Fazia tempo que o MMM não recebia mais de cem visitantes num único dia. Foi o que aconteceu nesta segunda-feira, graças a mais uma citação deste espaço na coluna do Gravatá, do sempre excelente caderno de Informática do Globo. Aliás, novamente, muito grato.
Enfim. Parece até bobagem minha, mas parei alguns minutos refletindo sobre a “pinçada” do Gravatá: eram trechos deste post, composto basicamente por uma transcrição ipsis litteris de um destes e-mails anônimos de alta rotação. Nada de mais, evidentemente. Até porque, os doze visitantes de sempre já devem suspeitar da minha preferência por bobagens diferentes, se possível boladas por mim mesmo.
Infelizmente, nem todos usam suas páginas pessoais como devem e transformam-nas uma extensão de seus pensamentos, consolidando uma identidade própria. Preferem fazer isso às custas dos pensamentos alheios, graças a uma sequência de botões pressionados tão popular quanto as fotos da Luciana Vendramini: o Ctrl+C Ctrl+V.
Para usá-los, basta meio neurônio: é só selecionar o que achou bacaninha, copiar, colar e… Pronto! Com mais meio neurônio, dá até para descobrir o significado do comando “exibir código-fonte” e driblar aqueles bobos recursos proibitivos – como o velho truque do alerta vermelho ao clique no botão direito.
Nada contra a facilidade em si – gostou da mensagem? Tem mais é que propagá-la mesmo. Mas existem diferenças entre divulgar idéias e roubá-las, como se a web fosse um pomar sem dono, carregado de frutas doces. Não custa nada lembrar de quem plantou. Pessoalmente, já vi posts inteiros do MMM reproduzidos na íntegra. Reclamei uma vez, e recebi uma resposta simpática do ingênuo carinha: “se não quiser que alguém copie, não ponha na Internet!”. Genial.
A mágica do copy-paste sem citar a devida fonte pode ser considerada um crime – até mesmo em um blog sem qualquer fim lucrativo, como informa o Sérgio Fonseca: “As pessoas realmente acham que podem simplesmente pegar, pois estão na rede, não sabendo ser crime. Na verdade dois: Violação do direito autoral e falta de crédito (lei 9.610/98). As condenações e indenizações têm sido cada vez mais freqüentes”.
Ele aproveita para denunciar um caso que está dando o que falar: uma tal Gabriela Dantas se apropria (ela deve ser da esquerda xiita) de suas fotos, além de textos de blogs consagrados como Não discuto, Walkoman e Aos Extremos. O próprio Gravatá, que inspirou estes longos parágrafos, discute o assunto em seu globlog.
Quem também comprou briga com os plagiadores foram os inventores do Pragas da Internet. Desde seu lançamento, o couro não para de comer, demonstrando o quanto o assunto é pedregoso: com um clique nos comentários, vem a sensação de estarmos no programa do Ratinho, tamanha baixaria de quem acha que tem razão. Uma pena.
Mas por mais que o barulho aumente, dificilmente a comodidade do Ctrl+C Ctrl+V vai acabar, seja naquele bloguinho chinfrim ou mesmo em alguma respeitada redação de jornal. Para quem ainda prefere copiar, resta a velha e sábia máxima: ninguém consegue enganar os outros por muito tempo.
Como bom usuário do CTRL+C CTRL+V, seja no meu blog, seja em trabalho pra faculdade, ou até mesmo na vida, entendo o lado pessoal da coisa. Tanto entendo que sempre coloco a fonte da cópia. Acho legal vc homenagear o trabalho bem feito de algumas pessoas, assim como é feito no sampler, na música. Mas não é pra copiar um texto inteiro, senão vc tá assinando um atestado de burro e da falta de capacidade de criação. Mas nem todo mundo pensa assim, e já que é pra homenager, finalizo o comentário com uma homenagem ao ser que nos presenteia sempre com seus ótimos textos: E eu, uma pedra!
terrível isso e é triste saber que não estamos isentos dessas cópias baratas… snif…
Nem me fale. Tive uma baita dor de cabeça por causa de cópias descaradas de um website de minha autoria. Pior que eu tenho quase certeza que eram adolescentes sem nada na cabeça, pois depois de mandar um e-mail pro site que pirateou meus comentários dizendo sobre as implicações legais (logo com quem foram mexer: meu trabalho de conclusão de curso foi sobre direitos autorais e internet!), comecei a receber comentários idiotas e estúpidos no meu livro de visitas.
Tem gente que não tem mais o que fazer e nem criatividade pra manter um site/blog na net.