Colonia (Alemanha) – É, eu sei, mais um calhau. Mas este é especialíssimo, pois diz respeito a uma das regiões mais bacanas que já tive o privilégio de conhecer. A festiva cidade alemã é meu último destino após esse longo giro europeu, com um objetivo bem definido: dar um abraço em um amigo de infância, que conheci em 2005. Certamente não vai dar tempo de fazer nada do que escrevi em 21 de junho de 2006, fazendo referência a três semanas entre Bonn e Colônia, em outubro do ano anterior.
A Alemanha unificada tornou-se um destino repleto de opções. Qualquer cidade, mesmo entre as mais conhecidas até as pequenas surpresas, merecem atenção de qualquer turista. Em outubro passado, consegui passar por algumas delas, destaque para Bonn, Berlim, Potsdam e Munique. Cada qual com a sua razão para ser um lugar especial.
Mas nenhuma delas chega perto de Colônia. Talvez por ser a cidade mais “brasileira” do pais, com os seus seis mil imigrantes brazucas. E realmente, me senti em casa.
A influência dos romanos, fundadores da cidade há mais de dois mil anos, pode explicar essa diferença de comportamento em relação a outras regiões da Alemanha – aliás, é possível encontrar resquícios dos primeiros moradores em toda cidade. Graças a isso, Colônia tem o mais tradicional e conhecido Carnaval do país – mais uma razão para os brasileiros ficarem bem à vontade. Os foliões começam a reinar às 11h11 do dia 11 de novembro, e promovem a “quinta estação”, como a festa é chamada na cidade, até a quarta-feira de Cinzas.
Mas mesmo fora dessa época é possível se sentir num “carnaval”: os cidadãos de Colônia fazem questão de mostrar que estão um passo a frente de seu tempo. Prova disso é a estatística que ouvi por lá (mas que não pude confirmar): aproximadamente 40% de seus habitantes são assumidamente homossexuais. Independente dos números, basta uma caminhada pelos arredores da Neumarkt, onde ficam as grandes lojas e centros comerciais, para identificar a diversidade de tipos. Essa filosofia aberta e tolerante a muitos estilos de vida é o grande atrativo não apenas para brasileiros, mas para centenas de nações que formam um sentimento de comunidade louvável num país com histórico de segregações e imposições raciais.
Toda efervescência de Colônia também reflete na mídia: editoras, gravadoras e outros veículos de comunicação estão lá. Durante anos, a cidade foi sede da MTV nacional – hoje, a cidade ainda é a base para outro canal musical europeu, a VIVA, além da Westdeutscher Rundfunk – a WDR (lê-se VDR), a maior emissora de rádio e televisão privada da Alemanha e responsável pelo Liga Live, transmissão simultânea de todos os jogos no rádio, e o Sportschau, programa de TV pós-rodada de futebol mais popular do país no sábado – dia mais importante da Bundesliga.
Um tom contemporâneo que contrasta com sua história, cujo maior símbolo surpreende logo nos primeiros passos de qualquer um que deixa a Hauptbahnhof, estação central de trem, e alcança a praça da da espetacular catedral.
As torres da catedral, a maior da Alemanha, são um excelente ponto de referência, já que podem ser vistas em muitos pontos da cidade. Foram necessários 632 anos para a obra em estilo gótico ficar pronta (entre 1248 e 1880), e como muitos monumentos sagrados, passou ilesa pela II Guerra Mundial. Em comparação com as demais atrações da cidade, a Koln Dom realmente só perde em imponência para o Rio Reno.
A praça que separa a estação central e a catedral é um bom ponto de partida para descobrir a cidade. O da Museu Ludwig, onde está a segunda maior coleção de Picasso do mundo, fica bem ao lado. Descendo em direção ao Reno, muitos bares e as “bauhauser”, onde é possível tomar a kolsh: cerveja pilsen de paladar suave servida em copos curtos, marca registrada da cidade.
Outros museus, igrejas e sinais da colonização romana, além das grandes lojas e centros comerciais ficam do mesmo lado do Reno – entre elas a da perfumaria 4711, casa da original Água de Colônia. Além das tradicionais galerias Kaufhof e Karstadt (passagem obrigatória), dá para aproveitar os baixíssimos preços da rede de lojas Tchibo (que vende absolutamente tudo), a livraria Mayersche (espécie de Fnac alemã) e o sensacional Media Markt, referência em equipamentos eletrônicos na Alemanha e em outros países.
Tudo isso de um lado do Reno, mas isso não significa que não valha a pena atravessar a ponte. Um dos pontos mais deliciosos da cidade é o Museu do Chocolate, mantido pela fabricante Stollwerck. Além da “fantástica fábrica” mais tradicional, onde é possível acompanhar o processo de fabricação (e ainda experimentar o produto final), painéis contam a história do cacau e da marca.
Perto dali, outro museu interessante, especialmente para os fãs de esporte: o Museu Alemão de Esporte e Olimpíadas traz muitos objetos interessantes sobre várias modalidades. No andar superior, é possível colocar o que se viu exposto na prática: apesar do espaço reduzido, é possível bater uma bolinha – seja ela de futebol, tênis, vôlei ou basquete. Tudo com uma bela vista do Reno.
Falando em esportes, localize-se na cidade, pegue o metrô até chegar na linha 1 e desça na estação ao lado do Rhine-Energie Stadion. Quem chegar lá pode se perguntar o que são as construções que ficam logo adiante. Ali fica a sede da Universidade de Esportes da Alemanha. Uma estrutura invejável dá a nítida visão de como o país dá valor ao esporte: ginásios, quadras, piscinas e a maior biblioteca sobre o assunto em toda a Europa, dando condições aos alemães para aliar teoria e prática para disciplinas como natação, ginástica e até mountain bike.
Com o futebol não é diferente: ao lado da faculdade fica ainda a escola de treinadores, de onde sai a elite dos técnicos germânicos. O país mantém uma estrutura rígida: além de formados, todos os comandantes dos clubes da Bundesliga precisam, além do diploma, de muitos anos de experiência comprovada.
Tanta teoria reflete na paixão dos cidadãos da cidade pelo esporte. Mesmo rebaixado na Bundesliga nesta temporada, o 1. FC Koln é uma das equipes mais tradicionais do país, e independente da fase, seus torcedores costumam lotar o estádio. Capacidade máxima de fãs apaixonados também no inigualável Kolnarena, o moderno ginásio poliesportivo e casa do Kolner Haie, equipe de hóquei sobre o gelo. Imagine qualquer modalidade diferente do futebol com público acima de 15 mil pessoas num jogo de temporada…
Eu e meus amigos demos sorte aos “tubarões”, no jogo do dia 23 de outubro, contra o Krefeld Pinguine. Uma partida complicada: os pingüins venciam até o fim, quando os donos da casa empataram e levaram a decisão para a morte súbita. No fim, vitória do Haie por 5 a 4. Vibrante e inesquecível como a própria cidade.
hehehee
Já fui em várias colonias alemãs alí pelos lados de blumenau. rsss
Mas a cicade alemã deve ser mesmo muito show.
Abração broder
Também conheci Colônia, a catedral é a construção mais espetacular que eu já vi na minha vida, fantástica…Tive a oportunidade de tomar cerveja com um Alemão doidão que ficou bebado e começou a dançar uma dancinha muito engraçada e a filosofar sobre a cerveja, dizia que era um alimento para a alma..hehe! Mas essa estatistica dos 40% homossexuais eu não sabia, se soubesse disso na época teria sido mais direto com aquelas loirinhas lindas!
Abraço..