Peço licença aos visitantes do MMM para abusar um pouquinho da paciéncia, e até convidá-los a uma discussão sadia. Quando a Internet começou a crescer no país, muito se falou a respeito da democratização da informação. Como sabemos, apesar da enorme quantidade de bits espalhados em toneladas de páginas e e-mails (muitas das quais imprestáveis), a exclusão digital – fenômeno que amplia ainda mais o abismo entre grupos sociais desnivelados – é um tema constante.
Toda essa pataquada para entrar no assunto de fato: rádios comunitárias. E aqui não estou falando naquelas brincadeiras comuns nas grandes cidades: aventureiros que imitam as grandes emissoras, igrejas e políticos que usam da impunidade na fiscalização para as suas pregações. Rádio comunitária de verdade, segundo a lei, atende a uma comunidade bem definida, sem fins lucrativos.
Claro, isso parece uma grande piada – afinal, a própria mídia intensificou uma campanha maciça contra a proliferação das chamadas “rádios piratas”, com toda razão. “Enquanto policiais federais poderiam se ocupar da corrupção do país, caçando traficantes e instigando a lavagem de dinheiro, eles estão sendo sistematicamente requisitados para fechar rádios comunitárias.”, declaração do presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal de São Paulo, Armando Coelho Neto, ao jornal Folha de São Paulo, recentemente.
Coelho Neto, que irá lançar o livro “Rádio Comunitária Não é Crime”, também vai participar de um debate neste sábado, às 14 horas, na Câmara Municipal de São Paulo. A idéia é discutir os próximos passos para a aprovação do um projeto de Lei, que poderá conceder meios ao poder municipal para a concessão de funcionamento de rádios comunitárias na cidade. O projeto de lei já existe: autoria dos vereadores Carlos Neder (PT) e Ricardo Montoro (PSDB), tramita há um ano e meio e já foi aprovado pelas comissões da Câmara.
Antes da votação em Plenário, vale a discussão entre todos os interessados em encampar mais essa tentativa de democratizar a comunicação e a informação. Segundo o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, já está confirmada a presença de representantes das emissoras comunitárias de São Paulo, estudantes de comunicação, pessoal das áreas de Saúde, professores e alunos de escolas municipais, e de Coelho Neto.
“Fazem terrorismo dizendo que essas rádios são usadas por traficantes. Isso deve mesmo existir. Mas são exceções. A maioria tem um papel social importante. E o importante é que haja um amplo debate”, diz o delegado da PF. Fica registrada aqui a nossa torcida, afinal de contas, esse é o tipo de assunto que não se resolve num estalar de dedos.
e ai blz. muito louco o teu site (GOSTEI). sempre que der darei uma passadinha por aqui. dê um look no meu tbém: http://www.hitsparade.blogger.com.br até!
E o pior é que é a mais pura verdade. Acho que algumas rádios piratas desempenham papel fundamental na sociedade onde estão instaladas (vide rádios comunitárias de favelas cariocas como a da Rocinha).A polícia e o governo deveriam muito mais se preocupar em prender marginais ou os ladrões do colarinho branco do que simplesmente fecharem rádios que não tem feito mal a ninguém (algumas).Mas tem rádio que é fogo mesmo! Eu trabalho com telefonia celular (RF) e sei que algumas rádios simplesmente infringem normas de conduta ao adentrarem em faixas de transmissão que não lhes pertencem atrapalhando a vida de muitos outros!
As rádios comunitárias são importantes sim ao não permitirem q haja o processo de exclusão ao inserirem as comunidades em discussões sobre o nosso cotidiano e outros temas pertinentes. Claro q vai ter sempre alguém kerendo usá-las c/ finalidades escusas mas isso não tira o seu valor!Bjo gostei!
Marmotão Cara eu sou locutor (com DRT e tudo!) e fundei uma rádio comunitária que funcionou durante 3 anos. Quando o Sérgio Mota morreu todos os processos para a liberação LEGAL das rádios ficaram parados propositalmente.Resultado: há mais de 5 anos esperamos reabrir a rádio dentro dos padrões estabelecidos na legislação.Vale a pena esperar algo desse nosso país?