Campus Party: eu não vou!

Três mil pessoas credenciadas experimentando novidades tecnológicas e falando sobre games, software livre, robótica, criatividade, blogs, podcasts, música e até astronomia. Pessoas interessantes e tão interessadas em discutir estes assuntos que vão até acampar nos arredores do Pavilhão da Bienal. Durante seis dias, a partir desta segunda, idéias das mais variadas formas serão potencializadas na Campus Party e distribuidas via rede sem fio e laptops. Cobertura em tempo real, seja pelo catalisador bolado pelo Manoel Lemos, seja a partir do stand da CBN, transmitindo via ondas analógicas para um público idem. Outras redações estarão lá, apresentando sua forma de trabalho ao público. Chamar esse caldeirão de mentes saltitantes de “nerdstock” é esconder as reais possibilidades de um encontro dessa magnitude.

Será um evento imperdível, mas eu vou perder.

O site oficial do evento define assim o “púbico de vanguarda” que participa do evento: “estudantes, professores, cientistas, jornalistas, pesquisadores, artistas, empresários e curiosos: todos buscam as últimas novidades tecnológicas, a troca livre de conteúdos e o compartilhamento de experiências ligadas ao mundo digital”. Isso exclui reles proletários como eu, vítimas do arcaico porém vigente modo empregatício de subsistência capitalista, incapazes de desplugar totalmente do exigente dia-a-dia corporativo por uma semana.

Foi com essa sinceridade que declinei do gentil convite da Lucia Freitas, que há semanas está se digladiando com obstáculos na organização do Campus Blog. Para que eu pudesse “pular” a etapa mais dolorida da inscrição (pagar cem paus), eu teria que ficar pelo menos uns cinco dias, o tempo todo. Avisei que, se tivesse condições, iria com prazer no final de semana. “Então vai ser só o sábado, porque domingo não vai ter nada”. Juro que pagaria pela inscrição só para dar um pulo no sábado, mas pensando bem…

Pensando bem, talvez eu conseguisse um ingresso de outra forma, apenas para “fazer de conta” que estou participando e, porque não, passar o sábado sentindo como foi a semana toda. Mais do que isso, a programação da festa concentra as melhores atrações entre as 14h e as 22h: de repente, escaparia por algumas noites para passear na Bienal. Alegria: recebi outro convite simpático via Felipe Meyer, do Jornal de Debates.

Parecia tudo certo. Logo recebi um “estou confirmando sua inscrição, estamos providenciando camisetas do Jornal de Debates, vai ser bem bacana”. Respondi, mas meu e-mail não teve retorno. Só que, justamente num dia em que desconectei completamente no trabalho, recebi a seguinte mensagem: “esta é a sua senha, válida só por hoje!”. Só vi a mensagem no dia seguinte, e ainda escrevi para o Felipe, explicando o que houve. Sem resposta. A mensagem mais legal veio há pouco, às vésperas do evento: “tá chegando a hora de nos encontrarmos no campusparty, as inscrições deram certo?”. Respondi que não, mas novamente não tive resposta. Certamente meus e-mails caíram na caixa de spams do Felipe, ou ele é tão enrolado quanto eu.

Enfim, meu emprego, minha programação frustrada e minha inscrição furada devem ter sido algum sinal dos céus. Algo como “não vá, cuide de sua vida”. Então tá. Se você vai, divirta-se. Mais do que isso, fique à vontade para me convidar para um eventual “Campus Bar”, depois das dez da noite.

Comentários em blogs: ainda existem? (6)

  1. Eu gosto dos nomes que dão para a boa e velha discussão do sexo dos anjos.

    Alguns blogueiros vão para ter seus egos lustrados por coiós. Outros, para tentar chegar ao patamar desses blogueiros. E, claro, os coiós lustradores e egos.

    Enquanto isso, “nóis qui trabaia” temos que aprender a “monetizar” nossa vida para pagar as contas.

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