The Guardian. Aproveitando o hype, Paulo Seabra abriu, rapidamente, um site exclusivo para abrigar as contribuições populares.
Tudo porque Zé Mayer não tem Twitter pois todo mundo sabe a resposta dele para “What are you doing?”. Zé Mayer não conta carneirinhos, conta Helenas. Don Juan se deitou com mil mulheres; Zé Mayer que passou o telefone delas. Maria era virgem porque José não era Mayer. Deviam mudar o nome do jogo Pac-Man pra Pac Mayer. Quando jovem, Zé Mayer gostava de escrever em seu diário, que mais tarde ficou conhecido como “Kama Sutra”. Não foi à toa que a revolução sexual aconteceu nos anos 60, quando Zé Mayer atingiu a puberdade. Novelas com o Zé Mayer não duram mais que 9 meses por conta da epidemia de licenças-maternidade no elenco. Segundo a Teoria da Relatividade, Zé Mayer pode pegar você ontem. O acessório mais vendido no sex shop é uma máscara do Zé Mayer. Zé Mayer perdeu a virgindade aos 16. Segundos. Na casa do Zé Mayer nem o azeite é virgem. A primeira Helena que Zé Mayer pegou foi a Helena de Tróia. Se você falar Zé Mayer três vezes, você perde a virgindade. Noé poderia ter poupado metade do espaço da Arca. Bastaria levar Zé Mayer e uma fêmea de cada espécie. Estão perguntando direto “o que Zé Mayer fez para ter essa repercursão toda”? Resposta: você.
Com Maneco: Se levarmos em conta apenas suas participações em novelas do Manoel Carlos, o meme já se justifica. Sua primeira relação com uma Helena foi em 1995, quando Carlos Alberto terminou História de Amor ao lado de Regina Duarte. Isso depois da resolução de um verdadeiro “quadrado amoroso”: assim como em Viver a Vida, Zé Mayer começa casado com Lilia Cabral e, durante a trama, ainda se envolve com Carolina Ferraz.
Mais tarde, em 2000, entrou em cena o “garanhão” Pedro, dono do Haras de Laços de Família. Era casado com a insossa Eliete Cigarini, mas era apaixonado pela Helena de Vera Fischer. Mas acabou nos braços de Helena Ranaldi – e só não pegou a assanhada Íris, de Deborah Secco, por falta de vontade (pasme!) O Tiago Cordeiro reviu minha memória: ele até fica com a Helena Ranaldi, mas termina sim com a Deborah Secco – o que, cá pra nós, seria a minha escolha também.
Antes de abalar as estruturas de mais uma Helena – Christiane Torloni, em Mulheres Apaixonadas, em 2003, deu tempo de ficar mais um pouco com Helena Ranaldi e ser atiçado por Mel Lisboa, em seu auge, na minissérie Presença de Anita. Mas voltando: o médico César passou o rodo no consultório, namorando com Carolina Kasting e Camila Pitanga, antes de ficar com Helena.
Finalmente, a última incursão no mundo realista de Maneco até então foi em Páginas da Vida, em 2006, com o galã Greg. Desta vez ele começa casado com a Helena de Regina Duarte, mas não demora para trocá-la por carne fresca. Corre atrás de Natália do Vale e, antes de terminar nos braços de Danielle Winits ainda tasca uns beijinhos em Roberta Rodrigues!
Sem Maneco: Mesmo sem a ajuda de Manoel Carlos, José Mayer também se dá bem. Seu primeiro papel de destaque na TV já foi um galã, o Ulisses de Guerra dos Sexos, que dava uns pegas em Maria Zilda (isso já em 1983). Dois anos mais tarde ele vira piloto de lancha antes de catar Deborah Evelyn, a Lenita de A Gata Comeu, ao som de I Should Have Known Better (o conhecido tema do “bombeiro”).
Entre 1988 e 1989, Zé Mayer ataca em profundidade: primeiro como Fernando Flores, no par romântico ao lado de Malu Mader em Fera Radical (onde ele também pegava Carla Camuratti), depois como o mulherengo Osnar, o sonho de consumo da Cinira de Rosane Goffmann, certamente um de seus papéis mais marcantes, em Tieta. Isso porque pulamos sua passagem por Hipertensão em 1987, onde seu Raul Galvão só aparece na trama para tirar Carla Marins dos braços de César Filho!
Nos anos 90, Zé Mayer ainda pegou Silvia Pfeiffer em Meu Bem Meu Mal, Vera Fischer em Pátria Minha, Angela Vieira em Meu Bem Querer e Adriana Esteves (coincidentemente, uma Helena) em A Indomada – na pele do egípcio Teobaldo Faruk, em 1997. Nesse meio tempo, ainda foi Caíque, um pai desconfiado em De Corpo e Alma, já que seu filho era mulatinho. Só foi descobrir seu verdadeiro rebento com Maria Zilda ao encontrar Pinguim, numa favela – lembram disso?
Tão sóbrio quanto Caíque foi seu Dirceu de Castro, o jornalista engajado de Senhora do Destino, em 2004 – que passa a novela toda curtindo o amor da protagonista Suzana Vieira mas, num arrebatamento tipicamente Zé Mayer, tasca um beijo inconsequente em Marília Gabriela, que acaba se encantando com o até então rival. Dois anos antes, Zé Mayer ainda arruma um teminho “nos anos 40” para se casar com Priscila Fantim em Esperança.
E o que dizer de seu papel anterior, o riponga ufólogo Augusto César de A Favorita, onde mesmo abandonado por Giulia Gam, acaba nos braços dela no final? E mais: sem fazer qualquer esforço, acordou ao lado de Juliana Paes sem roupa em sua cama!
Conseguiu contar quantas foram as incursões de alcova do Zé Mayer em novelas? Isso porque certamente faltaram algumas. Fique à vontade para me ajudar a lembrar.
Juro que não consigo entender o porquê de Zé Mayer ser galã… juro!