A última viagem, há cinco anos

Faz um bom tempo que não acompanho as aventuras ao Rio Grande do Sul a bordo do carro da família. Uma das últimas do gênero foi na virada de 2002 para 2003, quando o nosso bólido, um Voyage 93, mostrou sua valentia pela última vez. Era um carro e tanto: desde a “temporada 94/95”, o carrinho da Volks acumulou pouco mais de 180 mil quilômetros, mas com corpinho de 20 mil.

No dia 10 de janeiro de 2003, há pouco mais de cinco anos, nosso carrinho foi vítima da fúria incontestável da natureza. Por um descuido, ele ficou estacionado bem ali, no canto esquerdo da imagem acima. Eram quase sete e meia, durante um forte temporal. O muro – aquele que deveria ocupar praticamente toda a foto – cedeu. Acertou o Voyage em cheio.

Assim como você, meus pais também se iludiram com a imagem: o muro não pegou apenas a parte de trás, mas também o teto e o lado do passageiro. Sem conserto: nada a fazer além de acionar o seguro e seguir em frente. As boas notícias: a seguradora pagou a franquia, e não havia um ser vivente por ali na hora do estrondo.

O tempo passou e ninguém mais discute as responsabilidades sobre quem transformou o muro num aterro vagabundo, repleto de infiltrações: já existe uma nova parede, em tese capaz de resistir aos verões molhados. Ao mesmo tempo, nossa família já trocou de carro (e passou por novos apuros) algumas vezes. Como se também tivéssemos criado um muro mais forte para evitar apegos materiais como nosso saudoso Voyage.

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