Vai, Schumi: torcendo para o alemão errado

Ultimamente não estou conseguindo sequer acompanhar meus próprios devaneios. Mesmo assim, nada me impediria de acordar cedo neste domingo para acompanhar a abertura da Fórmula 1. Ou, como Galvão adora insistir, “esta nova Fórmula 1”. Que, convenhamos, tem mais pinta de “velha”: aquela onde ninguém abastece, há uma ou (no máximo) duas trocas de pneus, pontuação favorecendo quem acumula mais vitórias… É um retorno aos anos 80 e 90.

A propósito desse “retorno”, o que dizer da imagem do capacete de Bruno Senna, após seu abandono?

Mas enfim. Entre os elementos que tornam esta sexagenária Fórmula 1 imperdível, temos uma McLaren forte com dois campeões mundiais, uma surpreendente Red Bull contando com talento promissor, além de uma Ferrari mais forte ainda, favorita graças ao talento do bicampeão Alonso e do futuro campeão Massa. Pessoalmente, no entanto, considero outro fator ainda mais atraente: o retorno do ex-aposentado Schumacher.

Alguém pode dizer que torcer por ele é sinal de anti-patriotismo. Ou pior: com Vettel em excelente fase, perder tempo com o velho Schumi é torcer pelo alemão errado. Nesta primeira prova, no meio do deserto de Sakhir, o heptacampeão foi apenas o sexto colocado. Coadjuvante? Creio que não. É igual a qualquer profissional sem prática, mas que sabe aonde quer chegar. Lá pelo mês de maio, o panorama será outro.

Se bem que a primeira prova de maio será exatamente o GP da Espanha, na casa do primeiro vencedor de 2010. O “queridinho” da Luciana se deu bem em sua estréia na Ferrari ao ultrapassar Massa logo na primeira curva. Contou ainda com a ajuda de Vettel, virtual vencedor até um problema mecânico deixá-lo sem força – o “melhor alemão” acabou em quarto, atrás do Robinho. Mesmo com a indignação global ao pedido da equipe ao Brasileiro (“tire o pé para economizar motor”), isso não significa favorecimento ao espanhol. Na verdade, isso significa que teremos uma briga muito interessante.

E querem saber? Torcer para o Schumacher (ou mesmo para o Alonso) abre espaço para Massa, plenamente recuperado do acidente, surpreender. Quem sabe?

Enquanto Ferrari, Red Bull, McLaren e Mercedes disputam a “Série A”, veremos ainda uma disputada “Série B”, com Williams, Renault, Force India, Toro Rosso e Sauber. E mesmo considerando apenas esse pelotão, Barrica consegue ficar atrás de Liuzzi… Difícil perder o costume de ser o segundo, não?

Ah, sim: Galvão foi castigado por batizar Toro Rosso e Virgin de STR e VRT (?!?) e reclamar da ausência do relógio ao antecipar o fim da corrida em uma volta. Relaxem que até 2014 tem mais.

(Para acompanhar e entender de verdade o mundo do automobilismo, leia a Bárbara Franzin, o Felipe Motta, o Ivan Capelli, o Livio Oricchio, o Fábio Seixas e o Flávio Gomes).

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