Esses dias recebi um simpático e-mail, de uma não menos simpática jovem estudante de jornalismo (tudo bem, o que importa é ter saúde). Começava assim:
Vc já deve estar cansado de receber e-mail dizendo como gostaram do seu blog. Então, eu serei mais uma. Incrível! Vc é muito criativo. Claro, jornalista, né? Por isso tb escolhi esta profissão...
Raramente recebo elogios por aqui… Em compensação, não é a primeira vez em que vejo alguém associar blogueiros a jornalistas, dessa forma “corporativista”. Encontrei comentários semelhantes navegando pelo quase útil Orkut. Parece mesmo óbvio: qualquer indivíduo, independente da idade, profissão ou religião, é um potencial “editor de conteúdo” – desde que tenha um computador, um modem, uma linha telefônica e um blog.
No fundo, essa é a graça: democratizar a comunicação entre todos, ir além das mídias de sempre. Tanto é verdade que nem todo bom blogueiro é jornalista. É como diz a artista, designer e – por que não? – escritora Daniela Castilho: “escrever é muito mais que ser repórter”.
Mas a associação vai além da simples figura do “blogueiro jornalista” – e isso você já viu por aqui: alguns filósofos de botequim já profetizaram o fim do jornalismo como conhecemos hoje, graças ao fenômeno blog. Diante disso, concordo com o que a Raquel diz aqui: “blogs são uma ferramenta e nada mais. Como essa ferramenta é utilizada é a grande questão”.
E mais: “como a profusão de blogs e seus mais diversos usos demonstra, blogs servem para praticamente qualquer coisa: diários privados, literatura, coleção de links, fotografias, política, pornografia, etc. Inclusive o jornalismo. O mais importante é, portanto, verificar até que ponto o que é feito em blogs pode ser considerado jornalismo”, complementa, citando, entre outros links imperdíveis (vai lá ver), este da Rebecca Blood.
Como se vê, a discussão pode começar pra qualquer um dos lados, e ir além de um simples elogio num e-mail… Para quem ainda não se encheu, mais um texto da série “jornalistas blogueiros”: o sempre imperdível Alexandre Cruz Almeida discorre sobre o tema em sua coluna, no jornal carioca Tribuna da Imprensa. O texto cita o blog DizVentura. Também vale uma visita.
E o Alô Marmota deve voltar logo logo, destacando uma série de comentários bacanas. Mas antes de acabar, algo que em nada tem a ver com o papo acima: Já viram essa revista eletrônica? Algo me diz que, qualquer hora dessas, vamos ter algo parecido por essas bandas…
Pois é, isso também aconteceu comigo… Um pouco diferente, claro, pois não sou jornalista… Um visitante do meu blog gostou do q eu escrevia e presumiu q eu fosse jornalista. Acho que as pessoas associam essa profissão a um texto escrito com qualidade… Olha só a responsa que vocês têm, rapaz! *rs
Abraço,
O livro mais próximo de mim é tão mala que nem vou postar nada não…
Olá André,
Não tenho mais desculpas para não ler seu blog ! Aqui no escritório só permitem acesso a sites .gov e .org…Beijo !
Também já me associaram a profissão de jornalista (Pior! até de advogado). Mas concordo com vc! Todos são redatores em potencial, basta um pouco de iniciativa e criatividade