Descobri no domingo à noite que o Dalai Lama, espécie de “papa do Budismo”, vem ao Brasil essa semana. Graças à matéria exibida pelo Fantástico, mostrando a repórter Sônia Bridi na Índia, onde o líder espiritual vive exilado.
Não sei se foi impressão minha, mas durante a entrevista, percebi um deslumbramento nítido da repórter diante da reencarnação do Buda. Mas não é para menos: Tenzin Gyatso demonstrou não apenas ser um mero entusiasta da paz mundial, mas especialmente um sujeito muito bacana. Daqueles que, quando criança, admitia que “essa vida não seria moleza”… Mas cresceu bem humorado mesmo diante do controle chinês de seu antigo lar. E traz idéias que respeitam o ser humano independente de sua crença.
Ele sabe que a diversidade e as tradições da humanidade estimulam a variedade de pensamentos, o que reflete nas religiões. Mas ele acredita em espiritualidade sem ter uma crença. “Tanta gente que não tem religião mas tem compaixão, consciência dos direitos dos outros. Por isso defendo uma terceira via de espiritualidade, através da educação. Não da meditação, nem da oração, mas da consciência humana”. Nessa hora, eu olhei para a minha mãe na cozinha e balancei a cabeça, afirmativamente.
Logo depois, a reportagem entrou no tema anunciado pela Glória Maria: qual o verdadeiro caminho da felicidade? A resposta diz respeito ao coletivo: se a humanidade se sente feliz, eu e você também sentiremos. Do contrário, se todos sentirem ódio, inveja ou orgulho, nós sofremos também. Trabalhar a felicidade para todo mundo através da compaixão é o segredo, segundo o Dalai Lama.
Mas com um detalhe: “muitos acham que compaixão é se render ao outro. Mas temos que separar o agente da ação. O perdão é para a pessoa, não para o que ela faz. Devemos nos opor à ação, mas o agente é um ser humano. E através da compaixão suas atitudes vão mudar”, completa o Dalai Lama.
Não sei quanto a você. Mas mesmo que esse sujeito batuta tenha dito coisas que parecem óbvias, elas fazem todo sentido.
Existem verdades que são óbvias, outras nem tanto, algumas lindas, mas nem todas são. Eu sou evangélico e estou quase sempre na defensiva, porque as pessoas, ainda que não percebam, pensam e tratam as pessoas se baseando em estereótipos. Na verdade, a escola tem um compromisso ético de formar cidadãos eticamente corretos, mas, particularmente falando e principalmente na Universidade que concluí meu curso, os professores não dão exemplo, e os alunos não têm a quem pedir ajuda. Professores me perseguiam descaradamente, soltava piadas e indiretas. A realidade é dramática.
“Tanta gente que não tem religião mas tem compaixão, consciência dos direitos dos outros. Por isso defendo uma terceira via de espiritualidade, através da educação.”
Fantástico (sem trocadilho!). Acho que acabo de virar budista.
Um abraço!
Jóia. Mas “papa” do budismo só como alusão à importância mesmo… Como representante de uma religião o Dalai é um cara bem mais democrático. E vem se tornando bem mais pop também.
E ao menos como líder religioso, ele é bem mais simpático do que o alemão lá…
Toda vez que vejo o Dalai Lama, seja na tv ou na revista, sinto paz e não sei explicar porquê.
eu entendo esse “deslumbramento” que voce percebeu na reporter, pq já passei por uma experiencia parecida. Tive a oportunidade de estar na presença e participar de uma espécie de palestra de um monge da mesma turma do Dalai Lama e foi uma experiencia incrivel! a energia, paz e tranquilidade que ele passou foi muito boa e todas as coisas que ele disse, por mais obvias que elas parecessem, fizeram um enorme bem pra mim… imagino o que a reporter sentiu…