Passei alguns dias longe de blogs, Twitter, celular, etc – seria ótimo se todos pudessem ter essa oportunidade um dia. Mas isso não me deixou totalmente distante dos assuntos relacionados a essas coisas todas. Num encontro com meu amigo Arno Rochol, da DW-Akademie, tomei conhecimento deste artigo do jornal alemão Die Zeit.
É uma entrevista com o jornalista Tyler Brûlé, publisher da revista Monocle e considerado um empreendedor de sucesso no universo da mídia. Com um título bem chamativo: algo como “Twitter já era”.
Num primeiro momento, dá pra fazer conexões com as idéias discutíveis Andrew Keen e seu questionamento aos “amadores”. Brûlé observa que marcas globais, como a BBC, mantém seu público e estão bem economicamente. Ao mesmo tempo, são estes que se tornam as “vozes confiáveis” diante da quantidade desenfreada de conteúdo disponível.
Mas alguma coisa em seu discurso faz sentido. Concordo quando ele diz que “não é porque uma tecnologia é nova, vamos adotá-la”. É o caso do Twitter, que funciona bem para medir o feedback do público, mas fragmenta conteúdos, deixa-os redundantes… Sem falar naquilo que não é devidamente apurado. E em sua visão, isso prejudica qualquer bom negócio em comunicação.
Lógico que é possível contra-argumentar de diversas formas. Mas antes do Twitter ficar ultrapassado (para o bem dos empresários da mídia, dispostos a preservar seus negócios), ainda teremos muita gente aprendendo a movimentar comunidades, estimular participações, estabelecer audiência… Nessa toada, por que não pinçar a discussão sobre qualidade da informação e transportá-la para as mídias sociais? Não é uma alternativa para fortalecer, de alguma forma, o “culto ao amador” questionado por Keen e Brûlé?