A velha a fiar

Redescobri no blog da Juliana um dos maiores clássicos do cancioneiro popular de todos os tempos: a velha a fiar, canção popular que retrata como poucas, de maneira simples e recreativa, o interminável círculo vicioso em que estamos presos em nosso dia-a-dia. Também funciona bem como jogo da memória.

Nunca vi, mas dizem que a primeira vez que a música fez algum barulho foi em 1964, num curta-metragem dirigido pelo cineasta Humberto Mauro. Mas a versão que todos lembram foi interpretada por Arthur Kohl, famoso garoto-propaganda-barbudo da Brastemp ao lado de Wandi Doratiotto, no programa Rá-Tim-Bum (com fitas originais provavelmente gastas por conta das constantes reprises promovidas pela TV Cultura).

Estava a velha em seu lugar, veio a mosca lhe fazer mal
A mosca na velha, a velha a fiar

Estava a mosca em seu lugar, veio a aranha lhe fazer mal
A aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar

Estava a aranha em seu lugar, veio o rato lhe mazer mal
O rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar

Estava o rato em seu lugar, veio o gato lhe fazer mal
O gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar

Estava o gato em seu lugar, veio o cachorro lhe fazer mal
O cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar

Estava o cachorro em seu lugar, veio o pau lhe fazer mal
O pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar

Estava o pau em seu lugar, veio o fogo lhe fazer mal
O fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar

Estava o fogo em seu lugar, veio a água lhe fazer mal
A água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar

Estava a água em seu lugar, veio o boi lhe fazer mal
O boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar

Estava o boi em seu lugar, veio o homem lhe fazer mal
O homem no boi, o boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar…

O José Henrique, amigo da Juliana, começou uma nova estrofe: “estava o homem no seu lugar, veio A MULHER lhe fazer mal…”. Aprovada.

André Marmota acredita em um futuro com blogs atualizados, livros impressos, videolocadoras, amores sinceros, entre outros anacronismos. Quer saber mais?

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Comentários em blogs: ainda existem? (12)

  1. Adorava cantar essa música com os amigos até perder o fôlego… Maior bobose em conjunto que eu participei em minha vida!
    Ahhhhhhhh, André…
    Vai me dizer que vc não quer uma MULHER a lhe fazer mal? Hahahahahaha…
    Grande beijo…

  2. Eu conheço uma outra canção chamada “A velha debaixo da cama”, que eu costumo cantar para irritar quem está do meu lado (hehehe), é mais ou menos assim:

    A velha debaixo da cama, a velha criava um gato, na hora de se deitar, o gato miava e a velha dizia: “ah meu deus que bom seria, tanto bem que eu te queria”.

    A velha debaixo da cama, a velha criava um cachorro, na hora de se deitar, o gato miava, o cachorro latia e a velha dizia: “ah meu deus que bom seria, tanto bem que eu te queria”.

    A velha debaixo da cama, a velha criava uma vaca, na hora de se deitar, o gato miava, o cachorro latia, a vaca mugia e a velha dizia: “ah meu deus que bom seria, tanto bem que eu te queria”.

    E assim sucessivamente, a cada vez adicionando um bicho diferente. Já consegui cantar chegar até dez bichos.

  3. O filme do Humerto já traz o trecho “estava o homem em seu lugar, veio a mulher lhe fazer mal…” e finaliza: “estava a mulher em seu lugar, veio a morte lhe fazer mal” fechando assim o ciclo de atribulações.

  4. A velha debaixo da cama de Sandro Becker

    A véia, debaixo da cama
    A véia criava um rato.
    Na noite que se danava
    O rato chiava
    E a véia dizia:
    Ai meu Deus se acaba tudo
    Tanto bem que eu te queria.

    A véia, debaixo da cama
    A véia criava um gato.
    Na noite que se danava
    O rato chiava,
    O gato miava
    E a véia dizia:
    Ai meu Deus se acaba tudo
    Tanto bem que eu te queria.

    A véia, debaixo da cama
    A véia criava um cachorro.
    Na noite que se danava
    O rato chiava,
    O gato miava,
    O cachorro latia
    E a véia dizia:
    Ai meu Deus se acaba tudo
    Tanto bem que eu te queria.

    A véia, debaixo da cama
    A véia criava um veado.
    Na noite que se danava
    O rato chiava,
    O gato miava,
    O cachorro latia,
    O veado corria
    E a véia dizia:
    Ai meu Deus se acaba tudo
    Tanto bem que eu te queria.

    A véia, debaixo da cama
    A véia criava um galo.
    Na noite que se danava
    O rato chiava,
    O gato miava,
    O cachorro latia,
    O veado corria,
    O galo cantava
    E a véia dizia:
    Ai meu Deus se acaba tudo
    Tanto bem que eu te queria.

    A véia, debaixo da cama
    A véia criava um macaco.
    Na noite que se danava
    O rato chiava,
    O gato miava,
    O cachorro latia,
    O veado corria,
    O galo cantava,
    O macaco pulava
    E a véia dizia:
    Ai meu Deus se acaba tudo
    Tanto bem que eu te queria.

    A véia, debaixo da cama
    A véia criava um porco.
    Na noite que se danava
    O rato chiava,
    O gato miava,
    O cachorro latia,
    O veado corria,
    O galo cantava,
    O macaco pulava,
    O porco fuçava
    E a véia dizia:
    Ai meu Deus se acaba tudo
    Tanto bem que eu te queria.

    A véia, debaixo da cama
    A véia criava um bode.
    Na noite que se danava
    O rato chiava,
    O gato miava,
    O cachorro latia,
    O veado corria,
    O galo cantava,
    O macaco pulava,
    O porco fuçava,
    O bode berrava
    E a véia dizia:
    Ai meu Deus se acaba tudo
    Tanto bem que eu te queria.

    A véia, debaixo da cama
    A véia criava um jumento.
    Na noite que se danava
    O rato chiava,
    O gato miava,
    O cachorro latia,
    O veado corria,
    O galo cantava,
    O macaco pulava,
    O porco fuçava,
    O bode berrava,
    O jumento rinchava
    E a véia dizia:
    Ai meu Deus se acaba tudo
    Tanto bem que eu te queria.

    A véia, debaixo da cama
    A véia criava um leão.
    Na noite que se danava
    O rato chiava,
    O gato miava,
    O cachorro latia,
    O veado corria,
    O galo cantava,
    O macaco pulava,
    O porco fuçava,
    O bode berrava,
    O jumento rinchava,
    O leão esturrava
    E a véia dizia:
    Ai meu Deus se acaba tudo
    Tanto bem que eu te queria.

    A véia, debaixo da cama
    A véia criava um véio.
    Na noite que se danava
    O véio queria
    A véia não dava
    Aí ficava
    Naquela agonia.
    Ai meu Deus se acaba tudo
    Tanto bem que eu te queria.

    A véia, debaixo da cama
    A véia criava uma cobra.
    A cobra mordeu o rato,
    Mordeu o gato,
    Mordeu o cachorro,
    Mordeu o veado,
    Mordeu o galo,
    Mordeu o macaco,
    Mordeu o porco,
    Mordeu o bode,
    Mordeu o jumento,
    Mordeu o leão,
    Mordeu o véio…
    – Mordeu quem?
    Mordeu o véio…
    – Oh, meu Jesuis. E a véia?
    Mordeu a véia…
    – Também ela, meu fio? A veinha, foi?
    E a véia ficou sem o véio, foi?
    – Nesse caso foi, né.
    Cadê a veinha?
    – Morreu, bicho besta, morreu!
    Ai meu Deus!

    em: http://www.necrometropole.blogger.com.br/2005_01_01_archive.html

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