Por Carol Canossa
Todas aquelas pessoas levemente estressadas como eu hão de concordar: não há nada pior do que alguém que, por preguiça, boicote ou incapacidade, não consiga cumprir o seu trabalho de maneira eficiente. Pode ser a menina que nunca acerta o pedido da lanchonete de sua empresa, os analistas de suporte que ficam de jogando de uma ligação para outra ou o tiazinho que não dá seta na hora de mudar de faixa, quase batendo no seu carro e, de quebra, derrubando um motoqueiro.
Alguém se identificou?
Imaginem então se um dia, por um motivo inexplicável qualquer, todo mundo acordasse eficiente: seu pão do café da manhã da padaria estaria no ponto certo da chapa; no banco, a fila anda com velocidade aceitável, seu pedido no restaurante chega rápido, gostoso e quente; o ônibus respeita os intervalos regulares; o técnico de informática resolve aquele velho bug no seu micro do trabalho em dois minutinhos; seu namorado/namorada estaria te esperando à noite, lindo (a), gostoso (a) e cheiroso (a)…
Seria uma beleza, não? Um dia perfeito, talvez, especialmente em tempos nos quais suas férias estão longe de vencer e nenhuma folga se aproxima.
Mas… será que seria tão bom mesmo que simplesmente todos passasssem a executar suas funções com perfeição? Quais seriam as consequências disto?
O advogado sem escrúpulos acataria a ordem do pai e conseguiria forjar as provas necessárias para soltar o playboyzinho.
O assaltante nunca arrecadaria tanto em seu “expediente” no centro.
O segurança brucutu não deixaria ninguém mais sequer olhar para o vereador corrupto.
O produtor do cumpadi Washington emplacaria o novo hit dele em todas as rádios.
As empresas de celulares iriam dobrar as vendas de seus malditos aparelhos que tocam funk alto e incomodam qualquer cristão (e judeu, budista, muçulmano, hinduísta…) no transporte público.
O Dunga seria o melhor técnico do mundo.
O Hugo Chávez dominaria toda a América Latina.
O Corinthians ganharia a Libertadores com um gol do Abuda (que voltaria, dada a competência do seu agente).
O Frank Aguiar seria empossado como novo presidente da República.
Pensando bem, é melhor que os dias continuem imperfeitos.
Enquanto Marmota passa por dias perfeitos descansando e viajando, a série Colônia de Férias apresenta textos gentilmente preparados por seus amigos.
Me pareceu mas pesadelo viu!
Sorry!
Pensando bem…
Acho que nós não nos habituaríamos a viver em um mundo perfeito… como seres imperfeitos que somos.
Como assim,onde,o que,rs?
Tirando essa segunda parte, deu pra ver como falta pouco pros nossos dias serem perfeitos, né? E mesmo assim é tão difícil!