Por Luciana, do blog Cintaliga
“Mas ora, vejam só, já estou gostando de vocês
Aventura como essa eu nunca experimentei!
O que eu queria mesmo era ir com vocês
Mas já que eu não posso:
Boa viagem, até outra vez.
Agora…
O Plunct Plact Zum
Pode partir sem problema algum”
Olha, quando eu era criança – um pouco mais criança, vai – ficava em uma creche de regime de semi-internato. Eu ia pra escola às oito da manhã e só voltava pra casa às seis da tarde. Meus pais trabalhavam e não confiavam em babás depois que a minha deixou meu carrinho rolar ladeira abaixo – eu tinha onze meses e estava dentro do carrinho.
Aquela creche era a minha verdadeira casa. Eu estudava, brincava, merendava, tomava banho, almoçava, fazia os deveres de casa lá. Só voltava pra minha casa real pra dormir e passar os fins de semana – e quando chegavam os fins de semana eu acordava cedo e pedia pra ir pra escola… E quando a gente saía de carro pra passear no fim da tarde eu pedia pra passar na frente da escola…
E quando chegavam as férias do mês de julho eu continuava a ir pra escola porque tinha COLÔNIA DE FÉRIAS!
Essas colônias de férias eram recheadas de passeios e tinham um cheiro de felicidade e um sabor inconfundível de sanduíche com patê e suco de tangerina. Hoje elas têm a cor da saudade e brilham serenas na minha memória.
Um dia eu queria ter uma escola. Uma escola digna onde meus alunos sentissem orgulho em estudar. Uma escola em que um passeio ecológico com a oitava série não precisasse ser adiado por falta de ônibus pra levar os meninos ao sítio. Uma escola onde se instigasse o sonho, onde se ensinasse o valor do sonho; mais: uma escola onde fosse permitido sonhar.
E aí, nessa minha escola que eu sonho, quando chegassem as férias de julho, a Sininho salpicaria pó de pirlimpimpim em todos e bastaria pensar em coisas boas para que saíssemos a voar… A voar, a voar, a voar!
De roupa verde na Terra do Nunca… Sempre atrasada no País das Maravilhas… De sapatinhos de rubi em Oz… Amiga do rei em Pasárgada… De volta para o futuro em Hill Valley… Jornalista em Metrópolis… Em preto e branco em Pleasantville… Tloc! pluf! nhoc! no Sítio do Picapau Amarelo… Dançando no baile do Reino das Águas Claras… À toda velocidade no batmóvel… Roubando dos ricos e dando aos pobres na Floresta de Sherwood… Jogando boliche em Bedrock… Amiga da Minnie e da Margarida em Patópolis… Amiga da Mônica e da Magali no Bairro do Limoeiro… Morando num abacaxi na Fenda do Bikini… Vendo o mundo a partir de Shangri-la… Donna Reed em Bedford Falls…
Desafiando o Capitão Gancho… Fazendo desaniversários… Amiga do Leão, do Espantalho, do Homem de Lata… Com o homem que quero na cama que escolherei… A bordo de um De Lorean… Indo pra Lua nos braços do Superman… De sombrinha vermelha… A fazer reinações com uma certa boneca falante… De capa preta… Flechando os inimigos… Com uma filha de nome Pedrita… Sobrinha do tio Patinhas… Prima do Louco… De calças quadradas… No Himalaia… Nos braços de George Bailey…
Sairíamos a voar tão alto que de repente acabaríamos naquele B-612 mais querido… Só porque lá mora um pequeno príncipe e uma rosa e esse blog é do André Rosa! 😉
PS – Existe um livro chamado Dicionário de Lugares Imaginários. Eu não tenho, mas quero um.
PS2 – Puxa, um autêntico Cintaliga no MMM! É bom dizer que tanto a escola onde eu estudava quanto a colônia de férias promovida lá sempre me deram a sensação de lar, de família. A mesma que esse blog causa em mim.
Enquanto Marmota se prepara para voltar a sua vida normal, a série Colônia de Férias termina aqui, após apresentar textos gentilmente preparados por seus amigos, esperando que todos tenham se divertido tanto quanto o viajante perdido na Europa!
Ei, Lu!!! Quero ser aluna dessa sua escola!!! Viajar de Plunct Plact Zum todo dia!!! Ê, delícia!
Texto de Lu sem PS não é texto de Lu, né?
Mas ah, a nossa escola vai ser linda. E a gente nem vai precisar ficar se desdobrando pra conseguir ônibus, porque nossos meninos vão viajar de pirilimpimpim!
Beijos.
Esta discussão de daycare v. babás é super apropos agora que uma mocinha me ajuda e sua filha queria babá mas por sorte do destino, ela irá ao daycare pós-escola.
Tive babá para Gabi e saiu caro pois ela não era profissional. No daycare, parecido com o que você descreve, ele tinha aula de computadores, arte, música, aprendeu a colocar pratos e talheres para reciclar, e tinha relatório das atividades diárias! O preço foi menor que o da babá.
Lu, adorei…
quero viajar nesse seu balão também!
como vc, eu me sinto super acolhida, em casa, aqui no marmota’s blog!!!(rsss)
bjão proce.
Lindo, lindo.
Eu me sinto super privilegiada por ler os textos da Luluzinha em primeira mão. 😉
Lu, quando você criar esta escola, quero ser uma das professoras de redação. Sim? 😛
Ler um ótimo post e ainda descobrir que você lê a Revista Paradoxo?
É demais pra mim!
=)
Só a galera suspeita comentando meu texto, dizendo que quer estudar na minha escola e tudo mais… Se me vissem dando aula iam sair correndo rapidinho… 😉
Eu quero agradecer: à caravana do Cintaliga que veio para o MMM e ao Mister MMM por ter nos acolhido. 😉
Quando eu ficar de férias em janeiro, copiarei o bem sucedido esquema de Colônia de Férias do André e colocarei a turma lilás toda pra escrever no nosso blog.
Um abraço grande mesmo.
PS – Sim, Carlucha, texto meu tem que ter PS, pra imprimir um certo ar de intimidade que os PSs dão às cartas. 😉
Já que a Pat se ofereceu pra dar aula de redação, me coloco a disposição pra ser professor de biologia. 🙂
Ps: vem cá, esse pozinho de pirlimpimpím produziria efeitos mágicos no contracheque dos professores também? 😛
Nossa, que post colorido! Gostei! 😀