Essa semana estou participando de um treinamento muito bacana, ao lado de uma turma espetacular e repleto de conceitos ligados à liderança e capacitações. Quem já participou de eventos corporativos como esse pode até desdenhar, mas como ultimamente estou perdendo muito tempo auto-justificando minhas atitudes e pensamentos, a atividade veio em excelente hora.
Logo nos primeiros minutos, o sábio instrutor Francisco Arean (gente boníssima, diga-se) distribuiu um texto ligado a uma das nossas maiores dificuldades (a minha principalmente): mudar. Especialmente quando passamos a maior parte do tempo reclamando da vida, sem mexer um dedo para transformar as coisas.
A parábola das pegadas do bezerro, adaptado do texto original de San Walter Foss, estimula qualquer um a quebrar paradigmas, se livrar da resistência natural ao novo e driblar o medo de errar. Convenhamos, esse não é apenas um desafio de ordem profissional…
Um dia, através da floresta virgem, um bezerro voltou para o seu curral distante, a exemplo dos bons bezerros. No seu trajeto, fez uma picada tortuosa, tal como todos os bezerros. Passaram-se trezentos anos e talvez o bezerro esteja morto. Porém deixou atrás de si o seu rastro.
Depois, sobre o seu rastro, um carneiro guia passou por todo o rebanho. E desde esse dia, sobre montes e planícies, foi-se abrindo um caminho através da velha floresta. Muitos homens seguiram pelo mesmo, indignados pelo fato de ser tão sinuoso.
O caminho da floresta tornou-se uma alameda, que se encurva, dobra e redobra. A tortuosa via tornou-se uma estrada, onde muitos pobres cavalos, arqueados sob pesadas cargas, troteavam penando ao sol ardente e andavam três milhas para avançar uma.
E assim, durante três séculos, todos seguiram as pegadas do bezerro.
Os anos passaram rapidamente, e a estrada converteu-se em uma viela de aldeia. E sem que os homens o percebessem, da viela foi feita uma movimentada via pública de cidade. E logo se tornou a rua central de uma famosa metrópole.
Durante dois séculos e meio os seres humanos se submeteram às pegadas do bezerro. Por corcoveada trajetória desenvolveu-se o tráfego de um continente. Centenas de milhares de homens se orientam, por um bezerro morto há mais de três séculos. E ainda seguem seu tortuoso trajeto, e em cada dia perdem uma centena de anos, tal a reverência que tributam a um precedente estabelecido.
Uma lição de moral isto poderia ensinar, fosse eu um pregador ordenado, pois os homens se inclinam a seguir cegamente o caminho do bezerro imaginado, trabalhando de sol a sol no afã de imitar o que os outros fizeram. Só pisam pistas já batidas, oscilando para dentro e para fora, para diante e para trás.
Fazem do caminho uma rota sagrada, pela qual se movimentam durante toda a vida. E como riem os antigos deuses da floresta, que testemunharam o andar incerto do bezerro primitivo!
Ah, quantas coisas poderiam esta história ensinar… Mas não fui ordenado pregador.
Uma bela história. É muito comum seguirmos o que os outros fizeram sem se preocupar em mudar. Há uma tendência muito forte em as pessoas acharem que suas mudanças não darão certo e serão trabalhosas demais. Mas como saber se não tentar?!!! Acredito que qualquer mudança, mesmo que mínima pode mudar o mundo na sequência…
Rui Nelson
http://www.uebbemais.com
os caminhas já trilhados são sempre os mais fáceis. o dificil é construir o seu próprio caminho. ser o referencial a ser seguido. Muitos tentam. Poucos conseguem.
Esses treiamentos são bons: nos tiram do ambiente de trabalho…
Um abraço!