Agora que você já digeriu todos os votos de feliz ano novo, que brotaram em todos os cantos possíveis (desde a caixa de SMS do seu celular até o scrapbook do Orkut), é hora de se lembrar do óbvio: nem toda a torcida alheia para um ano sensacional vai adiantar se você não tirar sua bunda gorda e flácida da cadeira e agir positivamente.
Vou mais longe: há tempos, fiz aqui um exercício elencando dez coisas que preciso fazer antes de subir no telhado. E ali estão resoluções que vão além do ano novo: casa própria, família própria, saúde própria… Objetivos que não deviam ser uma simples meta de reveilão, mas um guia para toda a vida. E no meu caso, continuam valendo.
E aqui, um rápido abrir de parênteses: eu fugi pra Pelotas no fim de semana do primeiro turno, quando vi minha vó pela última vez. Estive ainda numa grande festa, do lado paterno: eram bodas de ouro de meus tios. Na última quarta, quando voltava do sul, minha mãe lembrou dessas e outras aventuras, e eu dizia: “ah, vai ser bem legal contar isso aos meus netos”. Parei para pensar, lembrei que vou completar 30 anos, e que pelo andar da carruagem, não vou ter bodas de ouro, e talvez nem conheça meus netos… Como não tenho controle sobre isso, tudo que posso fazer é me cuidar para, quem sabe, descobrir como é.
Mas enfim. Talvez seja consequência do meu conformismo exagerado para algumas coisas. Sensação forte o suficiente para ter certeza de que, em 2007, eu não vou deixar de procrastinar coisas, não vou conseguir eliminar minha barriga saliente, não vou cumprir a meta de montar o top 50 cinematográfico, não vou mudar de emprego por vontade própria… Seria maravilhoso se eu conseguisse, mas haja dedicação e desprendimento. Em casos assim, prefiro ir devagar e sempre, mas sem me frustrar caso não consiga realizar até dezembro.
Toda essa lenga-lenga para finalmente chegar ao meme sugerido pelo Bruno Alves, que veio até mim graças ao convite do Rodrigo Ghedin, e que, segundo o Alexandre Fugita, já chegou a pelo menos 90 blogs tupiniquins. A brincadeira é elencar cinco metas para o ano recém-iniciado.
Pois muito bem. Decidi pensar em cinco metas realizáveis, concretas, com ingredientes e modo de preparo. Ou seja: nada de coisas não-mensuráveis como “ler mais” e “comer menos”, nem impossíveis como “encontrar a mulher da minha vida”, “malhar até virar o Gianechinni” ou “ganhar na Mega Sena e aproveitar minha vida”. Também não preciso escrever aqueles objetivos que, na verdade, deveriam ser diários: “ir atrás dos meus sonhos”, “amar a si mesmo para saber valorizar os outros”, “cuidar bem da saúde e fazer ginástica”, “tolerar mais, respeitar mais”… Nesse caso, basta repetir o mantra “atitudes positivas” diariamente.
Chega de enrolação e lá vamos nós.
#5 – Site vitaminado: Quando decidi registrar o domínio marmota.org, a idéia não era simplesmente tirar o blog dos domínios da Globo.com, mas também acumular coisas que criariam uma espécie de “portfólio digital meia boca”. E ainda estou bem longe disso. Ainda quero colocar aqui alguns trabalhos que fiz profissionalmente, além de criar uma área sobre marmotas (o animal), idéia incentivada pela Lúcia. O Plantão, que era pra ser meu leitor de RSS, pode ser aperfeiçoado, com manchetes em ordem cronológica e um controle mais simples das origens (para isso, preciso aprender um pouquinho de Ajax). Se der tempo, um wiki sobre jornalismo na internet, com algumas impressões pessoais sobre o tema, que podem ser um esboço para um futuro mestrado (meta de longuíssimo prazo).
Ah sim, este espaço ainda é o coração palpitante do domínio marmota.org, e como tal merece um tratamento especial – mesmo longe de entrar na era da “monetização”, a ondinha do momento no mundo dos blogueiros ditos proativos. Para 2007, pretendo implantar uma solução bacana para as “rapidinhas” – que hoje aparecem vez ou outra como “tijoladas”, mas que podem virar uma área da primeira página com atualizações constantes – imagino um “delicious” comentado. Assim poderia, em poucas frases e rapidamente, dizer que não acredito na tentativa da Cicarelli em fechar o YouTube, que concordo com a Luciana e com o João Jardim sobre o especial da Elis Regina, além da estupefação em saber do pobre chinês que conheceu uma mulher pela Internet, mas ficou decepcionado e se matou.
Muitos já fazem isso. O Balípodo separa muito bem os textos elaborados das “notas curtas”. O Cristiano Dias decidiu alternar as “rápidas” com os posts diários. A solução que mais se aproxima com o que eu imagino é a do Khoi Vinh – na minha opinião, o blog mais bonito que eu já vi. Mas enfim, todos esses ajustes no site ainda são pequenos perto de outra grande proposta virtual…
#4 – Boteco Connection: Essa meta é o grande exemplo de como uma resolução de ano novo pode se transformar em piada. Meus amigos riem de mim e dão de ombros toda vez que eu falo em “boteco connection”. Eles dizem que sou um infeliz, um incapaz, um coitado que sequer consegue executar seus planos mais elementares. Enfim, quando o assunto é o “boteco”, eles têm toda razão.
O “boteco connection” é meu projeto para entrar no mundo do podcast. Eu sou apaixonado por rádio, e não vejo a hora de colocar no ar minha pequena contribuição para esse formato que, tenho certeza, vai tomar espaço do poluído dial FM. A idéia é ridiculamente simples: um gravador sobre a mesa ligado todo o tempo. Pessoas escolhidas a dedo conversam. O melhor desse bate-papo é editado e encapsulado em pílulas semanais de 30 minutos.
Se a coisa é tão simples, por que diabos essa idéia tão boba está prestes a completar dois anos (DOIS ANOS!!!) sem execução? Mesmo se eu disser “agora vai”, meus amigos ainda vão rir de mim. Mas em dois anos, cerquei todas as possibilidades. Consegui um excelente gravador digital, capaz de registrar longas horas de conversa fora em formato digital de excelente qualidade. Também tenho em casa inúmeros efeitos e trilhas para enriquecer o produto final. Também já chamei alguns amigos e gravei alguns papos de boteco para editar e montar alguns pilotos. É só sentar e fazer, além de manter a periodicidade – esse sim o maior desafio.
#3 – Trabalhos manuais: Eu ganhei um lindo presente de Natal: um trem elétrico, com direito a jogo de trilhos e uma apostila com exemplos de maquetes para montar minha própria mini-ferrovia. A sugestão do fabricante (a Frateschi) é a de não fazer o que os antigos donos de Ferrorama faziam, e fixar os trilhos permanentemente em uma base de madeira. Esse vai ser um desafio e tanto: arrumar espaço e executar um projetinho.
Nesse campo “artesanal”, tenho um plano ainda mais audacioso: minhas antigas fitas VHS-C. São longas horas de imagens gravadas desde 1995, entre elas muitas participações da minha vó, que se foi na terça-feira. Já perdi tempo demais sem mexer nesse material todo, e realmente não quero ver essas memórias se perderem (ou simplesmente mofarem). Ao menos pretendo recolher todas essas fitas e entregar nas mãos de um camarada confiável, capaz de digitalizar tudo. Com isso, vai ficar bem mais fácil editar e, quem sabe, preservar a imagem de tanta gente querida. Seja o trenzinho ou o filminho, qualquer das duas ocupações será gratificante, e ao menos uma delas eu pretendo concluir em 2007.
#2 – Marmoturbo 3.0: Entre minhas grandes metas de vida, um lugar meu com um quarto grande o suficiente para guardar as tralhas que junto até hoje é a mais ambiciosa. Infelizmente, para os padrões paulistanos, um objetivo desses custa em média uns R$ 150 mil, valor que pode ser pago a perder de vista. Infelizmente, não posso dizer que essa grana é “dinheiro de cachaça”. Ao mesmo tempo, enquanto permanecer solteiro e com os meus pais, vou fazendo meu pé-de-meia para chegar lá.
Assim, se não posso pensar em um lugar para chamar de “meu”, ao menos posso melhorar as condições do segundo local onde mais passo o tempo na vida: meu carro. A versão atual do Marmoturbo velho de guerra, datado de 2002, acumula 110 mil quilômetros de excelentes serviços prestados a mim e aos caronas, além de alguns passeios curtos e inesquecíveis. Ocorre que, com tamanho tempo de uso, qualquer hora a rebimboca da parafuseta pode bater a caçoleta.
Por isso, assim que pintar uma dessas promoções esgoelantes de carros novos, vou dar uma especulada e, quem sabe, fechar negócio. Minha opção número um é o de um novo Mille Fire (o terceiro seguido). Só para ver meus amigos zombarem de mim, como fizeram da última vez: “mas você não ia trocar de carro?”. Ao mesmo tempo, estou apaixonado pelo novo Palio Fire. De repente, pode ser.
#1 – Viajar: Em 2007, completo 30 anos. E viajar é a melhor forma de comemorar o ano todo. Viajar muito. Viajar sempre que puder. Viajar para o Japão, para a Flórida, para a Grécia, para a Austrália… Ou Florianópolis num final de semana, e até Bertioga mesmo, na hora do almoço, com os amigos. Se existe uma coisa que eu preciso fazer esse ano é uma grande viagem daquelas. Ou várias pequenas fugas inesquecíveis, seja sozinho ou acompanhado por um(a) ou um grupo todo – obviamente, a que fiz entre terça e quarta não conta.
Viajar não é simplesmente embarcar e voltar. Para mim, viajar é planejar. Encontrar a data certa. Escolher a melhor forma de chegar ao destino. Investigar o bairro mais bacana para se hospedar. Anotar uns dez pontos turísticos para escolher durante um café despretensioso uns dois ou três para visitar. Comprar muitos cartões postais. Anotar nomes de ruas, personagens, histórias e afins. Enfim, sair da rotina diária e abrir a mente para um novo jeito de ver as coisas.
No final do ano, prometo rever cada uma dessas cinco coisas. E independente do resultado, vou lembrar de como agi para tornar meu ano melhor: ainda que eu não tenha cumprido uma ou outra meta, não vou me decepcionar com o que fiz, pois certamente vou ter feito aquilo que pude. Mas se derem certo, também vou sorrir e aproveitar o delicioso sabor de uma conquista.
Em tempo, Cumpadi Alexandre Inagaki me deu de Natal o livro 100 Coisas Para Fazer Antes De Morrer, de Chris Day e Michael Ogde. Os autores sugerem atitudes ligadas ao trabalho, ao amor, à vida e até mesmo a um legado para o futuro. Diante de inúmeras possibilidades, fica fácil identificar e organizar prioridades e metas de vida. De um jeito bem lúdico e divertido, o livrinho encoraja qualquer um a fazer uma lista bem parruda, desde coisas simples como “deixar a barba crescer” até as ambiciosas, como “dar a volta ao mundo”.
Dentro da mesma linha, mas bem mais ambicioso, é o projeto da Patrícia Muller: 101 Coisas em 1001 Dias, onde ao invés de cinco metas para um ano, ela sugere cem para três anos. Como ainda não decidi se largo ou não o Clube dos Procrastinadores Anônimos, talvez nesse ano eu consiga pensar numa lista dessas.
eu acredito no boteco connection.
Tanto a fazer, tempo de sobra, ânimo de menos… É complicado mesmo.
E sobre o “101 coisas em 1001 dias”, acredito que a parte mais difícil seja elencar uma centena de coisas. Quando tentei, não cheguei nem a cinqüenta.
Boa sorte em 2007, Marmota, que você consiga cumprir suas metas ;).
[]’s!
É isso aí, metas cumpríveis… vou cobrar no final do ano o post revendo cada um dos itens, hehe!
Abraços!
Marmota! Quando vc quiser, podemos começar o projeto marmotas, pq vai ser divertido. E se precisar de umas dicas de “viagem de volta ao mundo”… conte comigo tbm! 😀
Brincadeiras à parte, feliz 2007, camarada!
Beijos.
Ótimas metas. O coisa do Palio vc sabe, o seguro…; agora, no qeusito viagem, me candidato a companhia, porque você faz a viagem exatamente do jeito que eu gosto. E eu topo qualquer lugar, combinado? 😉
E pensar que foi 2 anos atras que eu te ajudei no primeiro teste do boteco?? gente!! que loucura! O tempo passa rapido! :p
Anyway, FLORIDA! Ta na sua listinha! Planeja mesmo e vem me vistar! 😀
Feliz ano novo!! Tudo de melhor! Sempre!
Beijo!!
Eu também acredito no boteco connection. Já falei cocês… um notebook e um mixer digital low cost iam fazer maravilhas por vocês…;-)
o tal mixer digital é o audacity.
Bem, eu estava pensando mais num desses aqui… http://www.samash.com/catalog/showitem.asp?ItemPos=1&TempID=2&STRID=8527&Method=2&CategoryID=0&BrandID=0&PriceRangeID=0&PageNum=0&DepartmentID=0&pagesize=10&SortMethod=4&SearchPhrase=xenyx&Contains=%2Axenyx%2A&Search_Type=SEARCH&GroupCode=
170 doletas… um portador… e voilá!
Aqui em Pindorama a conta vai pra quase uns 700 reau.
Boa noite, estou cursando o terceiro ano de geografia e estou fazrndo um trabahlo sobre a parte fisica da Bolivia e gostaria de saber o que devo usar e o que parte devo destacar na minha maquete se poder me ajudar favor me mande email